sweet disposition

566 27 12
                                    

Olá, amiguinhos. Esse era, inicialmente, um projeto com uma amiga minha mas devidos à alguns acontecimentos recentes, ela não poderá continuar escrevendo essa estória que antes era postada no perfil dela (living5harmony). Eu pensei em desistir também porém criei um carinho enorme por tudo que já planejei pra essa jornada e não pretendo desistir até ter certeza de que não dou conta. Essa é a primeira fanfic que escrevo, espero do fundo do meu coração que vocês gostem. Enfim, vamos ao que interessa. Boa leitura! Até a próxima, bolinhos.

Jauregui's point of view.

Como seria ter toda sua vida planejada, antes mesmo de você chegar ao mundo? Cada passo dado já era algo premeditado, e claro, tudo sem o seu consentimento. Pois bem, assim fora a minha vida, até hoje. Nunca tive direito a escolha, não podia contestar, era uma verdadeira boneca de porcelana. O que vestir, comer, aonde ir, com quem, como andar, como falar e até mesmo quais seriam os meus sonhos.

Talvez eu esteja reclamando de barriga cheia, afinal deveria ser melhor nascer com o futuro planejado, que nascer com algo incerto. Mas passei minha vida toda sendo regrada, com limites em todas minhas ações, às vezes até meus pensamentos podiam ser controlados. Sentia-me sufocada. Para não dizer que todo direito me foi tirado, eu pude escolher qual ramo seguiria na medicina. Pois outra profissão era algo fora de cogitação, teria um dia que assumir a presidência de tudo que nunca pedi.

Sou aquele tipo de pessoa que muitas dariam algo para estar no meu lugar, mal sabem elas o quanto eu gostaria de sair da minha realidade. Eu poderia ser perfeitamente a badgirl revoltada com os pais e me penalizar por não ter vivido minha adolescência. Acho que simplesmente não tive tempo para tal personalidade.

Bem, meu nome é Lauren Jauregui, tenho 26 anos. Obstetra e forçadamente  aspirante a presidência do St. Mary's Hospital.

O som estridente do despertador alarma na cabeceira da cama, a vontade que tenho é de arremessa-lo o mais longe que a física. Abro os olhos e me praguejo pelo ato, pois, mais uma vez esqueci-me de fechar as cortinas e os raios do sol penetram forte e machucam meus olhos. Contra minha vontade, me sento na cama e conto até cinco para poder levantar. Eu tinha mania de colocar o pé direito primeiro no chão, não que eu fosse supersticiosa ou coisa do tipo, mas nunca se sabe... Arrasto-me da cama até o banheiro, encaro meu reflexo no espelho, prendo o cabelo em um coque no alto da cabeça e faço toda minha higiene matinal. Agradeço mentalmente a pessoa que inventou o chuveiro elétrico, com o frio de Londres seria impossível que alguém tomasse banho. De dentro do closet, ouço três batidas na porta do meu quarto e como se fossem ligados, meu estômago reclama. Selma morava comigo e fazia muito tempo que eu não a via como empregada era mais meu anjo da guarda. Quando nasci, ela já trabalhava para meus pais e quando me mudei a ganhei de brinde.

— Já estou descendo! - Gritei, mesmo sabendo que ela não esperava pela resposta. Era sempre assim, os três toques eram um aviso.

Desci e como de costume a mesa estava posta. Sentei-me e fiz meu desjejum. Mesmo com o tanto de tempo que já convivia comigo, eu ficava admirada com a forma que Sel conhecia meu gosto, em todos os sentidos, por isso digo que ela é meu anjo da guarda.
Voltei para o quarto e terminei de me arrumar enquanto checava minhas consultas de hoje pelo ipad. Soltei o cabelo descendo as escadas bufando, a primeira consulta seria às 08h45min am e conhecendo o trânsito de Londres em horário de pico, eu talvez não consiga chegar a tempo. Odeio atrasos. Olhei-me uma última vez no espelho que tinha no hall de entrada, peguei minhas chaves que estavam em cima do móvel abaixo do espelho e saí.

Para minha surpresa, em menos de trinta minutos atravessei a cidade e parei meu carro no estacionamento interno do hospital. Peguei minha bolsa e meu jaleco que estava pendurado no banco do passageiro, desci do carro e o travei. Peguei o elevador logo estava chegando ao 4° andar, um dos andares mais calmos, por assim dizer. Atravessei o saguão em direção ao meu consultório.

EsmeraudeOnde histórias criam vida. Descubra agora