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Por que ele fez isso?

Essa é a única pergunta que está martelando na minha cabeça, estava conversando com o Nolan quando do nada o Guilherme apareceu e já chegou arrumando confusão com o Nolan, ele nem me deixou falar e nem me deu ouvidos, ainda para piorar a situação socou o Nolan. Agora estamos na diretoria, os três e isso piora minha situação realmente, duas idas a diretoria em menos de uma semana.

- Eu quero uma explicação agora! - disse a diretora.

O Nolan que estava com um papel de baixo nariz apenas ficou em silêncio, eu estava com raiva demais para dizer qualquer coisa, então, só sobrou o Guilherme que também não estava afim de falar.

- O.K, já que ninguém vai falar nada, daria uma suspensão para todos. - diz a diretora pegando uns papeis de dentro da gaveta.

- Desculpa diretora, mas não acho isso justo.

- Então me explique o que aconteceu.

- Eu explico. - o Guilherme finalmente abre a boca para dizer algo.

Ele contou para a diretora o que aconteceu, discutimos diversas vezes em sua sala, mas que ali não iriamos resolver nada e no final, fomo liberados e só o Guilherme levou uma suspensão. Fico me lembrando daquele beijo para tentar ter algo que me faça entender a situação.

*

Por um momento esqueci que o Nolan estava lá e que estava furiosa com quem me beijava, fico me perguntando se ele me beijou porque sente algo por mim, eu acredito que não, mas meu subconsciente insiste em dizer que gosta e meu medo insiste em dizer que não, só pode ser um mal entendido, assim eu espero. Nos separamos assim que o ar fica cessante para a gente, ficamos um tempo nos encarando e lembranças de quando nos conhecemos vieram à tona, mas que assim que eu olho para o lado e vejo o Nolan caído com sangue na roupa e no nariz, a mesma raiva de antes volta e eu perco todos aqueles sentimentos bons em que eu estava sentindo.

- Gaby... Me desculpe... Eu não. - o Guilherme tentava se explicar.


Continuo o olhando, mas não digo nenhuma palavra, sigo em direção ao Nolan só que o Guilherme me segurou pelo braço.

- Não vai dizer nada? - perguntou.

Puxo meu braço e vou até o Nolan, me agacho e tento ver se ele está, o ajudo a levantar, mas ele sente dor então decidimos não o levantar. Os meus sentimentos pelo Gui nunca se foram, mesmo sendo amigos sempre gostei dele só que, pôr a gente termos nos tornados grandes amigos, decidi esconder o que eu sentia pelo medo de perde-lo. Agora sinto que levei uma facada no peito e não sei o porquê de estar doendo tanto, sem perceber uma lagrima escorre dos meus olhos e eu rapidamente a limpo, não posso deixar que o Guilherme me veja chorando.

Olho para o lado e não havia mais ninguém lá, só estava a Alice e a Roberta, o que é estranho para a minha escola. Ainda não consigo acreditar no que ele fez e que talvez tenha sido por ciúmes, levanto e olho para o Guilherme que estava lá parado como se não tivesse feito nada.

- Por que fez isso? - pergunto num tom baixo.

- Não te ouvi. - diz ele.

- Eu disse... POR QUE FEZ ISSO?!


Ele diz algo baixo em que eu não consigo entender.

- Desculpa, não te ouvi. - me aproximo mais dele.

- Eu disse que não sei.

- A você não sabe? Não sabe?! - me afasto dele tentando controlar a raiva.

- Os três na minha sala, AGORA!

*

Depois que saímos da diretoria eu estava com mais raiva do que de quando eu entrei.

- Gaby, deixa eu falar com você, por favor. - pede o Guilherme.

- Não Guilherme, de você agora eu quero é distância. - continuo andando sem olhar para trás.

- Por favor Gaby, eu queria tentar me explicar.

- Não Guilherme! Eu não quero te ouvir, o que você fez foi extremamente errado e você sabe disso. - digo dando meia volta e ficando de frente a ele.

Minha cabeça está muito confusa, então não posso continuar ali, não consigo mais olhar para a cara dele sem sentir raiva, estou tentando entender o porquê disso tudo. Precisava disso tudo? Eu realmente estava enlouquecendo, corri para a parte de trás do colégio onde só havia uma única arvore. Sentei na frente dela e me encostei, fico olhando para o céu. O azul claro do céu e as nuvens brancas, tudo tão sereno que parece uma piscina com espuma, bem calma e relaxante.

Só espero que o Guilherme não venha aqui, já mostrei a ele este lugar, é o meu cantinho favorito de toda a escola e eu o fiz prometer que nunca o tornaria um lugar de brigas. Olho para o lado e o Nolan estava lá, ele senta do meu lado.

- Você está bem? - pergunta ele.

- Não sei responder a essa pergunta agora.

- Tudo bem, faz parte.

- Mas e você? Está bem? - minha vez de pergunta-lo.

- Meu nariz ainda dói, mas o sangramento já parou. - ele confere o nariz.

- Me desculpa, eu não sabia que ele era capaz de fazer aquilo.

- Não precisa se desculpar, você não tem culpa. Mas já falou com ele? - disse.

- Não, não consigo nem olhar para a cara dele. - digo abaixando a cabeça.

- Relaxa, tudo tem sua hora, mas acho que quando estiver pronta que vá falar com ele. - diz levantando minha cabeça para olha-lo.

- Obrigada.

- Amigos servem para isso, agora vem cá. - disse ele.

Ele deita minha cabeça em seu ombro e me abraça de lado, gosto muito de tê-lo como meu amigo outra vez, ele sempre me entendeu e sempre foi companheiro comigo até começarmos a namorar, acho que não era para ser mesmo. Ficamos vendo as nuvens e olhando a paisagem, mas cabo adormecendo.

A vida de uma  adolescente (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora