Faziam três anos que eu havia me mudado para a Coréia.
Faziam três anos desde que eu decidi deixar minha família e viajar para outro país para seguir meu sonho.
Faziam dois anos que eu havia conhecido a pessoa mais incrível, linda, atenciosa e romântica do mundo.
Fariamos dois anos de namoro.
Um ano de casados. Faríamos.
Faríamos se ele não estivesse morto, enterrado à sete palmos de terra.
Só de pensar no rosto daquele homem novamente, eu sinto minhas mãos soarem; a temperatura do meu corpo sobe absurdamente, meu estômago embrulha, meu coração aperta e, mesmo que contra a minha vontade, meus olhos se marejam.
O meu primeiro e único, o homem que eu mais amei em toda a minha vida. Eu, o garoto que jurei para si mesmo que não me apaixonaria por ninguém nunca, acreditando que o amor era uma perca de tempo idiota, me apaixonei. Me apaixonei de uma forma que roubaria e mataria se fosse preciso para proteger e satisfazer meu amado.
E, eu não só penso em seu rosto como também o vejo. Todos os dias.
Eu amava aquele homem com meu corpo e alma, e ainda amo. A chama de paixão dentro de mim ainda não se apagou, não.
Mas, como é possível ver o rosto de alguém que já se foi?
É simples, os sonhos servem para isso.
O nosso cérebro serve para nos livrar de nossos pensamentos ruins, mas o meu faz tudo ao contrário, ela só me sufoca a cada dia mais.
Mas, mesmo assim, eu não posso fazer nada. Nada mesmo. Apenas aceitar o fato de que nunca mais poderei ver aquele sorriso que era como um raio de sol para minha alma sombria.
Sinto falta da voz daquele homem, a voz mais doce de todas.
Eu não queria mais dormir, não queria mais sofrer como nunca sofri. Eu não merecia aquilo, a culpa não era minha.
"Luhan, você sabe onde está a minha pulseira favorita? Você sabe, aquela de ouro que você me deu quando nós começamos a namorar."
"Não, não sei."
"Tem certeza, amor? Eu não consigo achá-la em lugar algum!"
"Tenho certeza, amor."
"Aish, que droga... Ele era o meu favorito mesmo, eu me sinto tão por ter o perdido, Luhan."
"O que? Amor, para de bobagem, era só uma simples pulseira, eu não me incomodo com isso."
Suas bochechas ficaram rosadas "Idiota..." Ele deu um pequeno sorriso, e eu o retribuí. Levei uma de minhas mãos até o seu rosto, ficando levemente na ponta dos pés. Eu desejava mais que tudo aqueles lábios, mas, antes que pudesse sela-los, ele teve um ataque de tosse.
Ele começou a abanar seu rosto com uma de suas mãos, ele estava sufocando.
Eu tentava fazer algo, o desespero havia me contagiado, mas meu corpo não se mexia. Eu apenas a encarava, sem expressão facial, paralisado.
Um líquido vermelho acompanhava a sua tosse, colorindo suas mãos com uma cor vibrante.
Ele, que estava sentada na cama, caiu de joelhos no chão, com as mãos em seu pescoço, e em nenhum momento a tosse seguida de sangue parava.
Ele estava chorando, e eu conseguia ouvir que tentava gritar meu nome, mas a tosse abafava o ato.
Seu rosto já estava roxo e sua pele mais pálida que já era quando ele caiu totalmente no chão, ainda com as mãos no pescoço, já sem vida. Sua camisa branca não era mais branca, agora ela tinha como coloração o vermelho mais vibrante que eu já tinha visto em toda minha vida.
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state of dreaming ; hunhan
FanficOnde Luhan tem sonhos com seu falecido namorado. [A idéia deste oneshot veio da Story Ideas - Kpop, de PotatoJams.]