Embora ela quisesse, tentou controlar-se … Mas a vontade que tinha de beber outra vez era enorme e para piorar ali no meio da cidade em que cada pessoa tinha um tipo de odor diferente, melhor de pessoa para pessoa, mais apetecível… “Sangue, sangue…” era o medo de Demi, medo pois se ela tenta-se de novo beber poderia matar mais alguém, “Eu sou uma assassina.” Eram as únicas coisas em que Demi pensava, confusa e triste correu para um beco e sentou-se no chão encostada a uma parede a chorar.
Niall e Ruah tentavam perceber o que se passava com Demi, procurando na biblioteca antiga de Orima, em que existiam almanaques de todas as transformações e criaturas existentes. Ruah já tinha lido aqueles almanaques pelo menos umas 10 vezes e não se lembrava de nada como aquilo “Um vampiro com poderes mágicos”.
- Ruah, é impossível ela ser mais forte do que um vampiro de 1000 anos, ou não?
- Talvez majestade, mas o que me indigna é o facto de ela ter criado aquele escudo à sua volta, como se trata-se de um feitiço.
- Mas isso seria impossível, para se fazer um feitiço é preciso ser-se bruxo e bruxa ela não é pois se fosse bruxa depois de se transformar em vampira perderia os poderes…
- Espere, ela tem quantos anos?
- 21 anos.
- É isso, aposto que falta menos de uma semana para ela fazer 22.
- Faltam 2 dias…
- Bingo, eu lembro-me de ler algures num destes almanaques…- disse Ruah com entusiasmo procurando numa estante um livro em especial. – Aqui está, vampiceiro: Um vampiro que descende de bruxos e foi transformado antes de atingir os 22 anos, depois de ser transformado, no 22º aniversário herda os poderes. É isto, a rainha está a herdar os poderes de algum dos seus ascendentes.
- Mas… Não conheço ninguém da família de Demi que sege bruxo.
- Tem que haver alguém, majestade.
- Depois vemos isso, agora vá, procura alguma coisa que diga sobre a transformação.
- Uma semana antes do 22º aniversário a transformação começa e pode ser levada a descontroles em relação ao sangue e em relação ao seus poderes, normalmente sentem-se confortáveis com uma criatura da sua raça e pode controlar-se com humanos que lhe despertem algum tipo de sentimento forte.
- Não encontro nenhuma solução que introduza vampiros normais.
- Mas eu tenho uma solução. Pode-mos pedir ajuda a família da Demi.
- Majestade, desculpe discordar, mas isso não é uma solução é uma outra confusão, pois pense, o que iria dizer à família da rainha? “Olá eu sou o Niall e matei a vossa filha e agora ela é vampira podem ajudar-nos a fazer com que ela não assassine mais ninguém.”
- Realmente tens razão Ruah… Não é lá muito boa ideia! Mas que outra opção possa haver?
- Eu conheço uma maneira de encontrar-mos um vampiro assim, mas não sei se vossa majestade vai gostar da ideia…
- Ruah, no que estás a pensar? – disse Niall ponderando.
- A lista de vampiros presos em Orima é enorme e pode ser que algum criminoso possa ser da raça que estamos à procura.
- Ruah, é que nem pensar!
Um rapaz saiu para o beco onde Demi se encontrava e ao vê-la não reparou em nada de estranho a não ser uma rapariga com problemas pessoais e que estava triste a precisar de consolo.
- Olá, está tudo bem? – perguntou ele.
- Afasta-te, eu não te quero fazer mal.- disse Demi com a cara cheia de lágrimas.
Demi apoiava a cabeça baixada com os braços cruzados nos joelhos e o rapaz sentou-se ao lado dela e continuou a meter conversa.
- Sege quem for que te fez isso não merece que tu sofras!
- Eu já te disse para me deixares sozinha, saí por favor antes que te magoe.
- Não te preocupes, eu não tenho medo. – disse o rapaz a tentar fazer Demi sorrir, e conseguiu.
Demi levantou a cabeça e subiu ligeiramente os lábios.
- Eu sou o Nick e tu? – disse o rapaz se levantando e dando a mão a Demi para a levantar.
- Eu sou a Demi. – disse ela limpando as lágrimas.
Nick ofereceu-lhe um aperto de mão, mas Demi abraçou Nick como se o conhece-se por muito tempo, mas isso foi o pior que Demi poderia ter feito. Ao encostar a sua cara ao pescoço de Nick, Demi começou a sentir aquela fome incontrolável, os dentes de Demi libertaram-se e os olhos começaram a romper e a ficar encarnados.
- Prazer em conhecer-te. - disse Nick, abraçando Demi confortando-a.
Demi ao sentir-se confortável e segura com o rapaz, respirou fundo e conseguiu controlar-se, os dentes voltaram ao normal e os olhos voltaram ao castanho escuro e misterioso.
- Vem comigo, vou levar-te ao bar onde trabalho.
Demi e Nick seguiram para a porta, de onde Nick tinha saído, de mão dada.
- Rei Niall, achei o nosso prisioneiro eleito: Louis Brown, preso por ter assaltado o nosso palácio em busca de uma cura para a sua irmã que, pelo que diz aqui estava com cancro terminal.
- Mas ela morreu?
- Não, nós oferece-mos a cura… Mas o Louis teve que servir de exemplo e foi condenado a 100 anos nos calabouços.
- Ele não parece ser um criminoso! 100 anos e ainda está preso, então foi o meu tio que o mandou prender?
- Exatamente, foi na altura do seu tio, pouco depois de os seus pais morrerem.
- Muito bem, vamos lá negociar com esse tal de Louis.
Louis é um vampiceiro (metade vampiro, metade bruxo) que foi preso por um crime não muito grave nos olhos de Niall, mas para o tio de Niall… O tio de Niall, foi como uma espécie de rei temporário, enquanto Niall não atingiu a idade para ser coroado, o tio de Niall foi como um ditador para a raça vampírica.
Demi entrou no bar controlada e com um sorriso rasgado. Aquele rapaz tinha-lhe transmitido um conforto que fez com que ela fosse diferente dos outros humanos, como se ele não tivesse sangue nas veias, Demi sentia-se agora controlada e foi como se por momentos volta-se a ser humana… E tudo graças ao rapaz do bar.