Boom Boom Boom

Lúcia

Às vezes eu só queria sumir, mas não agora, estou em uma festa, me sinto um pouco bêbada e aproveito cada segundo da música que toca, que eu adoro, amo festa pop, me divirto em níveis absurdos, canto todas e bebo também...

– Ei, tá cambaleando já? – Indaga meu amigo Fred, me segurando pelo braço

– Eu não, só tropecei no batente – o respondo e me solto dele após subir as escadas

– A gente nunca tinha vindo aqui, você gostou? – diz ele quase gritando para que eu possa ouvir

– Eu adorei!! As músicas são as melhores de todos os lugares que já fui – digo enquanto danço ao seu lado

– Está muito boa mesmo – ele diz e bebe um pouco do que estava em seu copo, eu bebo um pouco do meu também

– Cuidado, não quero ter que cuidar de você bêbada, vou chegar cansadão – ele para de dançar e põe as maõs na cintura – estamos aqui há quantas horas?

– Umas quatro eu acho

– Ainda bem que amanhã é domingo

– Pois é, por isso vou ficar até a festa acabar – digo e continuo dançando e cantando

Dançamos tanto que meus pés estavam começando a doer, mas a vontade de cantar e dançar as músicas que tocavam era maior do que aquela dor. Gritei bastante cantando as músicas, me emocionei, dancei, pulei, bebi, vivi. Foi uma noite maravilhosa, principalmente porque Fred estava comigo, sem ele às vezes fico meio deslocada.

– Estou chamando o uber – Fred me diz e eu concordo com a cabeça, enquanto aguardávamos na calçada do local de festas

– Eu amei essa festa – digo e bocejo logo depois

– Eu também, ficamos umas seis horas no total, aproveitamos tudinho

– E aquele cara ainda veio dar em cima de mim, fala sério, tanta gente mais bonita do que eu – digo enquanto olho para o céu com poucas estrelas

– Tava tão escuro que a beleza era pouco relevante; você cantou todas e dançou tudo, Lise – ele me encara – chamou atenção só por ser você

– E você, nem ficou com aquela moça bonita

– Ela tava super bêbada, credo – nos entreolhamos e rimos um pouco – acho que nosso uber chegou

Entramos no carro e fomos indo para casa; eu quase dormi no caminho, apesar de estar super feliz por a festa ter sido ótima

Só me lembro de chegar em casa, comer uma torradinha, tomar banho e cair na minha cama fofinha; mas eu nem cheguei a dormir, tava ouvindo um barulho horrível, até eu não aguentar mais e ligar para o Fred

– Tá ouvindo esse barulho, amigo?

– Infelizmente sim, é bem aqui do lado

– Você sabe o que é? Tô querendo dormir

– Acho que tem alguém de mudança

– Essa hora da noite??? Credo, são quase meia noite

– Né, que esquisito e incômodo

– Fazer o que né, sempre soube que era melhor ter ido para aquele condomínio

– Cujo não podemos pagar, senhorita

– Enfim, será que vai demorar?

– Amiga, eu abri a janela aqui e parece que já tem uma senhora reclamando lá

– Sério?? E como está indo?

– Sei lá, não ouço nada

– A gente devia ir reclamar também, eu quero dormir, você sabe o quanto eu amo dormir