Frank
Cheguei ao apartamento das meninas em tempo recorde, mas também, se eu não chegasse era capaz da Lari me matar de vez. Falando nela, já estava nos esperando na calçada. Aproximou-se da minha porta e pediu para que eu abaixasse mais o vidro, não deu tempo de desviar e apenas senti a o formigamento em meu olho seguido da dor.
- Pirou de vez, Lari? - resmungo colocando a mão no olho.
- Cala a boca ou eu soco o outro olho também. - gritou dando a volta no carro e entrando - Oi amor. - beijou Mark - Oi idiota.
Me dei o direito de não responder, tudo bem que ela está irada comigo por acreditar no mais óbvio, mas não havia necessidade de me dar um soco no olho, essa merda dói.
- Merda Frank, minha mão está doendo. - resmungou mais uma vez depois de um tempo.
- Estou mais preocupado com meu olho no momento, Larissa. Isso vai ficar roxo e está doendo pra cacete. Qual a necessidade disso? - a encaro pelo retrovisor.
- É bom que fique roxo mesmo, não te soquei atoa. Socaria mais para descontar minha raiva, mas parece que está doendo mais em mim do que em você. - segurou a mão - Eu preciso de gelo. Por que nos filmes parece tão mais fácil?!
Ignorei Lari e voltei minha atenção para a estrada, em dez minutos chegaríamos.
- Posso saber aonde você está nos levando, Frank?
Mark me olhou reconhecendo o caminho e sorriu.
- À praia em que pedi Cristal em namoro. - respondo - Ela virou meio que o nosso refúgio quando queríamos um tempo só pra nós, tenho quase certeza que Cristal está lá.
- Ah sim, por que não pensei nisso? - me encarou - Por que fez isso hein?!
- Eu já disse que não fiz nada. - ela ergue uma sobrancelha - Está afim de ouvir a minha versão ou já deu a sua sentença?
- Vamos lá, sou toda ouvidos.
Contei para Lari tudo o que eu sabia e o que me lembrava, por incrível que pareça ela ouviu tudo até o final e não me socou novamente.
- Você disse que ela colocou adoçante no suco? - perguntou depois de um tempo. Acenei em concordância. - E o suco era de caixinha? - concordei mais uma vez. - Touché. - estalou os dedos. - Frank, essa sua história não tem pé nem cabeça, ainda não acredito totalmente porque a Cristal te viu, então fica bem difícil, mas vamos pensar: suco de caixinha já vem adoçado, para que Dhafne teria que colocar adoçante nele?
Nisso eu não havia parado para pensar, realmente não havia motivos para colocar adoçante em um suco já adoçado.
- Ela pode ter te dopado Frank, mas você vai ter que achar o bendito frasco. Ou nada do que você sabe ou acredita ser verdade vai ter validade, você vai me deixar na praia e vai até o hotel onde a víbora está hospedada, Mark vai com você. - manda.
- Não, eu preciso falar com a Cris antes. - protesto.
- E você acha mesmo que ela quer falar com você? Ela não quer nem ser encontrada, quanto mais falar com você que é o motivo do sumiço dela. - Lari revira os olhos - Você vai fazer o que eu disse e rezar para encontrar o tal frasco, deixa que da Cristal eu cuido, ela está precisando de um colo de amiga no momento, não de explicações sem fundamentos.
Odeio ter que admitir, mas Lari tem razão. Concordo e viro a esquina, chegamos.
- Você provavelmente vai acha-la perto das pedras, Lari. Cuida da minha menina.
Lari desceu do carro e parou na janela do passageiro.
- Certo. Obrigada, Frank. Boa sorte, vocês vão precisar. - despede-se de Mark e caminha em direção à praia.
Aperto o volante e vamos para o hotel.
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Cristal
Não faz nem 4 horas que saí de casa e já recebi umas duzentas ligações de Lari. Liguei para ela há cerca de uma hora para não deixa-la preocupada, eu não estava bem, mas iria ficar, com o tempo eu iria.
Lari queria me encontrar, me dar apoio, mas no momento eu só queria ficar sozinha com a minha dor. E caramba, como doía.
Pouquíssimas pessoas passavam por essa praia a essa hora da manhã, ainda mais sendo um sábado e eu agradecia por isso, algumas paravam e me perguntavam se estava tudo bem, não estava nada bem, meu peito me dilacerava e estava ficando difícil respirar, mas eu puxava fôlego do impossível, inventava uma desculpa qualquer e a pessoa ia embora.
Ainda está custando acreditar que tudo foi verdade, quanto mais imagens deles dois apareciam na minha mente, mais lágrimas desciam e eu via a hora que ia ficar desidratada.
- Cristal. - ouço alguém me chamar a poucos passos de distância, levanto minha cabeça dos joelhos e encaro a pessoa. Lari.
- Me deixa, Lari. Eu só quero ficar sozinha. - se agachou ao meu lado.
- E sofrer sozinha também? Nós somos amigas, Cristal. Estou aqui para sofrer junto com você, te amparar e assistir você se reerguer. - me abraça e seca os resquícios de lágrimas em meu rosto.
- Como me achou? - encosto minha cabeça em seu ombro.
- Frank me trouxe. - a encaro - Nem me olha assim, ele te conhece bem Cristal. Queria vir junto, mas eu não deixei. E só pra você saber, dei um soco em seu olho. - comenta dando de ombros e acariciando a mão que estava um pouco vermelha.
Mesmo não querendo dou risada, só Larissa mesmo. Nunca bateu nem em uma formiga, e na sua primeira aventura como lutadora já parte para socos.
- Ainda bem que não deixou, não quero olhar para a cara daquele cretino nem que seja a única que exista no mundo. - suspiro. Olho nos olhos de Lari e volto a chorar. - Por que ele tinha que fazer isso, amiga? Me diz. Qual é o problema comigo que todos os homens que passam pela minha vida têm que me magoar de alguma forma?
Lari me puxa para um abraço.
- Não há nada de errado com você Cris, pare de se culpar. Você é uma garota incrível. Eles que são imbecis.
Ficamos na praia por mais uma hora até eu me sentir mais calma para voltar pra casa. Chegamos em casa e Alex nos esperava nervosa, ela havia lido o bilhete e Lari havia escrito outro. Eu não queria falar com ninguém, então deixei que Lari contasse tudo para Alex e fui para o quarto. Chorei até pegar no sono.
Acordei algumas horas mais tarde com a visita de Lili e nossos pais, Stephen havia ido para a casa antiga, é claro, foi bajular o primo.
Tive que contar o que aconteceu para eles e inevitavelmente chorei de novo. Se eu for contar todas as ameaças de morte que Frank recebeu ele não ousaria mais sair de casa. Tive que fazê-los prometer não se meter, eu não queria mais confusão e nem me magoar mais. Ia apenas me dar um tempo e depois tomaria um rumo na minha vida.
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Oioioioi
Estou ficando mais frequente aqui, esse é o poder das férias ermããs heehuehue
Estamos a caminho da reta final amores 😭 pois é, mas eu volto 😏
E aí, o que vocês estão achando? Se gostou não esquece da amiguinha estrela hehe
Próximo cap sai até quarta-feira, até lá
Beeejo no core 💜
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O Idiota do Corredor (Em Revisão)
Подростковая литератураMorando em São Francisco para estudar, Cristal Fox estava acostumada com sua vida monótona. Ela não esperava encontrar um amor, nem o que isso traria. Para Frank Lambrini tudo sempre foi do seu gosto: trabalho, faculdade, amigos e festas. Ele não...