43° capítulo

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| Emma |

Atiro o meu telemóvel contra a colcha da cama e dispo as calças de fato de treino. Visto uns jeans e solto o cabelo, antes preso com um elástico por Harry. Não consigo manter-me racional agora que a ida de George ao hospital ainda se mantém em incógnita. O meu telemóvel dá sinal de chamada novamente e resmungo, pegando no mesmo e atendendo. Suponho que seja a diretora, por isso não olho para o visor quando atendo.

"Estou com imensa pressa diretora, estou a caminho do hospital" Eu aviso

"Emma?" A voz do meu primo soa do outro lado e bato com a mão na testa, percebendo que ele não sabe

"Harry?" Ele suspira

"Emma o que vais fazer ao hospital? Estas grávida? Se estiveres eu assumo..." Ele continua a falar mas paro-o

"Harry o George esta no hospital" Ouço que a chamada caiu e coloco o telemóvel na mala

Por mais preocupada que também esteja com Harry, não posso pensar nisso agora e mesmo que o tentasse fazer, o meu instinto de quase mãe não me deixa. Apesar de tudo, apenas agarro na carteira e corro, abrindo a porta e saindo de seguida de casa. Não consigo respirar corretamente desde que recebi aquela chamada da diretora e pensar que ele pode estar em perigo faz-me desesperar.

Um táxi para perto da paragem de metro, existente no fundo da rua e aceno, tentando que pare. Embora corra, não consigo fazê-lo suficientemente rápido para que tenha hipóteses de apanhar o táxi. Um autocarro para e assim que o vejo, entro e pago o valor do bilhete para o hospital.

Para além de medo, estou completamente alucinada. Estou confusa e sem escapatória, já disse que odiava hospitais? As memória que tenho deles não são as melhores e sempre que lá tenho de voltar, não consigo fazê-lo sem que as memorias antigas voltem a preencher a minha mente. O autocarro para na frente do hospital. Uma criança com um braço engessado entra e senta-se. Salto o último degrau, descendo para o passeio e vendo o autocarro ir embora.

Entro no hospital e a diretora do orfanato chama-me. Um médico está parado a seu lado enquanto me esperam, a minha cabeça para por uns segundos, enquanto apenas corro e os encaro.

"Quero que mantenhas a calma, este assunto é sério e tem de ser tratado de forma racional. Eu sei que se preocupa com o George e que apenas quer o seu bem, mas..." Eu paro-a, estou farta desta conversa apenas quero a verdade. Apenas quero que se deixem de rodeios e encarem a situação duma forma exata

"Quero a verdade Diretora. Apenas isso" Eu falo séria

"Emma....o George foi agredido" Ela diz

Sinto as minhas costas baterem contra uma das cadeiras disposta na sala de espera e encaro o teto. Prendo a alça da minha mala entre os meus dedos esguios e suspiro. Eu sabia que algum dia, com uma criança de 5 anos que prefere as tintas aos carros, isto iria acontecer, no entanto não vou deixar que se repita. Ser diferente não é crime, crime é agredir quem o é.

"Como isso aconteceu? O que lhe fizeram?" Eu falo um pouco mais alto, o médico encara-me a observo a sua face marcada por algumas cicatrizes

"Emma tem de se acalmar" Ela exige e arregalo os meus olhos

Eu levanto o meu corpo, a minha mala derrama-se no chão e suspiro antes de falar.

"Calma diretora? Não era suposto haver segurança sufeciente para que não acontecessem coisas destas? Ele é um miúdo de cinco anos, acha que devo ter calma?"

"Não percebo toda essa preocupação, ele não é seu filho. Ele não lhe é nada! Nem sei porque lhe liguei, mas por momentos pensei que seria mulher o sufeciente para poder ajudar-me" Ela afirma

Cousins 2 ➳ Harry Styles ✍Onde histórias criam vida. Descubra agora