Confissões de uma Suicida

Primeiro momento

Já estou cansada de tudo isso. De ir dormir todos dias com uma vontade de nunca mais acordar, sorrir quando na verdade estou destruída por dentro, ser julgada diariamente, mentir dizendo que estou bem e que não preciso de ajuda mesmo sendo para não preocupar os demais, de me sentir no fundo do poço, olhar no espelho e sentir nojo e desprezo de mim mesma, de conter sentimentos "obscuros " que de alguma forma me tornaram aos poucos e levaram-me até a mais profunda solidão, ficando no meio de muitas pessoas, mas mesmo assim me sentindo só e de todos esses clichês, que se tornou um verdadeiro tabu. Pode não parecer, contudo me esforço, juro para você que tento ser forte e suportar tudo o que acontece, tento suportar a falta ou até o excesso de sentimentos, meio paradoxo , porém, tento. Todavia não consigo parar de pensar besteiras, mesmo tentando evitar tem horas que quase as executo e isso me corroe e é quando a angústia e o desespero bate e desabo em um canto que por um acaso estou nele até agora.
Não consigo evitar as lágrimas caírem descontroladamente pelo meu rosto, minha cabeça começa a latejar de tanto chorar, tento dizer para mim mesma que está tudo bem, que sou forte e não devo ficar assim, mas por um momento não conseguindo controlar meus impulsos e sem pensar em nada, esqueço o que é está lúcida e em uma fração de segundos pego minha lâmina, a mais fiel companheira de todas, e no que era para ser apenas um corte se transforma em um maldito sentimento de culpa, por ter feito novamento o que prometera nunca mais fazer, e de dor por não saber quanto tempo mais irei aguentar mentir para mim mesma e fingir que sou feliz sendo que não está nada bem, que por conseguinte, se converteram para mais cortes.
Minha vida se resume a isso. Eu vivo sem viver, sobrevivo querendo morrer, sorrio querendo chorar, respiro querendo que meus órgãos falhem. É como se eu morresse toda vez que abro os olhos e gritasse em silêncio me afundando no meu próprio eu e perdendo-me nesse imenso universo particular que criei onde a morte ronda minha cabeça dizendo que é minha única saída.
Não sei o que é pior, gostar de está no precipício ou a falta de habilidade para resistir ao mesmo.