Capítulo 58

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Eva narrando

Suspirei fundo. Continuei sentada em frente à porta, esperando Alex vir. Desde quando ele me levou para tomar banho, ele não voltou mais. Continuo recebendo a comida, através dos seus comparsas. Quando pergunto por Alex, eles não respondem. Fingi que eu não existo. Comecei a contar a partir do dia do banho, e provavelmente hoje faz dois dias que Alex não veio me ver. Ao menos espero que seja isso.

Não sei o que aconteceu, não estou preocupada com ele, nada disso, só que ele disse que se eu me comportasse iria me levar até o meu filho, porém me enganou. Ou alguma coisa está acontecendo...

Realmente acho que estou ficando louca aqui dentro e eu não sei mais oque fazer para não piorar a minha situação. Gritar não adianta, isso só me prejudica. A única solução é esperar, e isso é um inferno. Odeio esperar, ainda mais dentro de um quarto pequeno e frio.

Tentei por inúmeras vezes me entreter para eu não surtar de vez, só que não adianta. Estou tão machucada, magra, com fome e sede, e esse quarto fede a minha urina.

Não aguentava chorar até porque isso não resolve, mas não consigo não fazer isso. Só de lembrar no meu filho, na minha vida e em mim, eu choro. Eu sinto medo, muito medo e não faço a mínima ideia do que realmente vai acontecer comigo. Posso morrer ou não. Tudo depende do que Alex têm em mente.

Limpo as lágrimas e me levanto. Encosto meu rosto na porta afim de tentar ouvir algo. Mas nada.

-Tem alguém aí? -Gritei mais alto que podia. Nenhuma resposta. -Yuri? -Chamei. -Yuri por favor, me responde.

Tudo estava silencioso.

Abraço meus braços finos e faço de tudo para me manter quente, já que o quarto fazia muito frio e a coberta que eu tinha mal bem esquentava.

Caminhei até o colchão contando os meus passos. E de repente a porta foi aberta.

Era Amanda. Ela segurava uma garrafa de vinho e uma taça nas mãos. Dessa vez ela não estava com o seu sorriso falso. Seu semblante era carregado de seriedade.

Fiquei calada e sentei no colchão.

Ela fechou a porta e ligeiramente, sentou na beirada do colchão. Abriu a taça e se serviu de vinho. Ela bebericou a bebida com os olhos fitando a parede.

-Amanda? -Chamei e ela continuou imóvel. -Você tem notícias do meu filho?

Ela abaixou o olhar e bebeu todo o vinho da taça e pôs mais.

Ela não respondeu.

Bufei.

Abracei meus joelhos, e fiquei calada. Ela não iria mesmo me responder.

-O que ele viu em você? -Indagou. Seus olhos se prenderam nos meus.

Ela falava do deus grego.

-Uma policial traidora, safada e cretina. Ele poderia ter tudo ao meu lado, eu daria filhos a ele, seria fiel até a sua morte, viveríamos felizes e ainda assim ele preferiu tu. -Disse amargurada.

Amanda era a mulher ideal para o Guilherme, dói ter que admitir isso, mas é verdade. Os dois tem muito em comum e ela ainda é apaixonada por ele.

-Por que você teve que aparecer? Por que estragou a minha vida? Eu fui presa por sua causa! -Alterou a voz. -Você não vale essa merda toda.

-Eu não devia nem ter entrado nessa merda. -Digo e ela começa a rir.

Ela não parava de rir.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora