Os novos Romeu e Julieta

Julieta

Os dias transcorreram, e como era aguardada a chegada de Katherine, ela logo chegou.

Rosa estava uma pilha de nervos. Estava com raiva por seu avô tê-la chamado, quando não era necessário! Rosa odiava Kathy e eu nunca entendi o por quê das duas não se darem bem! Decido nem me intrometer.

O carro estaciona e vejo Kathy sair. Ela está bem diferente. Usa um óculos que esconde metade do seu rosto de tão grande que ele é. Bom, ela é bem esnobe, admito, mas não acho que seja motivo suficiente para odiá-la.

-VOVÓ! VOVÔ! –Ela diz mais alto e corre para abraça-los.

Eu, Rosa e Theo nos levantamos para recepciona-la melhor. Rosa ainda torce o nariz e preciso cutuca-la para que pare.

-PRIMA! –Ela escandaliza ao me ver e corre para me abraçar. –Sete anos! Ficou longe da família sete anos!

-Estudando! –Eu a corrijo.

-E Rosa, querida! Quanto tempo! –Ela a abraça também. Rezo para que Rosa não se irrite e cause escândalos.

Rosa revira os olhos quando a abraça, mas sorri assim que é obrigada a olhar para ela novamente. Reprimo um riso.

-Theo, querido! –Ela o abraça. –Ah, que saudade, família! Eu tenho muita coisa para contar!

Acompanhamos ela até seu quarto.

No jantar, Kathy não se calou um instante...

-Ah, precisam ir até nossa casa. Os Durky se mudaram para a nossa vizinhança. E são bem ricos. Ah, eu já viajei tanto. Londres, então nessa época é calorosamente fria, se é que me entendem! Paris não é tão diferente, igualmente aconchegante. E quanto a Suíça! Já estive na África, e o turismo está crescendo bastante lá! Ah, mamãe comprou tapetes novos, e redecorou nosso chão. E as cortinas, foram encomendadas na Itália! Ah, precisam ver nosso novo jogo de chá! Foi feito na China! Tem mais de setenta peças! E os talheres de prata da mamãe, são lindos; feitos na Grécia! –Ela respirou, então se virou para nós. –Já visitou esses lugares, prima?

Rosa mastigou sua comida e engoliu.

-Não. Me confinei a essa cidade. Ah, mas quem precisa sair daqui quando tem você para contar tudo, não é? –Rosa ironizou.

-Ah, de fato! Me pergunte sobre qualquer local, e eu digo tudo que vi lá! –Kathy continuou falando sem notar a ironia de Rosa.

Depois do jantar me acomodei na minha cama. Sentia que Romeu ainda estava nela, de alguma forma. Que estava enroscado em mim! Seu cheiro ainda permanecia nos lençóis e eu me agarrei a essa essência! Queria me embriagar no seu cheiro essa noite novamente, mas teremos de nos manter longe até a daqui a alguns dias, onde ocorrerá sua festa de inauguração. E esse tempo longe dele, creio que será a pior das minhas torturas!

Os dias transcorreram como era de se esperar:

Kathy parece que falava tudo do mundo lá fora e Rosa a tratava tão ironicamente que chegava a dar dó, mas Kathy nem notou. Theo pareceu estar melhor, e já estava mexendo o braço normalmente. Rosa e eu nos revezávamos em levar Kathy até a cidade para ela conhecer mais o local, ela até ocupou sua nova sala. Kathy só falava em quão lindos eram os rapazes das nossas cidades, mas, obviamente, nem eu nem Rosa comentamos sobre o assunto. E, bom, não vi Romeu até hoje...