O Começo De Uma Jornada

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Ah... Hum... Ok, isso é muito ridículo e vergonhoso, pelo menos, para os meninos, é estranho, mas eu estou escrevendo um romance baseado na minha vida. UM ROMANCE! BASEADO NA MINHA VIDA! Que tipo de garoto faz um romance, baseado na vida dele? Eu poderia estar jogando ou assistindo futebol, jogando videogame  ou no computador ou fazendo coisas ruins, como os outros meninos. Mas é isso que fez a menina que eu amava gostar de mim.
Não acredito que desperdicei um parágrafo enrolando. Apenas relevem. Ok, vamos recomeçar: Sou Eduardo Medeiros:garoto de 13 anos, estudo em uma escola particular em Santos, uma cidade que eu acho muito bonita por natureza pelas suas praias, o que é bom, porque acordamos com um frio delicioso pela manhã, recebemos uma leve brisa durante o dia inteiro e podemos olhar para as praias no final da tarde e se encantar com o pôr do sol desaparecendo no mar e até mesmo, ficar sentado com o seu amor na areia, aproveitando a vida.
Era o primeiro dia de aula, acordei cedo, fazendo o despertador algo desnecessário naquele dia, me alimentei com um apetitoso café da manhã, enquanto tive que ouvir meus pais conversando sobre minha volta às aulas:
- Filho, não se preocupe. Todos dizem que o 8° ano é um dos anos mais difíceis da escola, mas isso é mentira. Não precisa ficar nervoso, você vai passar direto e vai tirar boas notas, como sempre-disse meu pai, Ivo Medeiros. Ele era uma pessoa boa e trabalhadora e estávamos relativamente seguros, mesmo com a devastadora crise. Ele gostava de esbanjar minhas notas boas para os outros pais, porque passara em uma olimpíada de matemática, não tinha reforço e ficara de recuperação apenas uma vez, no final do ano no 4° ano. Eu particularmente não gosto disso, mas é meu pai, eu o amo e quem ama verdadeiramente, aguenta o defeito dos outros e até aconselha a como parar. Já falei pra ele que eu não gosto e ele parou, mas mamãe falara que ele continuava comentando isso em segredo.
- Pai, tudo bem. Vou estudar e vou tentar não ficar de recuperação, mas se eu ficar, o senhor me promete que não vai ficar maluco, procurando reforço.
- Tá bom, filho. Eu prometo.
- Espero que consiga lidar com os meninos da manhã. Qualquer coisa, fale para o diretor, para os psicólogos, para nós que vamos te ajudar. Você nunca vai estar sozinho-falou minha mãe, Leila. Ela era doce e exalava um aroma saboroso, se importava bastante comigo, tinha ótimas amigas e vivia saindo com elas, mas levava eu e papai juntos. Seu problema era pensar que eu sou uma divindade, porque se alguém me deixasse desapontado ou nervoso e eu contasse pra ela, ela vinha com todo o equipamento de guerra e atirava na pessoa até a morte. Isso é claramente uma hipérbole.
- Tá mãe, eu não sou mais criança para precisar de ajuda para me defender, ok?
- Mas na dúvida...
- Mãe, só não faça a terceira guerra mundial se alguém mexer comigo.
- Isso eu já não posso prometer. Sou sua mãe, ninguém pode mexer com meu...
- NÃO! MIL VEZES NÃO! PELO AMOR DE DEUS, NÃO! Não continue a frase-interrompi a mamãe-Apenas tente fazer.
- Então tá... Vou tentar-disse Leila, aterrorizada com meus gritos.
Depois de uma longa conversa, finalmente, terminara de me alimentar do meu interminável café da manhã. Fiz o que tinha que fazer para cuidar da minha higiene e depois, fui conversar com meus amigos em meu celular, joguei um pouco do meu jogo preferido e logo, fui tomar banho para almoçar. Parece que o tempo tinha voado, a manhã passou na velocidade da luz.
Depois de almoçar, escovei meus dentes e me preparava para ir à escola, enquanto me arrumava. Era um novo ano, sentia que ia ser um ano muito bom, pelo menos, para mim. Fiquei na ansiedade para reencontrar meus amigos, não os via a muito tempo. Entrei no carro e fiquei imaginando como seria minha sala. No 8° ano, os alunos da manhã se misturam com os alunos da tarde, formando 7 turmas totalmente misturadas. Sempre tive um estereótipo que as pessoas da manhã eram chatas, só se importavam com a popularidade, namoros e festas, não se respeitavam e outras coisas. Talvez estivesse errado, já que eu pensava uma coisa parecida sobre os reprovados e no 5° ano, ficaram 3 reprovados na minha sala. Hoje, penso diferente, já que a minha melhor amiga pra sempre foi uma reprovada e ficou na minha sala no 5° ano:a Sabrina, que tem um grande senso de humor e uma estranha queda por professores de cabelos bem feitos e pintados. Mas eu aguento a minha lima(esse é um dos apelidos dela).
Chegando lá, estava confidente e esperançoso, procurei minha sala e não achei, até que encontrei Cláudia, uma amiga que, até então, não era muito próxima de mim, e ela disse:
- Eduardo, tu tá na minha sala.
- Que sala?
- A turma D.
As turmas eram divididas em letras. Ia da turma A até a turma G.
Com essa informação da sala, procurei a turma D e achei. Era uma sala parecida com a minha sala do 5° ano, cheguei a me confundir. Tempos depois, descobri que a antiga sala que eu estudei era da turma B, abaixo da nossa sala.
Procurei um lugar para me sentar. Escolhi um lugar aleatório, pois não consegui identificar a mochila dos meus amigos, joguei minha mochila no chão e fui procurar os outros.
Achei o resto do pessoal, os mais próximos estavam em sala diferentes, fiquei triste ao saber que Sabrina ficara na turma C. Uma turma a menos que a minha. Na minha sala, havia alguns amigos meus, que não eram tão próximos, mas acabaram sendo ao longo do ano.
Minha impressão da sala:havia alguns conhecidos que eu não sabia o nome, outros que eu sabia, um menino que estava todos os anos na mesma sala que eu, menos no 5° ano, uma menina praticamente idêntica a um jogo que marcou meu psicológico* e a maioria das meninas tinha cara de anjo. Senti falta de uma Luísa na minha sala, uma amiga minha que se dizia rainha das trevas e achava fofo as coisas mais psicopatas e sangrentas do mundo.
Até ela chegar, uma menina que eu já tinha visto uma vez, no 6° ano, quando ela falou com a minha amiga Vitória. Nunca descobri o nome dela até então, até que ela olhou pra mim com seus perfeitos olhos cor de mel e perguntou:
- Ei, você é amigo da Vitória?
- Sou-estendi minha mão pra ela-Prazer, sou o Eduardo.
- Prazer, Ana Júlia.

Quando uma história acaba, outra começa.

*Max do Life Is Strange

Então pessoal, esse é uma história que eu queria fazer desde o início do semestre. Espero que gostem e obrigado por dedicarem seu tempo lendo esse capítulo. Vejo vocês no próximo capítulo.

A Inesquecível Ana Júlia SepúlvedaOnde histórias criam vida. Descubra agora