Na Sala De Espera.

Vidas que se vão

Ela já não sabia o que fazer, já estava desde da noite anterior com ele no hospital. Cabelos bagunçados, roupa amarrotada, olheiras profundas.
Queria ir para casa, tomar um banho e dormir. Ja não aguentava mais o barulho das sirenes, anunciando mais uma tragédia, mais um ser humano levado ao sofrimento por outro ser humano.
Ela olha no relógio, já são 7:30 da manhã, está nesse hospital desde das 5:09 da manhã, já não se importava mais se tivesse que partir para outro hospital, estava cansada da cara da atendente que só sabia falar "Ele ainda está a espera para a cirurgia" ou "Não temos informações ainda".
Tinha maquinado umas 15 formas diferentes de estrangular a atendente arrogante.
  Ela olha novamente no celular, já são 8:27, decide tomar o café da manhã. Logo na esquina encontra uma panificadora agradável, pede um bolo e uma coca cola, mas não consegue comer. Seus pensamentos estao nele, será que ele está com frio? E se tiver com fome? Sente dor?.
Por que demorava tanto? Era só uma simples cirurgia de apêndice. Não deveria enrolar tanto assim.
Após o café, ela decide voltar para aqueles corredores cinzentos e tristes.
A única coisa que pode fazer, é ficar sentada na cadeira da sala de espera, olhando para aquela atendente que nem liga para a angústia dela.
De repente ela começa a observar ao redor, esquece um pouco de seus medos e ansiedade, e passa a entender o que acontece ao seu redor.
Tinha muitas pessoas, assim como ela, cansados, nervosos e com medo. Mas uma delas a chama atenção.
Uma mãe chora e grita, ao chegar desperada, só com uma notícia de que seu filho estava baleado, e além disso sob a vigilância de três policiais, foi pego tentando roubar um trabalhador. Mas na tentativa frustrada, acabou sendo atingido. No momento ela só acha que ele mereceu (quem mandou viver