Capítulo 6

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Peguei minha bolsa e fui para a escada, a única forma de descer, já que não tínhamos um elevador, mas não fazia falta, era somente um andar mesmo. Encontrei com o porteiro do meio do caminho e algo gritou no meu interior.

- Senhor Valdo! - Chamei-o ele se virou e sorriu para mim.

- Olá, Ellie - Cheguei ao seu lado e coloquei um pouco do meu cabelo atrás da orelha. - Precisa de algo?

- Somente uma informação. O espaço do primeiro andar está sendo alugado? - Mordi meu lábio inferior. O que havia dado em mim? Eu estava mesmo seguindo a ideia de Jenny?

- Está livre - Respondeu dando de ombros. - Já está há algum tempo, terei que diminuir o valor do aluguel.

- Entendo - Comprimir meus lábios e meus lábios se curvaram para cima. - Obrigado, Sr. Valdo! Bom, já vou indo, tchau.

Terminei de descer as escadas e corri até a esquina para pegar o ônibus, o que ia para a região metropolitana, porém eu descia um ponto antes de alcançar a cidade vizinha.

Não sei qual foi minha surpresa ao ver um carro parando na minha frente e com o vidro da janela do passageiro aberto.

- Ei, Pavlova! - Alex sorriu largamente para mim. - Entra aí!

Balancei a cabeça, mas entrei.

- Por que está passando por esse lado da cidade? É o mais longe do circo... - Perguntei para ouvir sua resposta, realmente não tinha motivo.
Ainda mais quando ele morava no leste - informações das minhas duas amigas de circo -, o circo ficava no nordeste e eu morava no oeste.

- Nesse lado tem a melhor torta de limão siciliano da cidade, sabe como é? Um mágico tem que se manter bem alimentado - Maneei a cabeça mais uma vez e sorri concordando. Ele colocou seu carro para se movimentar e logo estávamos ganhando espaço entre os outros veículos.

- E então, Ellie... Se adaptando bem na cidade grande? - Questionou puxando assunto. Eu rir.

- Eu sou da cidade grande há seis anos, não é como se um mês fora me fizesse esquecer tudo... - ainda assim tenha sido horrível, completei mentalmente.

Alex olhou para mim por um instante sorriu, depois volto sua atenção para a estrada.

- Já está sabendo da apresentação do fim de agosto? - Alex perguntou.

- Sim! Pretendo fazer um número com o pessoal do trapézio.

- Muito bom! - Ele aprovou.

Paramos em um sinal e eu olhei para o banco de trás, olhando todas as suas coisas.

- O antigo mágico escondia todos os seus truques. - Comentei olhando-o pelo retrovisor, Alex me olhava de volta com uma sobrancelha arqueada e um sorriso leve nos lábios finos. - E você? Esconde as cartas na manga ou conta alguns segredinhos?

Eu não queria que elas perguntas tivessem duplo sentido, mas foi inevitável. O sorriso dele alargou-se enquanto ele colocava o carro em movimento mais uma vez.

- Ei! Tira esse sorrisinho do rosto! Estava falando das mágicas mesmo! - Intervi antes que ele chegasse a falar. Alex ergueu as sobrancelhas como se pedisse desculpas pelo seu pensamento pecaminoso e sagaz. Mas ainda assim disse com malícia na voz:

- Há mágicas que não podemos revelar fora de quatro paredes. - No mesmo instante em que essas palavras indecorosas saíram de sua boca eu virei meu rosto contra a janela, sentia todo meu sangue focalizado nas minhas bochechas e as pontas das minhas orelhas pareciam queimar de vergonha.

Não falamos mais durante o restante do caminho, em partes porque minha vergonha voltava sempre que eu me virara para ele e o encontrava sorrindo. E em outras porque não encontrávamos assuntos tão em comum assim, com exceção do circo.

A Um Solo do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora