• Capítulo 4

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Hoje é meu primeiro dia como "professor", não sabia se ia me sair bem, não queria falhar e desapontar Flávia, ela me confiou seu cargo por alguns dias, ela sabia que eu era capaz de explicar as matérias e aplicar as provas. As matérias que eu teria que apresentar aos alunos era bem fácil, porque estavam em revisão, pois o tempo de avaliações estava próximo e vou me esforçar ao máximo para ninguém se sair mal.

Flávia me deu todas as informações possíveis naquela segunda-feira, e hoje, eu estaria sozinho.

Quando sai de casa dei um abraço no meu filho e em Maria, e sabia que ela esta rezando por mim nesse momento. E cheguei até lembrar dos meu amigos, eu estava sem falar com eles e sai de SP ás pressas. Quando sair da faculdade ligarei para eles.

Poucos minutos depois do sinal tocar me dirigi à sala de aula, não sabia ao certo se os alunos iriam gostar de mim, mais cheguei sorrindo e me deparei com a mesma garota que esbarrará no corredor, nossos olhos se cruzaram e ela sorriu. Seu sorriso era um misto de timidez e felicidade, era doce, e bonito. Não fiquei mais que 3 segundos a encarando, mesmo sendo difícil, pois a mesma se sentava na frente e bem em frente à minha mesa. Os outros alunos sorriam, mas não como ela. Logo, me apresentei:

Eu sou Henrique, o professor substituto de administração durante um período até quando Flávia voltar.

Me senti tranquilo após aquelas aula, teria mais 4 aulas em turmas diferentes e como sou quase da mesma idade dos alunos da minha primeira turma, nos demos muito bem, mesmo sendo duas aulas seguidas e um pouco cansativas.

Consegui explicar a matéria tranquilamente e pude perceber todos memorizando e aprendendo junto a mim, me senti orgulhoso quando me perguntavam e eu sabia a resposta. Era bom demais estar em uma sala de aula novamente depois de tanto tempo...

Antes de sair da sala não pude deixar de perceber que a misteriosa garota do corredor me seguia combo olhar enquanto me retirava da sala. Ela me parecia focada na aula, pois chegou a perguntar várias coisas e pude vê - lá feliz consigo mesma entendendo tudo.

Contudo, não podia parar e conversar com ela, porque o próximo professor estava na porta e eu estava atrasado.

Quando deu o intervalo eu estava realmente cansado, era legal ter a vida de "professor" por um tempo, mas sabia que aquilo não era pra mim. Eu gostava de administrar, comandar e planejar coisas especialmente para empresas e não para aqueles jovens, mas gostava da experiência e algo me dizia que algo muito bom estava para acontecer.

Fui diretamente para a sala dos professores e quando ia virar pelo corredor, bati de frente em alguma coisa , ou melhor, alguma pessoa e a mesma estava caída no chão e quando olhei diretamente para a pessoa, nao acreditei que era a mesma garota que esbarrará no dia anterior.

No mesmo momento fui ajudar a pobre garota, ela começou a gargalhar e me senti rir também. Ajudei ela se levantar e não poderia deixar a chance de me "apresentar" á ela como fizera da vez que a esbarrei.

Henrique: Desculpe-me, novamente. Eu acho que minha sina será esbarrar em você e fazê-la cair. Perdão!!! - digo rindo. Fiquei com medo da reação dela, pois logo fechou a cara.

..: Que conhecidência, não? Sempre você me esbarrando por aí. - sorriu sem graça, senti um alívio, pois ela não estava mal comigo. E tratei de me apresentar logo, pessoalmente.

Henrique: Bom, da última vez que isso aconteceu não me apresentei formalmente e agora que tenho oportunidade, não vou deixá-la passar. - sorri. Me chamo Henrique Rodrigues, como você já sabe e eu estou muito curioso em relação ao seu nome. - sorri, mas dessa vez timidamente, era estranho estar em contato com outra mulher, que não fosse tia Maria.

