Estrela Vermelha

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Eis que quando o fim se mostrar inevitável ainda assim haverá esperança. Quando a aurora do mundo for tomada pela hora profana e quando os caídos se levantarem para reivindicar o direito sobre as almas marcadas, ainda assim será possível evitar o fim, pois os desígnios do criador são misteriosos e o seu amor pela criação vai além da compreensão de qualquer ser da criação.

As escrituras sagradas que foram perdidas datam um tempo onde sinais irão iniciar uma sequência de eventos que levará ao fim dos tempos. Um tempo onde todas as Guerras Santas terão um fim e o futuro da humanidade será decidido em uma épica batalha entre os dois lados opostos da criação, quando os anjos finalmente irão enfrentar abertamente os Nefilins em uma batalha épica e sem precedentes na orbe da terra.

Muitos sinais permanecem inalterados, como um aviso nas escrituras sagradas, porém frequentemente são interpretados de forma errônea ou efêmera. A linguagem antiga não sabe mais ser lida e profetizada, porém alguns textos se perderam com o tempo e estes são essenciais para que tudo possa ser entendido.

Uma das lendas perdidas conta sobre uma estrela vermelha que entrará em super nova e irá deixar os céus alguns anos antes de uma sequência de eventos ser iniciada. Quando os selos impostos aos mais perversos Nefilins desde tempos imemoriais, até mesmo para os imortais, começar a perder o efeito e a grande Guerra Santa se tornar iminente. Sobre esses tempos de sombra e incertezas, as escrituras dizem que todos os seres da criação terão que fazer escolhas e desta forma se preparar para o grande julgamento, tentar evitá-lo, ou se manter a margem dos acontecimentos. 

Os textos perdidos ainda dizem que o desejo mais simplório contido no coração de homens irá se inflamar de forma a inspirar os imortais a lutar pela paz ou pela vitoria, pela glória ou pelo amor, por si mesmos ou pelo criador e que nos muros que delimitam a orbe da terra tudo será decidido. Dizem que, no fim, o coração dos homens é quem dirá se a grande Guerra Santa acontecerá ou será protelada, pois de tempos em tempos cidades ou até mesmo a orbe terrestre como um todo necessita de um tipo de purificação. Fora assim desde os tempos primordiais e assim será até o fim dos tempos.

A estrela vermelha entrou em super nova, gerou uma explosão sem precedentes no universo e se fragmentou em milhares de pequenas estrelas cadentes que banharam toda a orbe terrestre. De norte a sul e leste a oeste a luz efêmera de sua morte pôde ser vista a olho nu, porém sem a grandeza que a mesma sugeria. As pessoas tomaram aquele fato como uma estrela cadente, porém essa mesma estrela caiu de forma simultânea nos descampados australianos, nas quentes areias do Saara, na neve que deixa os montes da Patagônia, no deserto de Nevada e no frio ancestral da Sibéria. Da torre de Londres pôde-se ver tudo como um espetáculo pirotécnico, tamanha a beleza e esplendor que fora oferecido pela morte estelar, do monte Fuji e por toda a extensão da grande muralha da China, do Himalaia a praça vermelha, da torre Eiffel ao Corcovado, as luzes deixadas pela morte da estrela eram esplendorosas e foram noticiadas apenas como uma morte estelar comum. Mas aquela não era uma estrela qualquer.

Aquela estrela, a estrela vermelha, havia sido criada em um tempo antes do tempo, destinada justamente aos eventos que se seguiriam após a sua morte. Quando os filhos mais novos tencionassem, de forma pensada ou não, subverter a última obra do criador e o seu propósito fosse tomado pela ganância e pervertido pelo orgulho, quando a harmonia deixasse de existir e fosse tomada por um sentimento de imponência desmedido e injustificável, a estrela vermelha deixaria de existir, mas em seu elevado propósito de criação, ela seria tombada em sacrifício para que os seus fragmentos viajassem até a terra, destinados a levantar o que estava caído. Porém nada tem haver a estrela vermelha com os imortais celestiais ou os caídos, com aqueles que são superiores e senhores do tempo. 

Os fragmentos da estrela vermelha iriam tocar o solo da terra, destinados a inspirar os corações humanos para o bem ou para o mal, para que assim os próximos passos da profecia fossem cumpridos e o grande julgamento pudesse finalmente acontecer. Mas o criador em sua infinita misericórdia e amor para com toda a criação, jamais desejou tal julgamento, porém sendo o mesmo necessário, e em algumas ocasiões até mesmo indispensável, ainda assim deu a humanidade uma forma de protelá-lo indefinidamente e mesmo se o coração humano não fosse o suficiente para evitar o fim, os agentes da luz poderiam intervir em favor dos mais novos evitando assim que os justos pagassem pelo coletivo e dando a todos uma nova chance de elevar-se a virtude.

Naquele dia não houvenenhuma oração ou prece cujo orador não tenha se sentido reconfortado ou com asua esperança renovada, não houve nenhum sentimento humano que não foimaximizado ao ponto de uma vã esperança se tornar um sonho tangível e palpável,para o bem ou para o mal. Naquele dia muitos sentimentos ocultos no maisprofundo das almas humanas foi despertado e sonhos distantes se tornaram metas.Naquele dia, no dia em que a estrela do destino perdera a sua vida, ahumanidade foi brindada com o seu direito divino ao livre arbítrio, com apossibilidade de escolher entre o seu melhor ou o seu pior e somente o coraçãodas pessoas iria dizer se os presságios do julgamento iriam mesmo acontecer.Naquele dia o mais nobre o ou mais sombrio que permaneceu oculto no coração enas almas humanas desde sempre iria dizer qual seria o próximo passo daderradeira Guerra Santa.

Guerra Santa - Livro - 1 - Presságios do ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora