•15• Help Me

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Estava perdida em meus pensamentos quando a porta foi aberta novamente, dessa vez por Erbet. Meus olhos arderam quando a luz, que antes era impedida pelo ferro, invadiram minhas pupilas.

— Filha, filha... — balançou a cabeça em negação — Primeiramente, gostaria de me desculpar pela hospedagem, as outras salas estão ocupadas no momento.

Era só por isso que ele deveria se desculpar? Caralho, que tal começarmos por eu estar presa nesse cubículo, jogada em um colchão que só Deus sabe quem o usou antes de mim?

— Me tire daqui — digo calmamente enquanto encaro seus sapatos de couro.

— Ainda não está na hora, bebê. Você tem que se mostrar uma menina muito educada e relaxada em relação ao que viu anteriormente — sorriu.

— Eu não tenho direito a receber visitas não? Que tipo de prisão é essa? Perpétua? — reclamo, me levantando.

— A pergunta é: quem iria te visitar? — cruzou os braços — Amizades não existem, Kayla — disse enquanto revirava o lugar com os olhos — Pensando bem, este lugar está mesmo horrível para minha filhinha. Vamos, você me acompanhará.

Voltarei para te buscar, Kim Namjoon.

Segui Erbet até a sala de jantar. Descobri que estamos na base da gangue e que nunca fui no lugar onde mantinham pessoas aprisionadas, porque era no subsolo. Passamos por um corredor de portas de ferro que parecia não ter fim. Em um deles, encostei meu rosto para observar dentro e entristeci, era uma criança que aparentava ter doze anos.

Sentei ao lado de Susan na enorme mesa. Fazia tempo que não comia aqui.

— Susan me disse que você desrespeitou seu próprio pai. "Desgraçado" é um apelido muito clichê, não acha que eu mereço mais que isso? — ele perguntou, fazendo a menina levantar e sentar em seu colo.

— Claro que sim. Você é uma alma muito limpa e gloriosa, merece todo o bem do mundo — sorrio debochada — E você, Susan, é apenas mais uma cadelinha do papai. Sabia que ele troca de mascote toda semana?

Eu estava com raiva, não sei ao certo o motivo. Talvez porque esteja em um lugar onde não gostaria de estar, com as pessoas que não gostaria de ter conhecido. Essa moça mal chegou e já fez fofoca de mim para Erbet. Já me arrependo de ter tido pena dela antes. Sim, sou rancorosa.

— Não fale assim com sua madrasta — disse.

— O quê?! — exclamo.

Meu pai sempre teve peguetes e namoradas temporárias, mas nunca saiu de sua boca que alguma delas era minha madrasta.

— Você a conheceu não tem nem dois dias!

— E daí? É o amor pronunciou e selou a "namorada".

Quanta falsidade. Erbet não acredita nem na amizade, quem dirá no amor.

Levantei-me e dois rapazes me seguiram, me guiando até meu novo "quarto". Era como um espaço para hóspedes, estilo rústico. Visivelmente mais apresentável que minha antiga sala de cárcere, e melhor que a de Namjoon também. Entro no lugar e ouço uma trinca se mover atrás de mim, acabei de ser trancada. Ao menos tem um frigobar com comidas industrializadas. Me jogo na cama de casal e me ponho a dormir, quanto menor o tempo de consciência, melhor.

[•••]

— Acorde, Kayla — me cutucava.

— Que merda resmunguei, ainda de olhos fechados — Você só serve para me acordar mesmo, não é?

The Mission • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora