Capítulo XI

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Bernard Sliver

A noite fica mais profunda a cada passo que damos rumo a algum lugar desconhecido que estão nos levando.

Já me sinto agoniado e cansado por estar algemado e andando há muito tempo por essa floresta. Só vejo mato e árvores ao redor, o que por um lado é bom, pois atualmente é bem difícil encontrar esse de tipo de vegetação, mas por outro é deprimente. Olho de relance para Aisha, que está ao meu lado, e a vejo cansada, igualmente como os outros quatro estão. O Carl está caminhando ao seu lado.

Continuamos andando.

O barulho que a floresta faz durante a noite é tranquilizante e ao mesmo tempo assustador.

Prendo-me ao passado e relembro a diversidade de fauna e flora que existiam antes da terceira guerra mundial. Era vasto e se encontrava de tudo. Hoje em dia, diversas espécies entraram em extinção e outras nunca mais serão como as de antes.

Mais algumas horas se passam e ouço sons de assobios ao longe, e presumo que o sol aparecerá em breve.

Andamos muito e paramos apenas para beber alguns goles de água que nos deram no decorrer do caminho. Nada de descanso.

Quase não aguento de tanto caminhar e estou a ponto de pedir para que façamos uma longa pausa, quando avisto uma grande clareira mais à frente. Estou certo de que é para esse lugar que a Débora está nos levando.

Só demora alguns minutos até que chegamos à clareira. Na entrada há alguns homens com aspecto físico forte e, ao redor da clareira, há diversas torres de vigilância.

Débora fala com um dos homens usando uma linguagem diferente do inglês, e ele acena para ela.

Entramos na clareira e fico surpreso em como ela me parece familiar. É rodeada de pequenas casas e no centro há um local que está coberto de cinzas, onde possivelmente fazem fogueira durante a noite. Ela parece que foi desenvolvida por alguém que entende de sobrevivência. Parece ser auto suficiente: vejo ao longe plantações e um rio que passa em volta da parte detrás da mesma.

É muito bonito aqui.

As meninas dão um suspiro de "uau" quase ao mesmo tempo.

Débora nos avisa que vai falar com um tal de Makko, e ordena para que um de seus seguidores nos levem para uma casa e que não nos deixem sair.

Ouço a Anippe falar entredentes:

- Como se pudéssemos.

Não quis contrariar a Anippe, mas podemos sim sair, se quisermos, com o meu poder, mas, assim como eu, todos os outros parecem curiosos com o que a Débora e quem seja o líder dessa clareira tem a propor para nós, se é que tem.

Observo a Débora se retirar.

Somos levados para uma casa mobiliada onde apenas dois dos 26 seguidores que acompanhavam a garota mandona ficaram para nos vigiar.

Continuamos amarrados.

Sento em uma cadeira perto da que Aisha sentou. Carl subiu em seu colo e se aninhou para dormir.

Passados alguns minutos, Débora aparece na porta com um garoto ruivo que aparenta ter 17 anos, alto e magro. Ele encara-nos e pega algo que está dentro de uma mochila que se encontra em suas costas. É uma espécie de óculos, mas diferente.

Prefiro não comentar.

Ele começa a falar com a Débora na língua deles e ficamos confusos.

A Débora, em seguida, fala em inglês para nós:

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