..: Me chamo Cecília Barrone, mas pode me chamar de Cecí. E espero não encontrarmos mais dessa maneira, é constrangedor ficar esparramada no chão feito uma louca. - dessa vez eu que soltei uma gargalhada e ouvia ela me acompanhar.

Henrique: Eu prometo que isso não vai se repetir. Mas, deixa eu te perguntar, gostou da aula de hoje? Esse mundo é um pouco novo pra um cara de apenas 22 anos. - pude ver um pequeno espanto se formar em seu rosto, após eu dizer minha idade.

Cecí: Não posso acreditar que você seja tão inteligente e compreende tão bem a matéria com essa pouca idade, sua aula foi ótima. Eu consegui acompanhar super bem e meus colegas também.

Henrique: Fico feliz em saber. Não quero tomar muito seu tempo, seu intervalo está passando e eu preciso revisar algumas coisas. Até a próxima, aluna. - dei ênfase na última palavra.

Cecí: Até logo professor. - e saiu me deixando completamente em inércia, não conseguia me mover, eu parecia um adolescente babando por uma garota, mas eu já era maduro o suficiente para saber meu lugar, eu estava no lugar de professor e ela uma linda aluna.

Logo, sai desses pensamentos e fui diretamente para a sala dos professores. Eles eram legais e prestativos, sabiam que eu não iria ficar por muito tempo e me trataram super bem.

Eu já tinha voltado para casa e quando cheguei havia um bilhete para mim:

Querido,
Eu e Gabriel fomos dar uma volta e almoçaremos fora, não sabia o horário em que você voltaria, mas deixei algumas coisinhas para você comer, está tudo na geladeira.
Aproveite para descansar, você merece um tempo só. Não se preocupe conosco.
Beijos.
Tia Maria.

Antes de descansar ou comer resolvi ligar para Rafão, ele era um traficante de SP, mas era um cara maneiro e mão fazia mal a ninguém, diferente de seu pai, mas ele também era gente fina, igual tia Petria, sua mãe.

Chamada on.

Rafão? - digo

Eai mano, por onde você andar moleque? Eu e Rodrigo ligamos para sua casa, mas você não nos atendeu.

Eu me mudei para o Rio domingo. Vou passar um tempo por aqui e to querendo ficar de vez, tu sabe que nunca esqueci daqui. Uma ex professora minha me convidou para ficar em seu lugar por um período dando aulas e eu aceitei, mas daqui a pouco vou procurar um emprego fixo. - sorrio dizendo essas simples palavras.

Que bom mano, poderia ter chamado heim, adoro o Rio. To pensando em visitar vocês, porque por aqui tá tudo tranquilo e me livrar um pouco das responsabilidades seri bom.

Traz aquele tal do Rodrigo também -rimos juntos. - Vocês fazem falta, naboa!

Eu sei patrão, ninguém vive sem mim!

Não me chame de patrão, ja te disse. - digo rindo ainda mais. - Espero vocês esse fim de semana, vou avisar a tia para preparar alguma coisa especial, mas pensando melhor.. vocês não merecem.

Claro que mereço, sou um cara de respeito, ao contrário de Rodrigo que já largou da namorada. Esse cara que não merece nada.

Sabemos que ele é assim, gosta de todas e julga não, porque você faz a mesma coisa.

Para por aí, não sou de me apegar, tu sabe disso muleque. Mas e aí, encontrou alguma gatinha por aí? Sei que tem várias nessa cidade maravilhosa.

Claro que não, vim à trabalho, sabe que não penso em mulheres desde.. - mudo minha expressão para tristeza e acabo logo com o assunto. - Ah, vamos esquecer isso. Te ligo perto do fim de semana para combinar a vinda de vocês. Flw parceiro.

Você sabe que não pode ficar nessa para sempre, ela era maneira, mas é passado cara. Não demora uma cota pra ligar, tô na espera. Flw mano.

Chamada of.

Eu fiquei com aquela frase na minha mente:

"Ela era maneira, mas é passado cara"

Quando me dei por mim, estava no sofá, chorando.

A Força Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora