Acordo com a luz do sol no meu rosto, minha cabeça lateja, meu corpo está mole, é quase impossível mas forço meus olhos a se abrirem, fechando-os imediatamente por conta da claridade, abro um de cada vez, levando a mão até minha testa pois está tudo girando, observo onde estou e percebo que é meu quarto, espera eu não lembro de ter vindo para cama, tento me lembrar do que aconteceu ontem, mas em minha mente só tem meros flashes, me recordo de ter falado com o Arthur, tomei banho, bebi demais, por um breve momento lembro de eu falar ao telefone, vomitado e não lembro de mais nada, eu não sei se isso realmente aconteceu, não tenho certeza se falei com alguém ontem tirando o Arthur, estou confusa e meus pensamentos estão bagunçados, fazendo minha cabeça doer ainda mais , tomo um susto por perceber que tem mais alguém no meu quarto. O que ele está fazendo aqui?
"An, o que você está.....aí isso dói". A dor de cabeça parece triplicar pelo esforço que fiz para falar algo, o Lucas está sentado no meu sofá de janela, com o semblante sério, eu não sei o que falar nem como agir, ele nunca olhou pra mim com essa cara e são rara as vezes que o vejo bravo com algo, eu não sei o que fiz mas deve ter sido algo muito errado pra ele estar desse jeito.
"Lucas? Tá tudo bem? Olha eu fiz alguma coisa? Se eu fiz algo me diz porque eu não lembro de nada." Falo deixando meu desespero transparecer na minha voz, ele se levanta me entrega uma caneca de café e volta a se sentar com os olhos bem presos aos meus, desvio do seu olhar e fico encarando meus dedos segurando a caneca.
"Você foi uma irresponsável ontem, quantos anos você tem? Dez?" Sua voz é firme, o que me fez lembrar quando meu pai brigava comigo e com meu irmão. Eu estava com vergonha e não conseguia olhar nos olhos dele, queria cavar um buraco e me enterrar lá pra que ninguém me encontrasse, tomei um gole do meu café ouvindo ele prosseguir.
"Você pensou que podia simplesmente ficar bêbada enquanto estava sozinha em casa e tudo bem? E outra quem é Arthur?".
Meu coração congelou, minha mão começou a suar, meu estômago começou a rejeitar o café que eu havia acabado de beber, eu não me lembro de absolutamente nada do que aconteceu depois que tomei o quarto gole de vodca. Hipoteticamente eu possa ter contado pro Lucas sobre o Arthur? Talvez. Mas nem imagino o que possa ter falado. Em um movimento rápido coloco a caneca na minha mesa de cabeceira e corro pro banheiro, vomitando todo o líquido que ingeri a menos de cinco minutos.
" Você está bem?"
Levanto meus olhos vendo que sua expressão suavizou um pouco, apesar dele continuar bravo, posso perceber sua preocupação comigo. Concordo levemente com a cabeça, levanto do chão, escovo meus dentes e lavo o rosto em silencio, caminho para o quarto, com o Lucas atrás de mim, me sento na cama cobrindo minhas pernas com minha manta preta, ele se senta aos meus pés e fica me encarando com seus olhos azuis, fico observando meus dedos inquietos em cima da minha perna, aquele silencio está começando a me incomodar.
"Eu estou bem", digo finalmente.
"Bem?" Seu semblante esta sério, mas ele fala com o tom de puro deboche
"Sophia você tem consciência do que você fez ontem? Bebeu, me ligo de madrugada, chorou igual criança por causa de um tal de Arthur que mora sei lá onde, ainda falou que mentiu e escondeu de todo mundo, e do nada a ligação fica muda. Você sabe como eu fiquei? Eu sai de madrugada da casa dos meus tios, quando cheguei aqui tive sorte por esbarrar com seu irmão no portão e quando entrei no seu quarto vejo você desmaiada no banheiro, sorte sua seus pais terem chegado um tempo depois. Ah eles não estão bravos com você, porque eu falei que a gente ficou assistindo filme até tarde e você acabou pegando no sono." Ele falou tão rápido que não consegui achar nenhum argumento bom pra me defender, na verdade não tinha nem como, eu sabia muito bem o que eu estava fazendo ontem e mesmo assim bebi, agora é só assumir as consequências, é como aquela lei de newton cada ação tem uma reação.
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Relentless Love
RomanceSophia Beaumont é uma jovem no auge de seus dezesseis anos. Dançarina, aluna dedicada e filha exemplar, é o orgulho da família. Sua vida é tão simples quanto sua lista de amigos, que pode ser reduzida em apenas dois nomes: Lucas e Gabriel. Os dois d...