Capítulo 3

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[Carolina POV]

Entro na zona de legumes e logo avisto as alfaces. Tive uma ideia tão boa que vai irritar tanto o cabeça de atum. Sinceramente não sei porque lhe chamos assim, deve ser pelo facto do meu peixe ter morrido á pouco tempo

Caminho até ao rapaz que agora partilha a casa comigo e vejo que ele se encontra num espaço de muitas pessoas, ainda bem. Corro a té ele como uma criança e falo. "Mamã porque esta flor é verde? Eu queria uma cor-de-rosa!"

O rapaz arregala as esmeraldas e olha para mim como se eu fosse louca. Não sou né? Logo as pessoas olham para nós porque eu lhe chamei de mamã e porque temos quase a mesma idade. Sim nós somos estranhos, virem a cara.

"Desculpem lá é que a minha mãe decidiu mudar de sexo e transformar-se nisto!" Aponto para o Harry enquanto as pessoas arregalam os olhos ficando com uma má imagem do rapaz.

"Carolina!" Ele ruge. Elá temos leão.

"Sim mamã." Falo inocentemente quando as pessoas já se foram embora com medo de nós. "Então sempre me compras uma flor cor-de-rosa?"

Eu amo gozar com ele.

Ainda agora conheceste o rapaz e já estás a gozar com ele? Carolina és tão má!

Já não te disse para estares calado Jocelino? Bem que podias tirar umas férias.

Eu vou estar sempre aqui meu amor! Ah Ah AH

"Flores cor-de-rosa o caralho!" Resmunga o caracolinhos interrompendo a minha conversa com o meu subconsciente. Eu imagino o Jocelino como o Zac Efron ou coisa assim. É sempre bom ter uma mente gostosa. "Que te deu para dizeres isto? És maluca!"

Bem, sim eu sou um pouco mas acho que até não me safo mal em conviver com pessoas. Ele ainda vai aprender a me dar importância.

"Qual é o mal eu só admiti em publico o evidente!" Riu. "Quer dizer, tu mudaste mesmo de sexo, não foi?"

Isto mete tanta piada, ainda poer cima quando eu posso ver a cara dele a encher de raiva. Eu adoro provocar as pessoas, mas depois elas sempre me adoram.

"Não, não mudei sua atrasada mental! Eu sou macho!" Fala alto para que toda a gente do supermercado possa ouvir e eu riu outra vez, ficando com um sorriso na minha cara que eu sei que ainda o irrita mais.

"Si, si, muito macho!" Ironizo em Espanhol (acho ahahah).

"Cala-te e anda embora, já não estou a gostar do ambiente daqui." Declara passado dois minutos a observar o local á nossa volta.

Vão-te matar!

Ai Jocelino só sabes dizer porcaria, não vês que não se passa nada?

De repente oiço um tiro no ar e logo me arrependo do que disse antes ao Jocelino. Merda, eu vou mesmo morrer!

"HARRY!" Grito chamando o ser á minha frente que se tinha posto em posição de defesa.

"Não te consegues defender sozinha pirralha?" O quê? Ele está mesmo a perguntar-me isto? Será que ele não sabe que eu passei a minha vida toda fechada num orfanato e nem sei pegar numa arma?

"Não!" Falo como é óbvio.

"Só me dás trabalho tu, fodasse." Anda até mim e protege-me no seu peito. OH meu deus eu consigo sentir os seus abdominais. Alguém anda a fazer exercício.

Enquanto tentamos sair do mercado com as nossas compras roubada. O que foi? Todas as pessoas tinham saído das caixas para pagar e eu também não ia deixar a minha comida deliciosa lá dentro. Pensando melhor eu devia ter ficado pelas pizzas todos os dias, nem sei porque recusei.

"Anda cá!" Ele chama-me e eu apresso-me em pegar em tudo e sair do local sem ver as pessoas que dispararam. Será que essas pessoas andam atrás de mim ou do Harry? Não sei, mas agora só quero ir para casa comer e dormir.

