■ ʟɪᴠʀᴏ 1
Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para loucos, buscando ter a sanidade mental e morando com um pai que a rejeita.
Harry Styles é um rapaz que começa a fazer parte da vida de Melissa...
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— Volta aqui! — ele gritou enquanto eu corria em meio às grandes árvores. Por que daquela vez estava sendo diferente? Ele sempre conseguia ser mais rápido do que eu, simplesmente escolhia aparecer bem na minha frente do nada, só que daquela vez eu estava sendo mais rápida.
Eu estava conseguindo fugir dele.
O abismo que sempre aparecia nos meus pesadelos estava um pouco mais a frente e a minha intenção era correr o quanto eu pudesse pois, quando chegasse na beirada daquele precipício, eu iria pular a fim de conseguir me livrar de tudo aquilo.
No entanto, enquanto eu corria, não sei exatamente o que aconteceu comigo, mas as minhas pernas simplesmente falharam e eu caí na relva seca daquele lugar. Senti uma dor na barriga e nas pernas. Fechei os olhos a fim de conseguir respirar e ter mais forças e então tentei ouvir os passos dele, que antes estavam atrás de mim.
Mas eu não os ouvi mais.
Onde ele estava? Desistiu de me perseguir?
Tentei abrir os olhos sem me mexer, mas algo me chamou a atenção bem ao meu lado. Era novamente aquela faca afiada, com o seu brilho resplandecendo por aquele lugar. Respirei fundo e instantaneamente a minha mão segurou aquilo, com firmeza. Me levantei e então olhei para a direção do abismo.
Ele ainda estava lá, esperando por mim.
Porém, algo apareceu com um brilho fraco a alguns metros. A minha respiração acelerou com o receio, porque eu já sabia quem estava ali. Senti uma raiva me preenchendo aos poucos, porque era Harry quem estava sendo o responsável por aquela dor. Ele me odiava e me fazia sofrer com as suas atitudes.
Assim, a minha atenção se voltou à faca de novo e eu a apertei, com muita força. Eu estava ali com ele e estava fugindo, irritada por causa de tudo. Os meus pés então me moveram até onde ele estava, eu estava descalça, mas não me importei com a dor que as pedras estavam me causando. Não tirei os olhos do Harry e me aproximei mais ainda, com passos determinados e prontos para me ajudarem a chegar perto do meu maior pesadelo. Ele nem se afastou e nem se aproximou, apenas ficou estático esperando por mim.
Quando fiquei na sua frente, o meu maxilar já estava bem enrijecido. Eu sabia que o nó dos meus dedos deveriam estar esbranquiçados, porque a força com que eu estava segurando a faca era a que eu tinha naquele momento: a força reunida do sofrimento que ele vinha me causando. E eu fitei o seu rosto…, o seu pálido rosto, e os seus olhos me passaram muita dor e tortura, porém eu sabia o que ele sentia de verdade. Eu sabia do ódio que ele tinha, algo não compreensível para mim.
