A Eleita - Ouça Sua Voz Interior (COMPLETO)

Capítulo 20

DE VOLTA AO INFERNO

" Entre dois mundos a vida paira como uma estrela, entre noite e aurora, sobre a linha do horizonte.
Quão pouco sabemos do que somos!
E menos ainda do que podemos ser!
_ Lord Byron

Lancei minha proposta no ar e Fabrízio, ficou me olhando. Acho que consegui o que queria. Despertei o interesse dele.

- Huum, ter o que quiser de você sem precisar te obrigar me parece bem interessante. - Ele diz de um jeito que chega a me dar nojo.

- E então? Você aceita? - Perguntei. Mas eu sabia que nem assim eu poderia confiar neles. Essa proposta seria apenas para manter meus amigos seguros por um tempo. A rivalidade deles é de anos e não sou eu quem vou conseguir acabar com ela.

- Eu aceito. - Diz Fabrízio. - Mas as coisas serão do meu jeito, você será uma espécie de submissa minha, fará tudo que eu quiser e de bom grado. - Ele exigiu.

- Assim será. - Eu disse.

- Lucy, você não fez isso que eu acabei de ouvir não é? - A voz de Kath surge atraz de mim.

Olho para ela que está ao lado de Lyon. Também estão Zayn e Malik'ah.

- Sim Kath eu fiz. Fiz por você e por todos os outros também. - Falei. Meus olhos lacrimejando mas eu não iria me permitir chorar.

- Lucy, você não precisa se sacrificar dessa forma por nós. - Falou Malik'ah.

- Vocês já fizeram muito por mim. Me tirando daquele lugar, me ajudando com meus poderes e me acolhendo. Obrigada por serem meus amigos. Essa é minha forma de agradecer. Principalmente a Kath. - Falei me virando para ela. - Obrigada por ser minha amiga quando ninguém mais quis ser.

Kath corre em minha direção e me abraça.

- Eu te amo. - Ela diz chorando. Então eu não aguento mais e me permito chorar também.

- Eu também amo você amiga.

- Que linda cena de amizade. Agora vamos. - Fabrízio interrompeu.

Jogou Judite em direção a onde os outros estavam. E segurou em meu braço puxando-me e fazendo Kath se afastar e ir de encontro aos braços de Lyon.

Um carro para ao nosso lado e só então percebi que James tinha se afastado de nós pois era ele quem dirigia.

Entrei no carro guiada por Fabrízio. Em seguida veio Lúcio e Eve. E seguimos em direção à casa dos Linfomanos.
Deixando pra trás o olhar tristeza daqueles que eu tentava salvar.

A verdade é que eu esperava que eles me salvassem antes de me transformar em um monstro. Esperava que eles se fortalecessem e fossem me libertar já que naquele momento não tinham como lutar. Espero que não se esqueçam de mim.

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Fui todo o caminho em silêncio. Notei que agora eu já não tenho tanto medo deles como antes. Não sei o que aconteceu. É claro, eu sei que eles irão me maltratar, tentar me tornar uma vampira igual a eles, vão me provocar. Mas já não tenho medo como antes. Não vou abaixar minha cabeça, irei conquistar a confiança deles, procurar o elo mais fraco e quando a oportunidade chegar, irei destruí-los.

Lyon me disse que o ritual do sacrifício ocorre em três meses então ainda tem bastante tempo.

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Depois de uns vinte e cinco minutos o carro parou em frente ao casarão que mais parecia um castelo. Adentramos o local, eu sendo guiada por Fabrízio que tem a mão no meio das minhas costas. Seu toque me faz estremecer.

O primeiro cômodo é a sala. Tem um sofá, uma mesa de centro e algumas poltronas. Todos em tons escuros. Uma lareira está do lado esquerdo da sala e o fogo crepitando deixa o local em uma temperatura agradável. Como sempre tudo com pouca iluminação.

- Nos deixem sozinhos. - Diz Fabrízio, e Lúcio, Eve e James saem. Esse último realmente é meio preocupante. Sem dúvida não é o elo mais fraco da corrente dos Linfomanos, fora que ele me dá medo.

- Venha Lucy, te mostrarei seu quarto. Fabrizio diz indo em direção à escada e parando ao lado dela. Vou em direção a ele e paro ao seu lado.

- Primeiro as damas. - Ele diz, e eu começo a subir os degraus, desconfiada. O caminho para as celas não é esse.

Paro em frente à uma porta envernizada da cor marrom. Fabrizio a abre e me dá passagem.

Entro e me deparo com um quarto bem parecido com o que eu tinha na casa dos 4Elements porém em cores mais escuras e foscas. Fora que o quarto tem muito pouca iluminação mas isso não me impede que eu tenha total percepção de tudo.

- Pensei que eu iria ficar em uma daquelas celas. - Falei.

- Não Lucy, você ficará aqui, nos meus aposentos. - Fabrízio diz.

- O que? Seus? - Falei espantada. Não era possível que ele quisesse que eu dormisse com ele, no mesmo quarto e na mesma cama.

- Sim, você agora será tratada como uma hospede normal, e não mais como uma prisioneira. A diferença é que fará o que eu quiser.

Fiquei calada. Não sabia o que dizer. Então percebendo o meu silêncio ele continuou.

- No guarda roupas você encontrará algo para vestir depois de tomar um banho, pedi que Eve comprasse algo.

- Como sabia que eu estaria aqui agora? - Perguntei.

- Eu sempre consigo o que quero. Lucy. - Ele diz e em seguida se vira com um sorriso presunçoso, sem esperar resposta.

Eu nem tinha uma resposta. Ele realmente estava conseguindo o que queria.