Um novo destino.

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Como de costume estou deitada em minha cama com o notebook, pesquisando qual será meu próximo destino, tem uma semana que voltei da última viagem. Depois de optar várias vezes por cidades grande e praias, dessa vez resolvi escolher me hospedar no hotel Clindd no meio de lindas montanhas com muito contato com a natureza e me desconectar da tecnologia.
Em um segundo pego o celular e sem perder tempo ligo para agendar o meu vôo para a manhã seguinte.
Logo pulo da cama e começo a arrumar a mala, que mal para em casa. Me despeço de meus familiares que já estão acostumados com essa maluca rotina de viagens.

Acordo bem cedo no dia seguinte, levanto, me arrumo e quando o uber chega já estou esperando na porta. Fico impaciente, o trânsito tá lento e mesmo tendo saído de casa cedo me atraso. Pago o motorista as presas e desço do carro, entro no aeroporto enorme e saio correndo para não perde o vôo, como a desastrada que sou não podia deixa de esbarrar em alguém ou em algo e dessa vez foi na mala de um rapaz alto, e forte, aparenta ser bem jovem, ele é lindo.
-Você está bem? - Pergunta ele meio seco ao me segurar pelo braço.
E pude perceber seus olhos castanhos claros e atraentes quando o olhei desajeitada.
-Estou sim, me desculpa. - Respondo envergonhada.

