Só queria ser ouvida

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É interessante ressaltar como o que é importante para uns é ignorado por outros, no entanto aquilo que é realmente imprtante é sempre tratado como escarro por todos e os poucos que se importam com essas coisas também são tratados como escarro, de modo que sempre que se pronunciam são prontamente ignorados, mal vistos e até taxados como loucos, tornando difícil para esses seguir em frente com suas teorias baseadas em anos de pesquisas, que resultaram em compromissos perdidos, horas adicionais de estudos e noites mal dormidas. Porém é impossível para qualquer pessoa ser imparcial quando o assunto se remete ao seu ponto de vista, e então tende a insistir nele e em seu objetivo final idealizado, ignorando possíveis perigos e desventuras que outros mais sensatos, ou não, colocariam em primeiro lugar. E mesmo tendo em vista a gravidade que certas ações minhas poderiam causar, ainda não torna mais fácil ouvir um não do Erwin quando lhe peço que libere soldados para uma expedição com o objetivo de capturar novos titãs. Nestas hora só me resta pedir a Rivaille que embarque comigo em uma expedição secreta sem o consentimento de Erwin, no entanto o cabo baixinho sempre nega também e ameaça entregar-me a Erwin se continuar a importuná-lo. Em dias como esse fico de cara fechada com todos por tamanha frustração, tentando convencer a mim mesma de que era melhor assim, porém quem estou tentando enganar? Fujo daquela prisão a céu aberto por conta própria, para finalmente gozar da liberdade momentanea que tenho para realizar minhas pesquisas. No entanto não demora Rivaille chega junto de Erwin para me levar de volta, dando-me um belo de um sermão que é prontamente ignorado por mim, para logo em seguida dar lugar as minhas explicações sobre o que eu descobri e desta vez sou eu a ser prontamente ignorada, então Rivaille cala-me com um tapa seguido de outro sermão.
Saio dali antes de ouvir Rivaille terminar o sermão, estava novamente sendo ignorada e isso fazia-me sentir mal a ponto de querer chorar e chorei mesmo, tentando o máximo possível mascarar as lágrimas que escorriam contra a minha vontade, certamente alguém havia notado o meu estado, no entanto não lhes dava a menor brexa para socializar com minha pessoa.
O barulho da porta de meu quarto se fechando atrás de mim nunca se fez tão necessáriao quanto naquele momento e até mesmo o barulho resultante do meu corpo batendo contra a cama era mais reconfortante do que continuar a encará-los e confronta-los com minhas explicações exageradas, e a medida que afundava a cabeça no travesseiro fazia com que a fronha absorvesse as lágrimas. Por incomodo tirei o óculos, o deixando em um canto da cama próximo ao travesseiro, aos poucos as lágrimas cessavam. Pararam de vez com o susto de alguém chutando a porta do quarto, Era Rivaille, disse que eu merecia uma punição por sair e deixá-lo falando com as paredes, Ignorei ele novamente, logo em seguida enterrando a cabeça em meu travesseiro. Rivaille suspirou e sentou-se do meu lado. Passou a mão em minhas costas causando-me um leve arrepio do corpo. Não lhe disse nada e ele também não disse, apenas acariciou-me em ritimo moderado. Então perguntou-me se eu estava chorando.

-Não estava...

Não o olho nos olhos, pois as lágrimas iriam voltar. Rivaille permanece ao meu lado e diz-me que minto pra ele e que sabe pois minha voz está embargada, afundo mais a cabeça no travesseiro, fazendo o máximo de força possível para não chorar. Eis que pergunta-me se foi algo que fez, derrepente algo que disse e me surpreendo quando pergunta se não confio mais nele.

-Confio em ti, e não há nada acontecendo.

Minto novamente, sei que ele nota, como não notaria minhas extremas mudanças de comportamento de uma hora para outra? Ainda mais sendo eu uma pessoa tão pouco sutil. Responde-me que não entende, e que não pode me ajudar se não sou capas de confiar nele e isso o deixa frustrado e irritado porquê sempre acreditou ser meu confidente.
Então não aguentei mais segurar as lágrimas, era humilhante pra mim demonstrar fraqueza perante Rivaille, mas foi inevitável. Rivaille deu outro suspiro, e disse que já havia compreendido tudo, disse que eu só estava carente de atenção e que não precisava de suas palavra, somente de sua companhia. Ainda assim não lhe respondi nada, ficando apenas chorando, ele deitou-se ao meu lado e por instinto o abracei, de modo a chorar sobre seu ombro, algumas gotas tendiam a escorrer sobre meu rosto e caíram nas roupas impecavelmente limpas de Rivaille, certamente iria ouvir alguma reclamação depois que me acalmasse, mas por hora tudo que Rivaille fez a mim foi me acariciar e reconfortar, dizendo a mim que ele iria me trazer um novo titã, o titã Colossal se assim eu quisesse.
Agarrei-me mais a ele, não era um titã que eu queria, e sim a atenção dele e mesmo que me prometesse naquele momento, sei que em outro negaria ou fingiria não se lembrar, mas tudo bem, isso passaria com o tempo.

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