Naquele mesmo dia Rick conversou com Katherine sobre o comportamento de Graham e Cynthia. Jantou na casa dos pais e acompanhou a mãe até seus aposentos quando ela se retirou.
— E tão bom ter você por perto, aqui em casa conosco — ela lhe disse.
Deitada em sua cama de casal, com uma compressa sobre a testa, Katherine contraía os olhos por causa da enxaqueca que a atormentava com certa frequência. Rick avaliou demoradamente o quarto, ponderando a distância entre o requinte das peças que o mobiliavam e a realidade do mundo fora dali. Sua mãe se guardava entre aquelas paredes, intimidada ou assustada com tudo que estivesse em desarmonia com aquele contexto no qual se sentia perfeitamente inserida.
— Fico contente em vê-lo tão bem, Rick — ela disse. — Poderia, no entanto, dar um jeito nesses seus cabelos. Ficaria bem mais bonito se os cortasse. — Katherine olhou para o filho com carinho e manifestou seu desejo tipicamente materno: — Gostaria tanto que encontrasse uma boa moça que cuidasse bem de você.
Rick tomou-lhe o pulso e, em seguida, inclinou-se um pouco para frente, encostando a mão no pescoço dela. Queria sentir sua temperatura.
— Como está? — perguntou.
— Cansada, como sempre — ela respondeu.
— Que remédios você está tomando?
— Além daquelas pílulas para o coração e das cápsulas para controlar a pressão alta, o Dr. Herbert prescreveu também um antidepressivo. Tomo também um calmante uma hora após o jantar, para poder dormir melhor.
Katherine sabia que Rick desaprovava o uso excessivo de medicamentos. Mas, naquele momento, ele achou por bem não dizer nada. Foi ela quem falou:
— Meu filho, será que você não poderia esquecer que é médico e conversar comigo sobre outros assuntos que não a minha saúde?
Rick beijou a mão da mãe e se mostrou disposto a atender ao pedido dela.
— Claro, claro, como queira, minha querida. Conte-me, então o que há de novo por aqui?
— Nada. Não há nada interessante acontecendo por aqui. Fale-me sobre você. O que anda fazendo por esse mundo afora? Está namorando alguém?— Katherine retirou a compressa de sobre a testa e olhou para o filho, ávida por uma resposta afirmativa.
— Não. No momento não há nenhuma mulher especial em minha vida, mamãe — Rick a decepcionou.
— Como é mesmo o nome do lugar onde você mora? Sempre me esqueço.
— Punjipur. Trata-se de um pequeno vilarejo situado na região noroeste da índia.
— Lembro-me de seu pai ter mencionado alguma coisa sobre um terremoto que atingiu a região no início de dezembro.
— No Natal, no final de dezembro — ele a corrigiu. — Atendi as vítimas no hospital.
— Foram muitas?
— Ah, sim! Muitas! Algumas seriamente feridas.
— Trabalha há muito tempo nesse hospital?
— Há um ano, aproximadamente.
— E antes, onde você trabalhava?
— Em alguns vilarejos muito pequenos, também no nordeste da África. A desnutrição é um problema bastante sério naquele país.
— Entendo. Sinto muito orgulho de você, meu filho.
— Ajudar aquela gente, principalmente as crianças, é um trabalho muito gratificante — Rick reconheceu.
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Definitivamente... Amor! (Completo)
RomanceParabéns, Cynthia Noble. Você acaba de herdar uma propriedade avaliada em alguns milhões de dólares. "E agora?" Cynthia ficou atônita quando soube que Alfred Wingate, de quem havia sido secretária particular, legara-lhe sua mansão. Ela sabia que aq...