My Little Cousin × {Myg ♡ Pjm}

Only

Era a décima vez que o garoto de cabelos verdes se olhava no espelho. Se sentia um perfeito idiota por usar aquela roupa tão formal. De fato, jantar em família é um saco para qualquer um. Ajeitou a gravata e andou até seu carro. Estava no mínimo cinco minutos atrasado - propositadamente - deu partida e sabia que não demoraria a chegar e isso fez com que ele desejasse estar em casa, mais uma vez, de baixo das cobertas, assistindo um filme qualquer, poderia ser até romance, ele não reclamaria.

"Que se foda" pensou ao entrar pela porta branca. Já estava pronto para ser bombardeado de perguntas. Viu sua tia chata, viu sua avó que já não batia bem da cabeça e o pior - melhor, queira se dizer - o filho da puta do seu primo gostoso ainda mais gostoso. Park Jimin era tudo isso e muito mais, ninguém ousaria discordar, mas o que tem de fodível também tem de babaca.

Min Yoongi respirou fundo uma, duas e até três vezes para cumprimentar um a um na tal sala. Sentou no sofá com sua típica pose e se perdeu encarando as fotos antigas na parede velha. Só estava vinte minutos ali e já tinha as conclusões de que aquilo seria uma perda de tempo.

Perdeu as contas de quantas vezes encarou o relógio até sua mãe avisar que já estava tudo pronto. Não aguentava mais seu tio falando da nova secretária e perguntando quando Yoongi iria apresentar sua futura esposa e naquele momento Min respirou fundo novamente. A questão é, ele no auge de seus vinte e quatro anos, era gay, não assumido, mas isso não muda o fato de que, ele não vai arrumar uma namorada e muito menos uma esposa, esta era uma das poucas certezas que tinha sobre sua vida.

Aquilo estava chato, qualquer um presente ali poderia confirmar. Pensou em várias formas de se livrar daquilo, mas se perdeu por completo quando sentiu um pé em sua panturrilha por baixo da mesa. Engoliu seco porque já sabia o que era ou melhor, quem era. Disfarçadamente, ergueu a toalha de mesa e pode ver o all star que alisava aquela parte de seu corpo. Fitou quem estava em sua frente e viu o falso ruivo com um sorriso sacana no canto dos lábios. O menor que não tinha vergonha alguma - apesar de ser mais novo - agora fitava o maior intensamente, passou a língua entre os lábios e seguiu com a conversa chata sobre coisas extremamente chatas.

Agradeceu mentalmente os deuses ou qualquer força espiritual quando tudo acabou. Tudo uma vírgula, sua mãe pediu, vulgo, mandou Min dormir ali para matar a saudade e apesar de ser bem grandinho, ela ainda era sua mãe e não seria nada agradável ir embora dando tchauzinho com um sorriso sacana daquele jeito que só ele sabia fazer.

Notou que já passava da meia noite e mesmo assim os benditos familiares riam escandalosamente sem se importar se o vizinho do quatrocentos e dois ia denunciar ou algo assim. Bocejou umas quinhentas vezes - sem exagero - até aquela situação se tornar insuportável o bastante para ele arrumar uma desculpa farrapa e ir dormir.

Subiu os doze degraus e entrou na porta que se encontrava a sua esquerda. Fechou a mesma, sem trancar, sabia que ninguém iria atrapalhar, pelo menos, era isso que achava. Encarou o próprio reflexo e sua imagem era deplorável, não é para menos, acordava cedo de segunda a sexta e ainda era obrigado a aguentar um bando de gente sem educação ou paciência, que seja, metade daquele pessoal ele entendia e a outra metade ele tinha vontade de mandar tomar no cu.

Suspirou aliviado ao se livrar de toda aquela roupa social e pegou uma camisa antiga e sua famosa calça de moletom ao abrir o antigo guarda-roupas e tomou o tão esperado banho. Já vestido, se enfiou de baixo das cobertas e fechou os olhos. Chegou na melhor parte do seu dia, se não fosse pela maldita porta ser batida com certa força e a figura do garoto baixinho em pé ao lado da cama com o mesmo sorriso de antes só que dez vezes pior.

- Tá dormindo? - Perguntou baixinho, enquanto brincava com seus pequenos dedos.

- Tô. - Saiu em tom ríspido e alto o suficiente para fazer o ruivinho cogitar sair dali.