Henrique narrando
Eu estou muito feliz, porque depois de quase dois anos eu voltei pro RJ, eu sentia tanta saudade dessa cidade, desse clima, dessas pessoas, desse humor dos cariocas, e principalmente desse mar... Essas praias são de tirar o fôlego e deixar qualquer um em paz.
Eu tava com a ideia de voltar pra cá, só estava esperando meu filho crescer mais um pouco e como minha tia também não estava feliz em SP, decidir vir de vez e tentar ser feliz de novo, porque depois do fatal acidente que aconteceu na minha pequena família, eu nunca mais fui o mesmo.
Eu cuido do pequeno Gabriel com a ajuda da minha tia, ela sempre esteve comigo e meia dois amigos (Rafão e Rodrigo) também. Eles são as pessoas que eu mais me importo nessa vida, porque o retorno, bem, é resto.
Em SP eu trabalhava de segunda e sábado e não tinha tempo suficiente pra cuidar do meu filho e curtir suas fases de criança, cheguei a perder seus primeiros passos e suas palavras, mas nunca deixei de estar presente, mesmo sem tempo. Mas com os cuidados da tia Maria, sei que ele estará protegido e amado durante todo o tempo.
FlashBack de sexta-feira:
Chamada on:
Henrique: Alô?
..: Olá, sou eu, sua ex professora de curso Henri. Se lembra de mim? - Reconheço aquela voz e sorrio.
Henrique: Como eu poderia esquecer-se da minha professora favorita!? Como está Flávia? - Rio e ouço sua risada do outro lado da linha
Flávia: Eu estou muito bem, e como você e o pequeno Gabriel estão? Estou com saudades, viu? Mas eu liguei pra tratar de "negócios". Bom, tenho um convite pra você, impossível de recusar! Eu preciso fazer uma viagem rápida para o Canadá, pois meus pais estão doentes. E não posso deixa-los sozinhos e meus alunos precisam de um professor nesse período. Você toparia ficar no meu lugar por um curto tempo? Sei que ainda é novo e cheio de compromissos, mas era meu melhor aluno...
Henrique: Confesso que é uma decisão difícil, mas o que eu não faço por você, heim? Eu fico no teu lugar por esse curto tempo, aproveito e me mudo pro Rio de vez. SP não me agrada mais. E quando eu posso começar?
Flávia: Que bom meu querido. Fico grata e você será bem recompensado. Você pode vir pra cá o mais rápido possível? Viajarei na terça - feira bem cedinho. Se você quiser, posso encontrar um apartamento pra você, Maria e Gabriel. Pois preciso te passar alguns materiais para você dar aos alunos
Henrique: Ok. Vou ver se consigo passagens para domingo e ligo de volta. Fiquei feliz em saber que você se lembrou de mim.
Flávia: Eu fiquei mais por saber que você poderá vir. Tenho que desligar. Até mais, espero sua ligação. Beijos.
Chamada of.
Logo que desligue o telefone, chamei tia Maria, ela veio correndo pelo corredor perguntando o que houve.
Tia Maria: Oi meu filho. Aconteceu algum problema? - Ela me olhava fixamente, preocupada.
Henrique: Pelo contrário tia eu tenho uma boa notícia. - Ela me olhava atenta, não mais com a fisionomia de preocupada. - Vamos voltar pro Rio!!! - Ela logo abriu um sorriso e me abraçou.
Tia Maria: Que ótima notícia! Vou contar ao pequeno.
Henrique: Pode deixar tia, eu mesmo conto. Vai arrumar suas malas, pois vou tentar passagens pra domingo. Consegui uma vaga temporária na minha área. - A deixo em meu quarto e vou procurar Gabriel, ele estava na sala, brincando e ao mesmo tempo assistindo TV.Parei na porta e fiquei o admirando. Ele era um bebê quando tudo aconteceu, e esse assunto é doloroso, tanto pra mim, quanto para minha tia. Ele se tornou um garoto lindo, esperto, com os olhos castanhos escuros da mãe. Ah, como ela me faz falta.
