Prólogo

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-Como você pôde? Depois de tudo o que fizemos por você... da nossa criação. Minha mãe aos prantos coloca a mão no coração histérica. Meu pai tentando acalmá-la com a notícia da minha gravidez.

Todos estavam pasmos e eu só sabia chorar pela rejeição, pelo julgamento, e naquele momento me senti só. Sei que nunca pensariam que eu, sua única filha fosse mãe antes do casamento, só que aconteceu. Eu não tive apoio e o problema era que o pai não prestava mesmo, me iludiu, me engravidou e sumiu do mapa.

Eu que acabei de terminar o ensino médio, estava grávida, rejeitada e enjoada. Por fim acabei descobrindo que o pai de minha filha estava envolvido com coisas ilícitas, tipo pequenos furtos e drogas. Me senti um verme por não ter percebido tudo isso.

Tive medo por ter envolvido meu bebê nessa confusão toda. Saber que por causa dele minha filha poderia sofrer algum mal me desesperava. Então juntei tudo e tomei minha decisão. Catei o que eu tinha e fugi para um outro estado.

Frágil e enjoada o tempo inteiro sumi do mapa. Fui em busca de um novo horizonte. Eu tive esperança de que tudo podia ser diferente. Eu encontraria um emprego com certeza, porque sou boa na cozinha, fui aluna de minha avó e eu poderia trabalhar numa lanchonete talvez. Mas não foi isso que aconteceu e agora tenho que fazer a coisa mais difícil da minha vida.

Está tão frio e escuro aqui. Meu peito está tão apertado, sinto que a qualquer momento poderá explodir. Sinto vergonha e uma grande dor pelo que vou fazer agora, mas não tem outro jeito, eu não vejo outra alternativa, não há outra solução. Deixarei meu bem mais precioso, porque não tenho como cuidar.

Me sinto impotente. As lágrimas nublam minha visão, meu peito arfa de tanto desespero. Olho para as mãos erguidas à minha frente. Mãos de quem me prometera cuidado e zelo de meu único bem. Hesito ainda antes de entregar. O nó que se formou em minha garganta parece sufocar-me. Meus pulmões agora queimam em busca de oxigênio.

-Cuidaremos bem dela. Terá tudo o que precisa. Pode ficar tranquila. Ela diz sorrindo para mim com cautela. A assistente social pega em seus braços um pedaço de mim tão frágil e delicada. Minhas lágrimas saiam com tanta facilidade, eu não podia me conter. Entreguei uma sacola com suas roupinhas e sapatinhos, fraldas... Tudo o que ganhei durante o trabalho na lanchonete pelos amigos de lá, a dona e alguns dos clientes que me conheciam fizeram um chá de bebê e nos presentearam.

Assino os papéis e saio de lá com o peito rasgando de tanta tristeza. Recosto-me na primeira esquina que encontro e choro até não poder mais e então enxugo minhas lágrimas com as costas das minhas mãos. Levanto-me com as últimas forças que me restam e uma promessa. Uma única promessa, de que a buscarei. Terei minha filha novamente em meus braços.

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Um beijo no coração. S2

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⏰ Última atualização: Jul 08, 2016 ⏰

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