Corremos para o prédio do Harry e agora também meu e entramos rapidamente. Olho para trás para ver se fomos seguidos e quando reparo que não há ninguém na rua entro com Harry para dentro do seu acolhedor apartamento. O apartamento não se identifica nada com ele. É em tons de branco e castanho e tem mobília modernizada, parece muito acolhedor e quente, coisa que o Harry não é de certeza.

"Ufa, foi por pouco!" Suspiro pondo a mão no ombro do rapaz para descansar.

Ele tira a mão do seu ombro e eu percebo que ele e daqueles que gostam do seu 'espaço pessoal' até parece o meu pai, pena que ele já esteja morto. Só que eu não tenho pena nenhuma.

"Estás a ver o que se passou por eu estar contigo?" E ai vem o sermão. "Olha se eles nos tivessem visto?! Os outros gangues já devem saber que estás connosco e és um pouco franco!"

" E o que queres que eu faça?" Pergunto indignada. Ele pensa que eu tenho culpa que haja gente perigosa á minha procura e que o ponha a ele em perigo também?

"Quero que saias de ao pé de mim!" Fala rude como sempre. Esta maneira dele já me começa a irritar e eu não me dou bem com pessoas que estão constantemente a falar desta maneira para mim.

"Olha, eu sei que não gostas de mim, mas dispenso os teus comentários mal-humorados okay?!" Falo autoritariamente fazendo-lhe frente. Ele acha que é melhor que todos e eu não admito que me trate abaixo de cão. "Eu estou aqui pelo James que me assegurou segurança contigo, mas já vejo que é mais fácil me matares do me ajudares a sobreviver!"

"Olha anda mas é fazer o jantar porque eu não quero continuar com esta conversa!" Diz e puxa-me pela mão e eu sinto um choque elétrico a passar pela mesma pondo os meus pelos em pé. Fogo pareço um gato assanhado quando os pelos deles vão para cima e parece que estão a ser eletrocutados. Talvez tenha visto isso em desenhos animados, não sei... eu só vejo o Shrek de qualquer maneira.

Ele solta a minha mão reparando no que estava a fazer e ambos fazemos uma cara de nojo. Que nojo, eu odeio coisas lamechas tipo que os namorados fazem. Eu nunca recebi amor nem quero receber por isso, não sei nem o que é amar alguém. Nem os meus pais ou familiares me amaram, já estou habituada. Mas quando se fala do Harry eu nem penso em amor penso mesmo é em como alguém vai ser capaz algum dia de o amar. Aquele atum não tem nada além de uma ervilha podre no lugar do coração, e talvez outra igual no lugar do cérebro.

Eu sinceramente penso que ele é gay, quem não pensa? Ele fazia um bom gay digam lá! Sempre gostei de ter um melhor amigo gay e agora vivo com um, é um sonho realizado! Quantas vezes eu disse 'gay' só neste raciocínio? Não interessa!

"Então o que vamos fazer camelo?" Eu posso chamar-lhe muitas coisas não posso? Eu vou continuar a fazê-lo na mesma.

"Eu sei o que vou fazer!" Diz confiantes. "Eu vou para a sala ver televisão e tu vais arranjar essa porcaria de comida que arranjamos! Mas só te digo uma coisa, se sujares a cozinha limpas com a cona!"

"Elá que agressividade meu deus!" Nego com a cabeça a rir-me da sua figura de mandão, ele aqui já não manda. "Só uma questão chefe. Vamos fazer ambos o jantar ou podes bem fazer sozinho!"

"Odeio-te!" Resmunga enquanto cede ao meu pedido. Foi mais fácil do que parecia. A Carolina afinal consegue controlar um pouco o Harry! I'm the queen of the world, ajoelhem-se perante mim!

"O sentimento é mútuo querido!" Deito a língua de for a e logo começamos a discutir sobre o que vamos fazer. E vai começar.


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