Capítulo 4

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Saí de lá eufórica. A secretária tinha me explicado que era impossível me colocar dentro do estúdio agora, já que os testes já tinham passado,  mas logo quando eu estava prestes a me virar e sair, uma senhora muito elegante e aparentemente muito rica apareceu e foi muito gentil em perguntar o que estava se passando.

Depois que eu expliquei o que estava acontecendo, ela pegou minha indicação. E aí tudo mudou. Aparentemente a senhora conhecia a minha antiga professora Mel, porque no mesmo instante ela sorriu para a secretaria e exclamou:

"Planeje agora mesmo a transferência da srta.Belucci agora mesmo".

E então em alguns minutos eu era uma estudante do estúdio X. Minha inscrição estava completa e eu começava no dia seguinte às seis da tarde. Eu mal podia acreditar, meu próximo passo seria pedir para meu pai que comprasse sapatilhas de ponta novas para que eu pudesse começar a dançar novamente. Minhas sapatilhas velhas estavam desgastadas e molengas de modo que me atrapalhava na hora de dançar.

Quando entrei no carro naquela tarde, Cameron me olhou curioso.

— Aparentemente você conseguiu.

Eu assenti animada.

— Eu consegui. — Vibrei. — Tenho aula amanhã às seis... Ah, céus. Eu não pensei que conseguiria tão facilmente.

Cameron sorriu, mas não disse nada, então começou a dirigir pela cidade. Ele ligou o som e escolheu a música no seu celular por comando de voz. Então "Team" da Iggy começou a tocar e eu vibrei todinha.

Eu amava aquela música. Simplesmente amava.

A batida me fazia delirar e eu sempre me sentia em um filme, andando poderosa, com roupas coladas e cabelos aos vento. Oh, yeah! Iggy tinha essa poder. Quando Cameron estacionou na garagem da nossa casa, eu desci apressada, precisava logo chegar e mandar um e-mail para a professora Mel contando a novidade.

Na pressa acabei pisando em falso no degrau e caindo para trás. Então Cameron me deu um encontrão por trás e suas mãos seguraram meus braços, mantendo-me em pé.

— Ôh, maninha. — Chamou ele divertido. — Corrija-me se eu estiver errado, mas eu acho que você precisará usar esses pezinhos amanhã na sua aula de dança, não é? Acho melhor você ficar longe de degraus, pelo jeito você é o desastre em pessoa.

— Argh. — Arfei me debatendo em seus braços até me livrar de seu aperto, olhei para ele com a cara amarrada. — Obrigada, irmãozinho do coração, você salvou a minha vida.

— Nah-nah. — Cameron balançou a cabeça. — Dívida eterna, maninha.

— Cai fora, babaca. — Eu resmunguei antes de me virar e entrar na casa bufando como um touro zangado.

Assim que entrei me tranquei no quarto com meu notebook, minha televisão e meu celular. Pronto. Estava feliz. Um tempo depois Babi apareceu com uma fatia de bolo de chocolate e um achocolatado como lanche, que eu agradeci mil vezes.

A professora Mel me explicou que aquela senhora era Amelie Ferraz. Ela era sua antiga professora de balé, e era graças à Amelie que Mel tinha o estúdio dela. Eu agradeci a professora mais uma vez pela indicação, e ela me desejou muita sorte e diversão no estúdio X. Disse que estaria aguardando novidades e uma visita.

Naquela noite eu jantei com meu pai, Lindsay e Rachel. Aparentemente Cameron estava em alguma festa pela cidade, Rachel não gostava muito de ver o filho saindo tanto, mas ela não dizia nada, já que ele já era maior de idade e eu aposto que era desaforado o suficiente para falar barbaridades para a mãe se ela tentasse mudar aquele mau hábito.

Eu tomei meu banho e coloquei meu pijama de sempre, um short de algodão que era mais curto do que o normal, uma regata branca, prendi o cabelo em um rabo e me sentei na cama para assistir um pouco.

Quando deu o intervalo, eu fui em busca de alguma coisa para comer, afinal, a fome estava batendo. Foi quando bati de cara contra uma parede... Ah, não. Não foi uma parede.

— Porra! — Ouvi Cameron xingar irritado, ele tinha batido alguma parte do corpo porque eu tinha ouvido o barulho oco.

— Foi mal... — Gemi esfregando o cotovelo que eu tinha mandado contra a parede.

— Menina, você realmente é o desastre em pessoa!

— Eu não tenho visão noturna, seu idiota. Se você parasse de se esgueirar no escuro eu não bateria em você. Já ouviu falar em eletricidade?

— Ah, é? É por que você não ligou a luz? — Retrucou ele.

— Eu estava indo fazer isso quando você apareceu. — Eu rebati irritada. — Agora você pode sair da frente?

— Indo saquear a geladeira? — Ele sorriu diabólico.

— Estou indo te dar um murro na cara se você não desaparecer da minha frente, garoto.

— Calma, maninha, não precisa mostrar as garras só porque você gosta de se aventurar durante a madrugada pelos cômodos escuros da casa.

— Ah, mas você é um idiota mesmo. — Bufei. Passei por ele irritada e acendi a luz no interruptor da parede. — Está vendo? Isso é eletricidade. É bem útil quando você quer andar pela casa à noite.

— Não se você pretender fazer sacanagens na calada da noite, maninha. — Ele sorriu de lado, aquele maldito piercing fez aquelas malditas borboletas voarem no meu estômago.

— Você é nojento, Cameron Dewes. — Acusei antes de me virar e ir em direção à cozinha. Bebi um copo de água e belisquei um doce de leite que estava na geladeira, então voltei para o quarto.

Deitei na cama, mas levei muito tempo para conseguir de fato dormir.

Droga.

A Filha do meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora