Guardiões Do Destino - Livro I - A Busca Pelo Improvável

Cap II - Ária

"(…) Quem pode emendar-me a sorte?
A morte.
E bem de amor quem alcança?
Mudança.
E seus males quem os cura?
Loucura.
Então, em vão se procura
Remédio algum a tais chagas,
Sendo-lhe únicas triagas
Morte, mudança, loucura." ( Dom Quixote de Lá Mancha, Miguel de Cervantes).

A leve brisa fria em meu rosto dizia que estava na hora de acordar. O sol ainda não aparecera, mas a aurora já estava em seu ponto mais belo.

Apesar de verão, o lugar onde moro não é tão quente assim, mesmo se tratando de Nova Zelândia, pois moro nas cordilheiras no Hooker Valley, de vista ao monte Cook e do lago Pukaky. É maravilhoso morar alí, apesar de estarmos vivendo ilegalmente...

Aliás meu nome é Ária, e minha família é integrante do "centro de treinamento Roleyvard", pelo menos esse é o nome no qual referimos, pois é ali que aprendemos sobre a caça de criaturas estranhas, onde fazemos o possível para que ninguém acredite que " monstros" existem.

Sim, monstros.

Pelo que minha mãe me conta faz uns trinta anos que essas criaturas começaram a aparecer, e com isso seu pai, um dos primeiros a descobrir e matar esses monstros criou o centro de treinamento para que a familia dele e de um de seus amigos que acreditava nessas histórias, pudessem se juntar e caçar essas criaturas.

No começo não deu muito certo. Pois eles tentavam esconder de toda a população, como também de todos os tiras que descobriam  os acampamentos ilegais e as armas que haviam ali. Mas o centro progrediu, tendo alguns integrantes no mundo todo, e por mais que muitas mortes foram ocasionadas por esses monstros, ninguém nunca desconfiou de sua existência.

Bem, eu apesar de estar no centro desde que um homem me entregou para meus pais de criação,        ( sim, eu sou adotada, e me sinto muito feliz por ter caido nas mãos dessas pessoas tão bacanas), eu nunca encontrei uma dessas criaturas, e apesar de diariamente desde que eu me entendo por gente lidar com armas de todos os tipos, e ser treinada de diversas formas e maneiras, EU NUNCA FUI A UMA CAÇADA.

Sim, nunca ninguém me deixou ir à uma caçada...

O que eu nunca entendi o porquê, pois eu tenho capacidade... Sempre ganho do Alan, um dos melhores do centro, que sempre acaba ficando com as partes mais difíceis das missões, e ainda assim eu não posso fazer nada além de treinar, pois meus pais dizem que é importante para mim se algum dia eu precisase sair dalí... Mas por que eu sairia? A não ser que eu pudesse ir a alguma missão, o que era impossível, talvez por ser a única filha de Alstin e Sarah, os dois não querem me perder. Pelo menos é isso que posso pensar.

Aliás eu considero o Alan como meu irmão. Ele tem uma historia parecida com a minha... Nos abandonaram no centro. Ele um ano antes de mim, quando ele tinha uns seis anos, e eu quando tinha algumas semanas de vida,( ele agora já tem vinte e oito anos, e eu acbei de completar faz uma semana, no dia 12 de julho 21) e muitas vezes que converso com Alan sobre essas coisas vejo que apesar de eu me sentir triste e tentar entender e explicar o porque de nos abandonarem, Alan fica ainda mais, com seu semblante sério, como se estivesse procurando algo na sua mente... Mas não estivesse lá. Minha mãe disse que é porque ele chegou aqui sem memória.