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        [05 de Dezembro de 2014]



"Eu sei como é se sentir assim, meu pais morreram e isso me tornou mais forte, então quando estiver se sentindo amarga e assustada por causa da sua doença Amberly, me chame no blog poderei te ajudar"...

Att,, Bethany.





Fecho a tela do meu notebook agradecendo mentalmente por mais um dia se encerrar  em uma típica sexta feira. Aproveito minhas pausas do trabalho para poder me esconder no banheiro da cafeteria e usar meu notebook a vontade sem ser vista pelo meu chefe. Mais uma vez ajudei a solucionar um problema emocional, ou pelo menos parte dele. Me chamo Bethany Ward tenho 19 anos e estou no terceiro semestre de publicidade, terminei os estudos com um pouco de antecedência na  turma do médio, eu não sabia que para mim isso viraria um grande problema já que a minha pessoa passou um ano para decidir qual curso fazer.

E ainda escolhi errado.

Antes que as coisas não fiquem tão confusas, eu tenho duas profissões, sim, a que eu faço por amor e a outra faço por necessidade. Trabalho para pagar a faculdade numa cafeteria atendendo pedidos e limpando mesas engorduradas e pias entupidas. O sacrifício é enorme: moro com a minha tia, ou melhor sustento ela, já que a mesma está desempregada a alguns meses e a única que consegue manter a renda sou eu, que para o nosso azar é muito pouco.

Saio do banheiro guardando o notebook na mochila e voltando para o meu posto antes que alguém dê por minha falta.

"Aí está você". Cristine minha colega de profissão me surpreende aparecendo na porta do banheiro como se já soubesse bem onde eu estava.

"Nem mais uma palavra mocinha". Ela me impede de passar pelo balcão estendo um bloco de notas com diversos pedidos anotados para eu fazer.

"Olha me desculpa. Eu sei que as vezes eu perco a noção do tempo naquela cabine de banheiro, mas eu preciso ajudar aquelas pessoas". Sussurro mais para mim do que para ela. Cristine sabe meu segredo por aqui na cafeteria, eu reverso minha estadia e por vezes acabo deixando- a com a maior parte do serviço. Mesmo assim a garota tem a paciência de não contar para o nosso chefe, o Hugo que eu fico matando o trabalho para ajudar outras pessoas... Eu sinto que elas necessitam de um conselho e eu não nego, embora eu o considere meu segundo trabalho não recebo um centavo por isso. Não cobro um tostão para manter a mente de desconhecidos numa tela de computador sãs.

"Por que você não tenta fazer algo que ama"? Estimula Cristine, não é a primeira vez que temos essa conversa e ela sabe exatamente minha resposta.

Eu não gosto de publicidade, nunca gostei. Prometi aos meus pais quando estavam vivos que ingressaria na faculdade e traria muito orgulho a eles. Falhei miseravelmente por não consegui a bolsa de psiquiatria mas ganhei metade da bolsa de publicidade. O reitor foi bem bacana comigo sabendo exatamente dos meus problemas financeiros.


"Você sabe que eu não posso pagar". Reviro os olhos.


"Tenho certeza que se você falar com a sua tia ela poderá te ajudar".

Solto uma risada.

Minha tia Annie, é a típica pessoa que não conseguiu casar e a única que restou que suporta suas reclamações sou eu. Tem 45 anos mais espírito de 80, desde os 12 fuma incansavelmente. Foi expulsa do antigo emprego de cuidadora de idosos. Ela relatou para mim que foi demitida por não saber cuidar direito dos velhinhos, porém essa não foi a resposta de um dos filhos deles; muitos alegaram que tia Annie oferecia cigarros aos de idade. De fato ela mereceu a demissão.

Isso é o cúmulo da bizarrice

"Não ela não pode me ajudar". Meu pensamentos voltam a Cristine que ainda espera por uma resposta minha.
"Agora, preciso terminar esses pedidos Cris, mas uma vez Obrigada".


"Pense no que eu te disse".


Cris despede-se de mim encerrando seu turno, de vez em quando sinto uma pontada no coração por não ter ninguém para abrir meu coração, alguém pra abraçar e me dizer que vai ficar tudo bem, sinto falta do cheiro de rosas de Jardim que minha mãe exalava e das vezes que meu pai contava-me histórias de ninar.

Tudo isso acabou...





Jdjdjdjjd desculpem a demora estava demasiada ocupada. Queria fazer algumas correções: na introdução eu havia citado "mãe"mas quis dizer tia..  Com o tempo vcs vão entender por que se não digo espoiler :c

Os capítulos vão ser mais ou menos desse tamanho, com o desenrolar da história aumentarão.

VOTEM!VOTEM!

Beijos amores <3

                    Com amor,, Mandy


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