Presente

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6:44 AM

A fraca luz emitida pelos raios solares mais tímidos entravam pela cortina mal fechada do meu quarto, o que fazia com que os meus olhos ainda- ou já - cansados franzissem com o choque de luminosidade. Era das poucas manhãs que acordava cedo, então podia ouvir o típico bom dia das senhoras entre si, um como está completamente desinteressado e duas ou três frases trocadas sobre o desastre daquela senhora que perdeu o colar mais caro que tinha ou sobre o novo carro demasiado caro para um padre, que valha me deus isso nem lhe fica bem. Enfim, nesta rotina, começavam mais um dia de trabalho.

Sento me na beira da cama e junto as minhas mãos no centro do meu colo, sentindo a minha pele rugosa. Olho para baixo e, para além da famosa bata de dormir obrigatória a todos os idosos, observo aquele objeto cilíndrico ferrugento no meu mindinho que em tempos poderia se chamar de anel.

Suspiro.

Com cuidado, levanto me da cama e dirijo me para a singela cadeira cuidadosamente colocada numa espécie de diagonal com o meu único "buraquinho" para a vida lá fora. O meu lar situava se numa colina onde se podia visualisar uma dúzia de casas e talvez um café central com uma dúzia de pessoas a beber os seus cafés e a fumar os seus ocasionais cigarros, aqueles que são de vez em quando e não fazem mal a ninguém.

O nome das pessoas? Não sei. O nome da vila? Muito menos. Posso estar neste lar, mas o meu Lar não é este.

Enfim, o alarido das mulheres para devido a estarem a preparar o pequeno almoço para nós. Silêncio.

O silêncio consegue ser o meu maior inimigo, ou a minha maior felicidade.

Faz me recordar tempos em que era jovem, saudável e feliz.

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⏰ Última atualização: Jul 04, 2016 ⏰

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