12. BENJAMIN

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Desliguei meu despertador, não queria acordá-la. Minhas costas estão doendo, mas me recuso a mover um músculo. Ao olhar para seu rosto sereno, os cílios compridos, o nariz tão bonito, os lábios tão convidativos... O que estou pensando? Katherine é boa demais para um cara como eu. Os hematomas em seus braços me fazem querer surrar Kellan. As cenas de ontem à noite, as lágrimas escorrendo pelo rosto da minha mulher foram o suficiente para me fazer desejar Kellan Ferris preso pelo resto da vida.

Saber que Robert Thompson também era motivo do seu choro deixou tudo ainda mais confuso. Como aquele filho da mãe foi capaz de abandonar a própria filha? Katherine não merecia estar passando por tudo isso. Ontem, quando ela estava nervosa e desesperada em meus braços, nada mais importava nem a presidência, a construtora ou o fato de nosso casamento não ser real. Eu só queria que sua dor cessasse, só queria vê-la sorrir ou ouvir alguma resposta ríspida que me faria rir em seguida.

Há anos eu não falava com Ele, depois de tudo não conseguia encontrar um motivo para me aproximar. Entretanto, quando Katherine Coleman ruiu em meus braços eu soube que somente Um poderia consolá-la e atenuar tamanha dor. Então eu ousei me aproximar, eu quis acreditar que Ele poderia me ouvir por ela. Fico feliz por saber que Ele ouviu. Katherine adormeceu em meus braços e dormiu tranquila a noite inteira. Agora, olhando para o seu rosto, apesar de todo o caos que a rodeia, ela possui a paz que excede todo entendimento.

A mulher se remexe em meus braços. Lentamente, abre os olhos e sorri. Não parece a mesma mulher que eu convidei para correr às seis da manhã ontem. É inevitável não retribuir o sorriso, embora ela ainda não pareça ter noção de onde está.

— Bom dia — Sussurro, afagando seus cabelos.

O que eu estou fazendo?

— Bom dia — Responde-me da mesma forma.

Ao perceber onde está, Katherine dá um pulo e se afasta. É fofo vê-la envergonhada e com as bochechas vermelhas.

— Dormiu bem?

— Sim, obrigada. Que horas são?

— Dez da manhã.

— Você não vai trabalhar?

— Pensei em passar o dia com a minha esposa — Dou de ombros.

— Você ficou a noite toda aí? Deve estar com as costas doendo.

— Eu dormi muito bem, não se preocupe — coloco-me de pé — Vou pedir para Judith preparar o café. Quer comer aqui?

— Por mais que eu deseje ficar o dia inteiro nesse quarto, eu preciso reagir.

— Vou me arrumar no quarto de hóspedes, pode ficar à vontade.

Pego algumas mudas de roupa e minha escova de dente.

— Ben?

Não sei exatamente o que acontece comigo quando ouço meu nome sair de seus lábios. Viro-me para encará-la e já a vejo de pé.

— Kat? — Não consigo conter o sorriso que insiste brotar nos meus lábios.

— Obrigada por ontem e... Deus ouviu sua oração.

— Fico feliz por isso.

Com um sorriso em meus lábios, deixo nosso quarto e caminho até o quarto de hóspedes mais próximo. Troco de roupas e me arrumo rapidamente. Peço a Judith para preparar um café especial, acho que Kat ficará animada com isso. Ligo para a empresa e peço o número de Lucy Wilson. Preciso falar com ela, além do mais, acredito que Kat ficará contente em ver a melhor amiga.

Oi, Lucy? — questiono assim que ela me atende.

Sim, quem está falando?

Benjamin.

Primeiro Amor • Livro 1 | Série Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora