Ela acordou cedo e foi tomar café. Como sempre colocou o pão na torradeira e os fones de ouvidos no volume máximo.
Eram sete da manhã mais ou menos. Enquanto ela ouvia a sua banda preferida, colocou açúcar no café, gostava de café adocicado. Depois de pronto ela tomou o café e comeu as duas torradas.
Foi para seu quarto e trocou de roupa, tomando muito cuidado para não fazer nenhum barulho, pois sua mãe estava dormindo. E se acordasse ela teria que explicar o porque dos olhos inchados, e não queria isso. Depois de pronta, saiu e fechou a porta bem devagar. Para sua sorte não acordou a mãe.
Aliviada por ter saído de casa sem acorda-la, ela segue o caminho até a escola. Ficou pensando em qual desculpa daria para suas amigas pela sua cara de desânimo e olheiras profundas.
Ela lembrou de algo que sempre funciona "estou com sono" era a sua desculpa infalível quando não queria dizer os motivos que a deixavam mal.
Ela entrou na sala de cabeça baixa e sentou em seu lugar. Suas amigas imediatamente sentaram-se ao seu lado.
- Ju o que foi?
- O que foi o quê?
- Tá com essa cara de novo...
- É sono, sério.
Ela deitou a cabeça na mesa sobre os braços cruzados, depois ergueu os olhos e viu que elas ainda estavam ali.
- Que foi?
- Eu sei que essa carinha não é só sono.
- Me deixa quieta vai!
Ela abaixa a cabeça novamente na mesa e suas amigas voltam aos lugares, pois a professora havia chegado.
Era aula de matemática, mas ela não conseguia se concentrar em nada. Estava submersa em seus pensamentos. Então a professora percebeu a sua falta de atenção na aula, e chamou ela.
- Julia?
Ela ergueu rapidamente os olhos e encarou a professora que a analisava esperando uma resposta.
- Sim?
- Pode me dizer qual é o resultado dessa equação?
Ela pensou bem no que iria falar, mas não havia a miníma chance dela saber a resposta.
- Pode responder Julia?
A professora já estava impaciente.
- 24?
Todos riem.
- Não, está errado. Mas já que você não está prestando atenção na minha aula, porque não vai dar uma passeada na sala da diretora hein?
Ela engole a seco e se levanta. Todos ficaram em silêncio, mas ela não olhou para ninguém. Simplesmente saiu de cabeça baixa. Ela nunca havia sido tirada pra fora da sala, e em sua mente aquilo era muito grave. Ela chegou na porta da sala da diretora e bateu.

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Meu Primeiro Corte
Non-FictionJulia está passando por um momento muito difícil em sua vida com a morte do pai e brigas em casa com a mãe. Na escola o seu desemprenho está cada vez pior. Ela está começando a ficar sem escolha. O pior pode acontecer. Por: Autor desconhecido Basea...