Capítulo 57

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Eva narrando

Foram dias, talvez noites, ou tardes, não sei dizer. Mas parecia que hora em hora, Alex vinha e me tomava. E cada vez pior. As últimas vezes, ele me bateu e me deixou marcas por todo o meu corpo. Estava cheia de hematomas. Meu rosto está ardendo ainda por conta do último tapa que ele me deu e esse era só mais um de vários.

Quanto mais eu resistia, mas ele me batia. E se eu fizesse qualquer coisa que o desagradasse ele não trazia a comida, a única coisa que ainda me dava forças para continuar nesse quarto.

Todos os dias tenho pesadelos horríveis tanto com o meu Pinguim, quanto com o meu deus grego que provavelmente deve está feliz com a puta colombiana dele. Só de pensar nisso, meu coração se aperta.

Será mesmo que ele me trocou? Ele abandonou a gente, por uma qualquer?

Só de pensar minha cabeça doí. Talvez sejam os chifres crescendo!

Eu pensei que Alex tivesse inventado aquilo só para me fazer chorar, e ele conseguiu, mas se não fosse verdade, Guilherme já teria me ajudado a sair desse inferno. Ele não me largaria aqui, ainda mais nas mãos de Alex sabendo que ele tem tanto ódio de mim, se realmente não tivesse me largado.

Depois de ter sido abusada por Alex, inúmeras vezes, eu realmente desisti de ter esperança que ele vá aparecer para ajudar a mim e o nosso filho, que infelizmente não tem culpa de nada, só que está submetido a isso por causa de mim.

Eu não posso contar com mais ninguém para me ajudar. Não sou mais policial e o Guilherme se esqueceu de mim. Quem diria que aquela nossa ultima discussão seria a nossa ultima vez? O nosso ultimo beijo?

Ah! Inferno.

Passo a mão no rosto enxugando minhas lágrimas que intimava a cair. Comi o restante do pão duro que Alex me trouxe como castigo pela minha ''malcriação'', como assim diz. Mesmo duro, eu comi e bebi a última gota d'água.

A porta rangeu e se abriu em seguida, não olhei, pois sabia que era Alex.

Continuei cabisbaixa comendo o pão que era mais duro que madeira.

Uma risada feminina ecoou pelo quarto.

-Ora, ora. –Disse zombateira. –Quem diria que a vagabunda chegaria a esse ponto? -Comentou

Era Amanda com a sua risada de vadia mal amada.

-Como esperei por esse momento. –Disse sorrindo.

A praga continuava linda, só que dessa vez tinha os cabelos curtos até o ombro, escorridos e ela estava morena.

-Sentiu saudades de mim? –Perguntei, entrando na sua onda.

-E como. –Respondeu com o semblante fechado.

Larguei o pão na bandeja e me levantei para encara-la. Ela ao menos não trancou a porta, eu tenho uma chance de sair daqui. E eu tinha que me agarrar a essa chance.

-Veio aqui para me dá um abraço? Porque sinceramente não precisa. –Digo e ela cruza os braços.

Ela torceu o nariz e franziu o cenho.

-Vim lhe dá o que você merece! –Ameaçou.

Engoli em seco.

-A é? E oque seria?

Seus olhos ficaram estreitos e ela voou para cima de mim, como um vulto.

Só percebi quando ela já estava em cima de mim, lascando a mão na minha cara e puxando meus cabelos. Não deixei por menos, puxei seus cabelos e acabei rasgando sua camisa. Ela prendeu minhas mãos com os seus joelhos e começou a bater novamente em meu rosto.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora