Entre o odio e o amor

Capítulo 2

    Acordo com o celular tocando no volume máximo debaixo do meu travesseiro, me fazendo dar um salto e cair do sofá. Olho no relógio ao lado da TV e percebo que ainda são 8h23. Não preciso nem olhar o contato para saber quem está ligando a essa hora.
    -O que você quer Giovanna? - falo com a voz ainda rouca por conta do sono.
    - Bom dia para você também, gata,-  fala alegre demais para essa hora do dia. - Vim te convidar para almoçar aqui em casa e depois assistirmos um filme, se quiser pode trazer o Ian, não estou afim de passar meu sábado todo sozinha", ao menciona-lo, a cena de ontem me vem a cabeça. Meu humor muda na hora, e a a vontade de chorar vem a tona.

    -Tais ai ainda? - tinha esquecido que ela ainda estava na linha, então desabafo.
"Eu e o Ian terminamos. Ontem eu fui no apartamento dele e encontrei ele  na cama com a secretária dele", digo com as lágrimas escorrendo no meu rosto. "Você não pode vir almoçar aqui em casa?", peço com uma voz manhosa.
"Chego ai em 10 minutos", ela declara e desliga o telefone.
Fico deitada com uma almofada na minha cara esperando Giovanna chegar e logo escuto a porta bater e alguém gritar. Como ela tem uma chave da casa nem saio do lugar.
Ela entra na sala, olha para mim com uma cara de pena e começa a correr, pulando em mim e me puxando para um abraço apertado..
"Ai amiga... Você sabe que eu não gostava muito dele, mas eu nunca ia imaginar que ele iria fazer isso contigo. Amanhã mesmo vou lá falar com ele e se eu conseguir dou uns bons socos naquela cara de tapado que ele tem. Ele não merece que você sofra por ele, e você sabe muito bem disso", diz ainda me abraçando. Passamos alguns segundos em silêncio e ela me solta, se levanta e me olha esperando que eu fale alguma coisa. Mas eu não consigo dizer nem uma palavra. Já não estou mais chorando, só fico olhando para a parede sem desviar o olhar.
"Você tá bem? Quer alguma coisa? Eu trouxe umas barras de chocolate e alguns salgadinhos que eu tinha em casa, achei que você ia querer. Sai nas pressas e não consegui passar no mercado", ela me conta remexendo a sua bolsa, procurando a comida.
Giovanna é minha melhor amiga. Nos conhecemos desde os 15 anos, nossas mães são melhores amigas o que ajudou na nossa amizade.
Ela repara que não estou afim de conversar e vai para a cosinha preparar algo para comermos. Depois de alguns minutos, vou atrás dela, sento na bancada e suspiro, finalmente falando algo:
"Eu andei pensando, não devia estar sofrendo por ele, não é mesmo? Eu nem amava ele... Por que eu estou assim? Ele cometeu o erro de me trair, nunca mais vai me ter, o problema é inteiramente dele, já sofri o que tinha que sofrer", solto tudo de uma vez. Giovanna me olha sorrindo, ela é o tipo de garota que não aceita sofrer por menino algum, mas eu sei que é por que nunca gostou de verdade de alguém, uma pessoa que valesse mesmo receber seus sentimentos.
"É assim que se fala, que tal sairmos hoje a noite? vai rolar a inauguração de uma boate do amigo do Biel e ele ja nos colocou na lista de convidados VIP", me convida toda animada.
"Pode ser", aceito sem tanta vontade, " mas agora eu estou com fome, o que você cozinhou?", pergunto, faminta.
"Umas batatas fritas", diz mexendo as mesmas. "Vai colocando a mesa que daqui a pouco JA vai estar pronto".
Pulo da cadeira e vou na direção do armário onde guardo os pratos e copos, pego dois de cada e coloco na mesa, faço o mesmo com os talheres.
Ficamos conversando sobre nossas faculdade durante o almoço. Eu faço dança e ela moda em uma faculdade aqui de Los Angeles.
Passamos o restante da tarde vendo filmes e comendo pipoca. Quando deu 20:00, ela foi para casa dela se arrumar para depois passar aqui me pegar para irmos para a balada juntas.
Tomo um banho demorado, seco um pouco meu cabelo e faço um coque para ele ficar onduladinho como ele é naturalmente.
Hoje está um dia meio frio, mas como vamos a um lugar fechado não ligo de usar um vestido curto. Passo uma maquiagem escura nos olhos para destacar o verde deles, um batom nude clarinho, coloco um salto alto preto, pego a minha bolsa e solto meu cabelo. Me olho no espelho e realmente estou linda. Meus cabelos castanhos ondulados caindo dos meus ombros até a minha bunda, os saltos me dando um pouco da altura que eu não tenho e a maquiagem realçando meus olhos. E esse vestido de paetê realmente caia bem em mim, definindo minhas curvas.
Quando termino, vou para a sala e ligo para a Gio, avisando que estou pronta. Ela avisa que já chamou o uber e está a caminho, como ela não mora muito longe daqui, já pego tudo que é necessário; Dinheiro, indentidade, camisinha, bala de menta e coloco na minha bolsa, tranco a porta e desço para esperá-la.