A garota de Vestido Azul

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Guilherme

O almoço de família ocorreu de forma costumeira, matei a saudade de minhas irmãs, mas minha mãe não deixou de falar sobre as expectativas que têm para minha vida pessoal, perguntou sobre namoro, e chegou a falar de casamento! Kkk acho que minha mãe surtou.
Antes de voltar pra casa, minha mãe me chamou no escritório do meu falecido pai, que me deixou Ceo de uma grande rede de hospitais como meu pai era americano sou bilíngue, tenho as duas cidadanias e cuido de todos os hospitais dos EUA e minha irmã os novos que abrimos no Brasil.
Entro no escrito sentindo o cheiro de charuto do meu velho, e minha mãe com uma cara séria começa uma conversa que mudaria toda a minha vida.
- Filho preciso te contar de uma clausula que está no testamento sobre a herança do seu pai...
- O que? Como assim?
- Fui chamada no escritório do nosso advogado o Alexandre, e tem uma clausula que não deixa você como  Ceo, exercer além dos 28 anos sem...
Ela me fez uma cara que me arrepiou, e antes que ela terminasse todo meu corpo entrava em combustão, comecei a sentir o suor nas minhas mãos e testa.
Ela continuou:
- Está casado.
- Mãe eu não acho que escutei direito... Não posso assumir o controle total da empresa sem está casado?? O que meu pai queria a colocar isso no testamento? Nervoso pergunto sem querer ouvir a resposta.
- Seu pai sempre soube o que fazer, e o melhor pra você meu filho, meu menino você ainda é jovem e ainda têm tempo de se apaixonar, e casar antes do tempo previsto.
- Mãe eu tenho 11 meses pra tentar me apaixonar, namorar, noivar e casar?? Eu nem quero casar, namoro nunca foi pra mim... Aaah, exclamou frustrado com rumo que teria sua vida daqui em diante...

Puta da vida, antes que percebesse já estava em casa, pegou o notebook, e fez a única coisa que tinha pra poder ocupar a sua mente, foi lê emails, e trabalhar.
Quando olhou a hora pelo relógio digital do notebook, saiu do escritório que ficava no primeiro andar e subiu as escadas a fim de ficar pronto pra formatura da sua irmã.
Ao chegar no grande salão acompanhou toda a cerimônia orgulhoso da irmã caçula. No fim de toda a cerimonia o reitor um antigo colega do seu pai, apresentou os destaques das turmas de diferentes cursos, e de longe ela chamou a atenção, o tempo passou a rodar em câmera lenta, via como a luz fluorescente batia no seu cabelo, como seu peito se mexia a cada respiração, como seus olhos brilhava quando falava com admiração sobre seus estudos, mas nada foi igual quando nossos olhos se encontraram...
Verdes? Azuis? Nada disso mais importava porque só com a troca de olhares, parecia que ela me conhecia por completo.
Estava com tanta cara de idiota, que nem ao menos me apresentei a ela, me arrependi quando vi, outros homens e mulheres de negócios trocando números.  Era o mínimo que poderia fazer para saber mais sobre ela, seu número ou pelos menos o nome. O reitor me chamou a atenção e balançando a cabeça respondi sem ouvir sequer o que ele me perguntou. Durante a festa, meus olhos não desgrudavam, de seu corpo que se mexia, de forma sensual e notava o quanto chamava atenção na pista de dança com uma outra menina, seus braços para cima, seus olhos fechados, eu queria chegar lá mas também não queria precipitar, eu sentia que ela não era como as outras, que eu poderia simplesmente levar a cama.
Então parado fiquei, zelando por ela de longe. As horas se passaram e a pista cada vez mais vazia, minha família já tinha ido e agora eu estava responsável em levar minha irmã Pamela pra casa que ainda dançava. Quando notei que ela estava se afastando com a amiga do centro do salão em direção a saída.
Ao me dar conta de que essa era a minha última oportunidade dei a volta por trás das pista, parando quando algumas pessoas me interrompia, quase as alcançando o taxi parou, parado ainda na porta, vi seu esbelto corpo entrando no carro, e nossos olhares se encontrando pela janela do carro. Ao ver o carro em movimento pela avenida, praguejei se ao menos não tivesse hoje de motorista teria tomado coragem em líquido e falado com ela antes.

Voltei pra dentro do salão esbarrando na minha irmã que estava no corredor que ligava a porta de saída que notou minha aflição, mas antes que ela dissesse  alguma coisa a cortei.
- Vamos logo embora já está tarde e creio que você já bebeu e curtiu de mais.
Segurando sua cintura pequena ajudei ela entrar no carro, dirigindo pela as avenidas notei o olhar da minha irmã.
- O que foi? 
- Nada...
- Porquê será que não acredito nisso? Desembucha logo Pamela
- Ta com algum problema na administração do hospital??
- Não. Porque?
- Passou a noite toda olhando pra Valentina.
- Ham? Quem é Valentina?
- A formanda que fez o discurso formada em Administração Hospitalar de vestido azul...
Então esse era seu nome, agora tudo que eu precisava fazer era entrar em contato...
Deixei em off meu lado perseguidor e dirigi em direção a rua da casa da minha mãe, deixando Pamela lá, e contornando o jardim pra ir para o meu apartamento.
Deixo meu carro no estacionamento e subo pelo elevador de serviço, chego em casa me dirijo ao banheiro do meu quarto, tomo uma ducha, visto minha cueca e me deito na cama fecho meus olhos, e sonho com Valentina.

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