Logo, saio desses pensamentos e vou ate ele, o pego no colo e ele abre um sorriso lindo. E eu retribuo com meu melhor sorriso, pois ele merece.
Gabriel: Papa! - diz aparecendo seus dentinhos e uma covinha no canto esquerdo da sua boca.
Henrique: E aí filhão. Tenho uma notícia pra você! Vamos pro Rio e você terá de deixar os amiguinhos aqui, mas te trago pra visitá - los quando puder. O papai precisa que você vá ajudar a tia Maria arrumar suas coisas, sem bagunças. - Ele sorri e diz sim, mas vejo que ele não ficou tão feliz quanto eu e titia, pois ter de deixar tudo pra trás deve causar certo medo nele, mesmo ele não tendo idade suficiente para entender muita coisa.
O coloco no chão, ele guarda seus brinquedos, desliga a TV e vai para seu quarto.
Pego meu celular, disco o número da agência e fico mais feliz ainda, pois consegui passagens para o sábado à noite. Aviso Maria que está arrumando as coisas, ela sorri e me abraça novamente.
FlashBack of.
Enfim era segunda-feira e eu estava empolgado e ao mesmo tempo com medo, pois não sabia a reação dos alunos quanto a um professor quase na mesma faixa etária de idade.
Logo que cheguei à escola, entrei Flávia, ela estava entrando porta adentro, dei uma corrida até ela e a abracei. Ela foi minha professora á alguns anos atrás, eu me esforcei muito para ser o melhor aluno da classe, pois iria ser pai e tinha que dar um futuro ao meu filho, mesmo o curso sendo de pouco tempo, eu aprendi muito e Flávia me ajudava bastante. Ela me dava conselhos, eu era um cara realmente de sorte, pois esse "estágio" chegou em boa hora, estava cansado de trabalhar demais. E como eu já havia juntado uma quantia boa no banco e titia me ajudava com sua pensão, que era um pouco alta, eu me demiti e bom, estou aqui.
Eu estava com uma vontade enorme de ir ao banheiro e tinha um logo a frente, avisei Flavia, ela me explicou onde estaria e entrei na porta onde estava a imagem de um homem, indicando ser o banheiro masculino.
Quando fui saindo, escutei um barulho do lado de fora no momento em que eu estava abrindo a porta, quando sai vi uma garota no chão. E fui ajuda-lá a se levantar e fui logo dizendo.
Henrique: Ei, me desculpe. Deixe-me ajudá-la se levantar. Machucou-se? Me desculpe, não fiz por mal! Você está bem moça? - Ela levantou a cabeça e pude perceber que ela estava um pouco zonza e olhou diretamente em meus olhos. Enquanto eu a olhava atento, reparando se ela estava machucando, e não pude deixar de notar na beleza que ela possuía, ela é uma garota linda.
..: Relaxa, eu estou bem. Só me ajude a levantar. - Ajudei ela se levantar, à segurando pela cintura, ela me olhou e então percebi que estava com a mão no corpo de uma mulher, coisa que eu não faco à muito tempo... Tratei de tirar as mãos rápidas, aquele contato me causou sensações boas. Me verifiquei se ela estava realmente bem para poder ficar só. Fiquei realmente preocupado, pois logo no meu primeiro dia ja faço umas merdas dessas, imagina se essa garota se machuca por minha causa?
Peguei as coisas dela no chão, á entreguei e saí. Sem ao menos me despedir ou me apresentar, porque aquela garota com um simples toque, me trouxe lembranças e sensações inexplicáveis.
Fui à direção contrária daquela menina e encontrei Flávia, ela me explicou tudo e me entregou algumas apostilas pra eu poder estudá - las e repassar à matéria aos alunos.
Mas eu estava longe, pensando sobre aquele pequeno incidente mais cedo. Queria encontrar a garota e poder me apresentar formalmente e pedir desculpas novamente, pois não foi justo eu ter sido indiferente e saído sem explicações algumas, não sou assim.
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A Força Do Amor
Fiksi RemajaSerá que um simples esbarro pode desencadear um sentimento?