5º Capitulo: "Graças ao rapaz do bar"

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            Embora ela quisesse, tentou controlar-se … Mas a vontade que tinha de beber outra vez era enorme e para piorar ali no meio da cidade em que cada pessoa tinha um tipo de odor diferente, melhor de pessoa para pessoa, mais apetecível… “Sangue, sangue…” era o medo de Demi, medo pois se ela tenta-se de novo beber poderia matar mais alguém, “Eu sou uma assassina.” Eram as únicas coisas em que Demi pensava, confusa e triste correu para um beco e sentou-se no chão encostada a uma parede a chorar.

Niall e Ruah tentavam perceber o que se passava com Demi, procurando na biblioteca antiga de Orima, em que existiam almanaques de todas as transformações e criaturas existentes. Ruah já tinha lido aqueles almanaques pelo menos umas 10 vezes e não se lembrava de nada como aquilo “Um vampiro com poderes mágicos”.

            - Ruah, é impossível ela ser mais forte do que um vampiro de 1000 anos, ou não?

            - Talvez majestade, mas o que me indigna é o facto de ela ter criado aquele escudo à sua volta, como se trata-se de um feitiço.

            - Mas isso seria impossível, para se fazer um feitiço é preciso ser-se bruxo e bruxa ela não é pois se fosse bruxa depois de se transformar em vampira perderia os poderes…

            - Espere, ela tem quantos anos?

            - 21 anos.

            - É isso, aposto que falta menos de uma semana para ela fazer 22.

            - Faltam 2 dias…

            - Bingo, eu lembro-me de ler algures num destes almanaques…- disse Ruah com entusiasmo procurando numa estante um livro em especial. – Aqui está, vampiceiro: Um vampiro que descende de bruxos e foi transformado antes de atingir os 22 anos, depois de ser transformado, no 22º aniversário herda os poderes. É isto, a rainha está a herdar os poderes de algum dos seus ascendentes.

            - Mas… Não conheço ninguém da família de Demi que sege bruxo.

            - Tem que haver alguém, majestade.

            - Depois vemos isso, agora vá, procura alguma coisa que diga sobre a transformação.

            - Uma semana antes do 22º aniversário a transformação começa e pode ser levada a descontroles em relação ao sangue e em relação ao seus poderes, normalmente sentem-se confortáveis com uma criatura da sua raça e pode controlar-se com humanos que lhe despertem algum tipo de sentimento forte.

            - Não encontro nenhuma solução que introduza vampiros normais.

            - Mas eu tenho uma solução. Pode-mos pedir ajuda a família da Demi.

            - Majestade, desculpe discordar, mas isso não é uma solução é uma outra confusão, pois pense, o que iria dizer à família da rainha? “Olá eu sou o Niall e matei a vossa filha e agora ela é vampira podem ajudar-nos a fazer com que ela não assassine mais ninguém.”

            - Realmente tens razão Ruah… Não é lá muito boa ideia! Mas que outra opção possa haver?

            - Eu conheço uma maneira de encontrar-mos um vampiro assim, mas não sei se vossa majestade vai gostar da ideia…

            - Ruah, no que estás a pensar? – disse Niall ponderando.

            - A lista de vampiros presos em Orima é enorme e pode ser que algum criminoso possa ser da raça que estamos à procura.

            - Ruah, é que nem pensar!

            Um rapaz saiu para o beco onde Demi se encontrava e ao vê-la não reparou em nada de estranho a não ser uma rapariga com problemas pessoais e que estava triste a precisar de consolo.

            - Olá, está tudo bem? – perguntou ele.

            - Afasta-te, eu não te quero fazer mal.- disse Demi com a cara cheia de lágrimas.

            Demi apoiava a cabeça baixada com os braços cruzados nos joelhos e o rapaz sentou-se ao lado dela e continuou a meter conversa.

            - Sege quem for que te fez isso não merece que tu sofras!

            - Eu já te disse para me deixares sozinha, saí por favor antes que te magoe.

            - Não te preocupes, eu não tenho medo. – disse o rapaz a tentar fazer Demi sorrir, e conseguiu.

            Demi levantou a cabeça e subiu ligeiramente os lábios.

            - Eu sou o Nick e tu? – disse  o rapaz se levantando e dando a mão a Demi para a levantar.

            - Eu sou a Demi. – disse ela limpando as lágrimas.

            Nick ofereceu-lhe um aperto de mão, mas Demi abraçou Nick como se o conhece-se por muito tempo, mas isso foi o pior que Demi poderia ter feito. Ao encostar a sua cara ao pescoço de Nick, Demi começou a sentir aquela fome incontrolável, os dentes de Demi libertaram-se e os olhos começaram a romper e a ficar encarnados.

            - Prazer em conhecer-te. - disse Nick, abraçando Demi confortando-a.

            Demi ao sentir-se confortável e segura com o rapaz, respirou fundo e conseguiu controlar-se, os dentes voltaram ao normal e os olhos voltaram ao castanho escuro e misterioso.

            - Vem comigo, vou levar-te ao bar onde trabalho.

            Demi e Nick seguiram para a porta, de onde Nick tinha saído, de mão dada.

            - Rei Niall, achei o nosso prisioneiro eleito: Louis Brown, preso por ter assaltado o nosso palácio em busca de uma cura para a sua irmã que, pelo que diz aqui estava com cancro terminal.

            - Mas ela morreu?

            - Não, nós oferece-mos a cura… Mas o Louis teve que servir de exemplo e foi condenado a 100 anos nos calabouços.

            - Ele não parece ser um criminoso! 100 anos e ainda está preso, então foi o meu tio que o mandou prender?

            - Exatamente, foi na altura do seu tio, pouco depois de os seus pais morrerem.

            - Muito bem, vamos lá negociar com esse tal de Louis.

            Louis é um vampiceiro (metade vampiro, metade bruxo) que foi preso por um crime não muito grave nos olhos de Niall, mas para o tio de Niall… O tio de Niall, foi como uma espécie de rei temporário, enquanto Niall não atingiu a idade para ser coroado, o tio de Niall foi como um ditador para a raça vampírica.

            Demi entrou no bar controlada e com um sorriso rasgado. Aquele rapaz tinha-lhe transmitido um conforto que fez com que ela fosse diferente dos outros humanos, como se ele não tivesse sangue nas veias, Demi sentia-se agora controlada e foi como se por momentos volta-se a ser humana… E tudo graças ao rapaz do bar.  

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