Capítulo 4

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Helena se arrumava para ir ao trabalho e pela sua cabeça não passava nem a idéia de que sua filha estava tramando algo. Costumada a ver Maite sempre estudando ou cantando quando ia trabalhar, ela pensou que sua filha seguiria esse mesmo ritual hoje. Porém, sua mente de mãe estava enganada. Maite estava pronta para dar a sua escapada da noite.

Tocando violão no quarto, Maite olhava sempre para a porta de seu quarto, que estava aberta, vendo se a mãe sairia logo. Até que Helena apareceu na porta e disse:

- Tem comida pronta, então você não precisa fazer nada, viu?

- Uhum, mãe. Pode deixar! - assentiu.

- Você vai ficar bem caso eu me atrase?

- Mãe... - Maite riu. - Quando você chegar, eu estarei no décimo sono.

- É... - teve que concordar. - Você tem razão, bom eu vou lá, se não me atraso. Beijinhos e qualquer coisa, me ligue.

- Ok, mãe. Bom trabalho.

Maite esperou pacientemente até sua mãe pegar o carro e sair. Soltou o cabelo na frente do espelho e abriu o roupão, mostrando já estar pronta. Dali até o centro da cidade eram exatos 40 minutos. E ela tinha ao todo uma hora para chegar lá. Passou uma rápida maquiagem e foi para o ponto de ônibus.

Estava frio, porém ela não sentia. Estava muito ansiosa. Queria saber se tiraria uma foto com eles, se abraçaria William, principalmente. Aquele momento ficaria eternamente tatuado em sua memória.

O ônibus por fim chegava, e ela comemorou baixinho por aquela oportunidade. Entrou, pagou a passagem e se sentou.

Os 40 minutos da viagem passaram voando e logo ela estava em frente ao bar sofisticado "Hayle's". Havia algumas pessoas entrando, e ela não demorou muito para entrar também. O lugar era bonito, ela admitiu.

Olhando redor notou que o mesmo tipo de pessoas eram as que habtavam frequentemente aquele lugar: Fanáticos por rock n roll.

Ela se sentou no bar e pediu uma vodka, para começar bem a noite. Enquanto bebia, olhava ao redor e percebia que alguns homens a olhavam, ela sem jeito, desviava o olhar, pois todos tinham idade para ser seu pai.

Nos bastidores, a Banda se preparava para mais um show. Todos se vestiram, e agora afinavam seus instrumentos.

- Se eu soubesse que o show seria aqui... - reclamou Will.

- Eu acho aqui bem legal. - Poncho disse sendo franco.

- Eu também, mas é sempre a mesma galera. Enjoado de ver o mesmo público sempre, sacou?

- Uhum, sei como é. As vezes tenho isso, mas veja pelo lado bom. Significa que curtem nosso trabalho. Ih cai entre nós, melhor ser o mesmo público do que nenhum né? - os dois riaram.

- Sim, sim. É verdade Poncho. Dessa vez sou obrigado a concordar.

- Hey vocês. Já terminaram de passar batom? - Ucker riu e se aproximou dos amigos.

- Hahaha, muito engraçado, você... - Poncho deu um leve empurrão nele.

- Eu só tô zuando. As cortinas já vão ser abertas, melhor irmos logo. - comunicou e se retirou.

Will e Poncho foram direto para lá e se aprontaram em seus lugares.

Umas faíscas de fogo apareceram sobre o palco, informando que a hora do show tinha chegado. Mas droga, já tinha um público imenso lá na frente. Ela teria que fazer muito esforço para andar no meio das pessoas pulando e berrando, mas não desistiria. Se pôs a andar entre as pessoas, esbarrando em umas e outras. Dessa vez William não tinha o que reclamar. Tinha muita gente. Uma voz se ouviu, não era de nenhum integrante ou algo assim. Era a voz do dono do bar que dizia:

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