Capítulo 9

15 0 0
                                    

3 de Dezembro de 2018 (Dois dias antes do presente na comunidade Alfredo da Silva)

Boss e o seu grupo pararam mesmo à entrada da comunidade, como não viam ninguém por lá, o Boss decidiu andar até ao portão para ter melhor vista sobre o interior do abrigo:

- Vermes, onde estão? Hoje é o dia de recolha meus amigos. – Disse rindo-se, mas não obteve nenhuma resposta. – Ok, esta é a última vez, já cá viémos ontem e nada, deitem tudo abaixo.

- Vamos lá. – Falou Simão, algo relutante na sua decisão.

- Sim, vamos. – Ricardo disse também relutante, por esta altura, já os dois sabiam de que lado estavam e sabaiam que entre eles poderiam have co-ajuda para salvar o outro grupo. – Simão, tens a certeza disto?

- Não, mas fazer o quê? Ainda somos Revolucionários, temos que interagir como tal. – Simão sussurrou para Ricardo.

O tanque avançou seguido de dez carros e mais 50 homens a pé, rapidamente rebentaram com as paredes e com a porta principal do abrigo e assim que o tanque andou por volta de uns dois metros após destruir o portão principal, algo por baixo dele criou uma explosão que o inutilizou instantaneamente e que matou todos os seus ocupantes:

- Cuidado homens, isto está apinhado de bombas. – Disse Boss que ia dentro do seu carro.

Em duas horas o abrigo Alfredo da Silva deixou de existir, era agora uma pilha de cinzas e um grande fumo preto saia de lá:

- Bem, o trabalho aqui está feito. – Boss disse, limpando as mãos, ironicamente, porque foi o que menos trabalhou.

- Paulo, os putos não estavam aqui, onde é que eles estarão? – Perguntou Carlos.

- Não te preocupes, eles estão de certeza em Porto Seguro, dois dias sem estar ninguém, só podem lá estar, não é verdade, mas também não interessa, vamos lá e destruimos tudo, quer eles estejam ou não, entendido?

- Sim, chefe. – Respondeu Carlos. – Malta, zarpar para o abrigo, vamos embora.

*

Quatro dias antes do presente.

- Pedro, arruma tudo. – Disse Amélio. – Rui e Tiago ajudem-no, temos de esvaziar o arsenal todo, vá rápido.

- Bora. – Disse Pedro.

- Amélio se precisares de ajuda em alguma outra coisa depois, avisa. – Falou Tiago.

- Não é necessário, peço ao Bernardo. – Respondeu Amélio que depois saiu do quarto de arsenal e foi em direção à ala médica onde o Dr. Francisco, André, Mónica e Catarina arrumavam tudo. – Então tudo terminado por aqui.

- Quase. – Falou o Dr. Francisco esticando as costas em sinal de cansaço.

- Bem, depois vai ter à sala de reuniões, todos estão instruídos para lá ir, o Pedro tem algo importante a dizer. André, sabes onde anda o Bernardo.

- Está a arrumar tudo nos quartos de toda a gente, ele tinha pelo menos 5 pessoas com ele e 20 quartos já postos na carrinha.

- Ok, não preciso de lhe dizer nada, mas vou-me dirigindo para o exterior só para ver se está tudo embalado e devidamente concluido.

10 minutos depois na sala de reuniões...

Todos falavam, uns mais alto que outros na tentativa de se fazerem ouvir, outros falavam mais baixo em conversas particulares.

- Malta, posso falar uma coisa. – Disse Pedro gritando, calando toda a gente. – Bem, agora que tenho a vossa atenção, posso vos explicar o que é tudo isto... Nós vamos mudar-nos para o Porto, para uma comunidade muito maior e melhor do que a nossa, levamos tudo e saímos do raio negro do Boss, vamos afastar-nos um pouco, isto tornou-se frustrante e não conseguimos mais aguentar perder metade dos mantimentos. Eles são 50 e nós 38 segundo a última contagem, em comparação com o salavadores que sabemos que há pelo menos 300, o que não é bom para nós, daí termos que nos afastar destes vermes.

THE WALKERS 2Onde histórias criam vida. Descubra agora