Thomas nos guiou até seu carro que não estava muito longe da entrada da escola. O abriu e logo colocou Susan no banquinho de elevação, passando o cinto pelo pequeno peito dela.
Fiquei sem saber onde me sentar, se ao seu lado, ocupando o banco do passageiro ou em algum banco de trás. Talvez notando minha indecisão, Thomas abriu a porta do passageiro para mim e esperou que eu entrasse para fechá-la.
Segundos depois, Thomas colocava o carro em movimento, Susan esticou o braço e o pai logo entendeu, ligando o rádio para ela e sintonizando numa rádio pop. Ela ficou cantando as músicas baixinho e embolado, enquanto brincava com um ursinho que tinha por perto. A sua frente, Thomas imitava as batidas no volante e murmurava a canção, tão baixo que eu quase não ouvia sua voz. De contrapartida eu estava inquieta, com minhas mãos soando e olhando aqueles dois vez ou outra. Tão felizes e animados, o que teriam passado para serem assim?
Eu não sabia o motivo para eu pensar assim. Pensar que para ser, momentaneamente ou não, feliz, precisava-se passar por muitas coisas, às vezes difíceis. Talvez seja pelo que eu vivi, tendo que passar por cima dos desejos dos meus pais para poder fazer o que eu sempre sonhei, como minha faculdade. Ou terminando um namoro fracassado, para ser livre, e voltar a fazer o que eu queria...
— Ellie? — Susan chamou, quando ela dizia meu nome parecia ter um sotaque diferente, pois soava como "Elí", eu achava isso encantador. Vir-me-ei para ela. — A tia Irina também era sua professora?
— Sim, desde que eu era bem pequena — Contei sorrindo.
— Então eu vou ficar boa igual você! — Exclamou dando pulinhos sobre a cadeirinha, que na verdade era só uma pequena elevação.
— Claro que vai. — Assenti. — Mas tem que se dedicar muito, viu?!
— Eu sei, o papai diz isso todo dia — Disse fazendo Thomas assentir. Ela tinha apoio, e isso para mim era uma das coisas mais essenciais quando se está começando algo como a dança, mesmo que sendo tão pequena.
— Que bom... — Respondi olhando para Thomas de relance.
Não demoramos a chegarmos ao tal restaurante, ele tinha uma aparência rústica e bem conservada. Grandes janelas, mesas e de madeira lustrada, e com dois ambientes, o de dentro e a varanda que também possuía mesas.
Thomas estacionou perto da entrada e saiu, tirou Susan do assento e saiu com ela no colo, saí também e os segui para dentro do estabelecimento. Sentamos em uma mesa facilmente e eu julguei que estava vazio pelo horário, já passava da uma da tarde, aquele lugar tinha cara de que enchia sem dificuldade.Não sabia se era o certo a se fazer, almoçando com Susan e Thomas, estava saindo com Alex e ontem mesmo havia dormido com ele, mas eu não estava fazendo nada de mais, não é?
E, além disso, Alex também não havia dado minha falta, pois nem tinha me ligado ou deixado uma mensagem. Eu havia sido um tanto precipitada em relação a nós dois? Minha avó certamente me reprovaria se estivesse aqui. Entretanto, quem era ela para julgar sendo que teve um filho fora do casamento e ainda escondeu de todos, o entregando para adoção?!
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A Um Solo do Amor
Chick-Lit♥♥ Vencedor do Wattys Justo 2016, Primeiro lugar no Projeto Descobrindo Escritores ♥♥ Ellie tinha duas escolhas: viver remoendo seu passado infeliz ou criar um novo presente e futuro para si. Felizmente, ela escolhe a segunda opção. ...