Entro no avião, e lá está o rapaz lindo que eu esbarrei, como se não bastasse a vergonha que eu já tinha passado ele ainda tem que estar sentado ao lado da minha poltrona com toda sua beleza que chegava até ser uma ofensa. Passo apertada entre a poltrona da frente e as pernas dele e me sento ao lado da janela.
Não demora muito até que o avião decole. Como sempre para passar o tempo leio um livro de bolso, escrevo um pouco, jogo um joguinho no celular, e tiro um cochilo por umas duas horas e quando acordo refaço tudo por mais um tempo.
O avião continua seguindo seu destino, quando a noite chega, todos no avião dormem, menos eu, depois de ter dormido um pouco a tarde vai ser difícil dormi agora, ainda tenho muita energia. Abri a bolsa e retiro o notebook, acabei de ter mais uma grande ideia, fantástica para acrescentar ao livro que estou escrevendo, e sem querer eu dou play em uma música enquanto estou ajeitando a bolsa, o rapaz do lado acordou, imagino eu que com a música, não demorou muito e logo reclamou:
-Moça, você não pode deixar isso pra depois ou por um fone de ouvido? O som está me incomodando e todos estão dormindo.-Acertei em cheio - Sem falar que você pode ouvir isso o dia todo quando descermos.- Acrescentou arrogante
-Desculpe.
-Você só sabe dizer isso?
-Desculpe. É que eu tive umas idéias para o livro. - Respondi sem perceber que me desculpe outra vez.
-Você é escritora?
-Sou.
-O que você costuma escrever?
-Romances, ficção...
-Romances?- Repetiu me interrompendo num tom debochado.
- Sim, porque, o senhor faz parte de algum grupo anti - romances?-Perguntei num tom mais alterado, parece que ele não sabe o que é gentileza.
-Acho que sim, se isso significa ser realista.-Respondeu ele num tom ainda mais debochado. - Como ele é folgado.
-Realista?-Dessa vez eu quase gritei.
-Sim, moça.-Disse ele se divertindo com a situação.
-Ai meu Deus!- Exclamo, agora eu já estava gritando- Você gosta de ler o que então, senhor realista?
-Coisas realistas, como revistas científicas, ou qualquer outra coisa que me ensine algo novo.-Seu tom de voz continuava estável.
-Há, pois o senhor deveria ler romance sim! Ele vai te ensinar um coisa que você aparente não sabe.-E meu tom de voz só aumenta.
-Tipo o que? Não consigo imaginar nada além de baboseiras, quando penso nesse tipo de livros.
-Você aprende a amar ou pelo menos ter compaixão e respectivo, coisa que imagino que o senhor não seja capaz. Seu coração deve estar congelado, se é que o tem um.-Falo revoltada com a ousadia dele, ninguém fala assim dos meus livros.
Todos no avião acordaram e começaram a reclamar:
-Fiquem quietos-Disse um senhor que quando o vi pela primeira vez estava usando um óculos.
-Da pra falar mais baixo, estou querendo dormi-Disse uma moça que aparentava ter uns vintes anos de idade ou mais.
A discussão foi encerrada e eu virei de costas para o rapaz rabugento que estava ao meu lado. E todos adormeceram, inclusive eu depois de um tempo.
Na manhã seguinte o avião posou e todos desembarcam. Pego um táxi à destino do Hotel Clindd.
Quando cheguei, fiquei encantada, pois mesmo tendo visto pela tela do computador pessoalmente era mais lindo. Entrei na recepção e fiquei de queixo caído, a decoração era maravilhosa, tinha um tronco de árvore no meio do saguão que se adaptou muito bem com a rusticidade do lugar, todas as pessoas que ali estavam eram muito elegantes, bem vestida. E entre elas estavam ele o rapaz rabugento, que por sinal está em todo lugar, pareci até piada. Dessa vez reparei melhor nele, ele estava usando um suéter azul marinho de gola 'V' e calça jeans escura. Estava conversando com um dos funcionários do hotel, até me ver e tentar segurar o riso. Me enfiei numa possa de vergonha - já não bastava tudo o que aconteceu ontem, ainda tem mais vergonha para hoje - enquanto eu estou distraída um dos funcionários pergunta algo que não entendo.
-Oi?
-Posso ajuda-lá?-Diz ele, acho que repetindo.
-Ah, sim...-Falei voltando à realidade.
-O que vai querer?
-Um quarto, eu tenho uma reserva.
-Ok, vou precisar dos seus documentos.
Pego os meus documentos, louca para entrar no meu quarto tomar um banho e descansar, nunca me acostumo a dormi nas poltronas dos aviões.
Com a chave do quarto, fui em direção à escada e ao chegar ao topo e me virar esbarro em um rapaz, o cara do avião de novo. - Tantas pessoas pra mim pagar o meu próximo mico, mas é claro que tinha que continuar sendo com ele, já que ele é tão gentil.
- Está me seguindo?-Perguntou ele, com meio sorriso.
-Até parece, você que está me seguindo - Acuse-o com razão.
-Não tem lógica, toda vez que eu estou em algum lugar, você sempre aparece depois.
-Ai por favor, não quero discutir com o senhor agora, estou muito cansada para isso - Me rendi.
-Não estou discutindo, você que sempre procura confusão - Estava claro que ele só queria me irrita, e eu não ia cair nessa, não dessa vez. A intenção dele é me fazer parecer uma louca.
- Tudo bem, então. Vou te deixar em paz, está bom assim?
- Graças à Deus - Uniu as palmas das mão fazendo movimentos para frente e trás. - Aliás me chamo Vitor, Vitor Chaves. -  Se apresentou.
-Prazer, Amy Andrade - Nos cumprimentamos. Finalmente um sinal de gentileza.
Fui até o quarto onde iria ficar nas próximas duas semanas. O quarto combina muito com o resto da decoração, e aquela cama enorme fica me olhando de uma forma convidativa. Corro para o banheiro, tomo um banho demorado, e me jogo na confortável cama e durmi sem perceber.
Acordo com uma disposição incrível para aproveitar ao máximo à viajem e dessa vez reparo melhor no quarto que tem uma linda porta de vidro que dá para uma sacada que dá acesso à uma vista incrível das montanhas cobertas de grama verde e árvores enormes e o céu que parece um lindo quadro azul com pinceladas douradas, antes só avia reparado na cortina que estava cobrindo toda a porta e a beleza por trás dela.
Abro a porta e vou até a sacada e me apoio à uma grade linda preta que está em volta, e fico admirando a paisagem.
-Oi-Escuto uma voz.
E quando viro, está ele, na sacada ao lado, Vitor Chávez.
-Oi.-Respondo.
-Somos vizinhos de quarto agora.
-Pois é.
-Não acha muita coincidência?
-O que?-Perguntei, mesmo sabendo que a resposta era um óbvio 'Sim'.
-Agente, vive se esbarrando, parece que o destino está tentando nos juntar, não é mesmo?
-Não seja ridículo, é só uma coincidência, como você mesmo disse.
Ele riu, e disse:
-Claro que é, é muito comum duas pessoas que nem se quer se conhecem marcarem o vôo para o mesmo horário e sentarem uma ao lado da outra né? E depois irem para o mesmo hotel e ficarem em quartos vizinhos com duas ótimas sacadas uma em frente da outra.
-Pode ser que não aconteça muito, mais no nosso caso aconteceu e não tem nada além de uma coincidência.
-Tudo bem, então, se é assim que preferi. Mais eu pensei que você que era a romântica aqui.
-Adeus-Me despedir ao perceber que ele está me zombando e fui me arrumar para sair um pouco e explorar a área que rodeava o hotel. Coloquei uma bota preta de cano baixo, um suéter-vestido vermelho que eu amo.
Abro a porta, ando pelo corredor, desço a escada que vai direto ao saguão e vou até uma parede com um painel cheio de informações de atividades para fazer no local, fiz na mente uma lista de coisas para quando eu estivesse de volta da caminhada, que eu vou fazer para aproveitar mais essa obra de Deus sem comparação. Sai pela porta da frente e fui até uma montanha admirando a paisagem que é como estar dentro de um cenário de conto de fadas.
Fico pelo menos meia hora fora e percebo que entre esse passeio ouve muitos pensamentos que se voltaram para o Vitor, é o idiota que desde que o vi só sabe ser grosso, volto para o almoço e depois da refeição vou para o meu quarto descansar, para em seguida começar a "risca" a minha lista imaginária que preparei para o dia de hoje.

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⏰ Última atualização: Oct 16, 2017 ⏰

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