Tom não era real, tampouco possuía família. No entanto, fazia de tudo para entrar no mundo Humano, o nosso. A realidade parecia por demais interessante.
Já que vivia no mundo da fantasia, tudo podia. Criou, então, o “Portal Imaginário para a Terra dos Homens”, o que mais tarde chamaria de ônibus, pois na realidade não existem portais.
Desajeitado, jogou-se em frente à sua criação, cuja placa ao topo indicava que o destino era a Terra dos Homens. Com um enorme estampido, o carro parou pouco antes de atropelá-lo, dando passagem para que Tom entrasse.
Seguiu rumo a qualquer lugar. Tudo para ele era novo e engraçado, tornando a viagem perfeita, de modo que nem percebia o quão esburacadas eram as ruas.
Eis que Tom conhece algo mais estranho do que o esperado: um conjunto de casas, amontoadas umas em cima das outras. A maioria era sem coloração e com tijolos à mostra. Tom se perde ao tentar entrar numa das vielas e depara-se com o local no qual os Homens compram e vendem drogas. Por que não experimentá-las?
Tom conhece, então, a fantasia da realidade, estava completamente dopado. Enjoa desta vida, afinal, assemelhava-se à sua antiga, fantástica.
Ao tentar sair da comunidade, entretanto, percebe que o líder e mais quatro rapazes correm atrás dele. Num estrondo, Tom volta à realidade, à sua realidade, isto é, à fantasia. Foi assassinado porque não pagou o que consumiu.
