Capítulo - 26

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Acordo mais uma vez com a enfermeira me chamando, aquela rotina é muito torturante. Ver esse rosto depressivo todas as manhã vai me enlouquecer um dia mas não quero pensar nisso hoje, eu finalmente falei com Emma, ela sabe que ainda penso nela e que preciso dela agora tudo é uma questão de tempo e paciência, logo eu a verei custe o que custar. Fico na sala de jogos boa parte do dia, ainda não vi Samanta, ela deve estar recebendo alguma punição por ter atacado o enfermeiro. Começo a pensar em Emma, como é seu cheiro, a maciez do seu cabelo, dos seus lábios, sou tirado de meus pensamentos pela enfermeira que diz que minha mãe quer me ver. Eu não sei o que ela quer mas coisa boa não deve ser.
Chego no meu quarto e ela está de pé olhando pela janela, ela parece furiosa, é até engraçado ver ela desse jeito.

- A enfermeira disse que você queria falar comigo.
- Eu quero mas antes você quer me contar alguma coisa? Algo que não deveria ter feito mas fez mesmo assim?

Ela está quase gritando, eu faço uma ideia do que ela está falando mas eu quero ouvir ao que ela se refere.

- Não sei, acho que não.
- Você concordou em se tratar e não procurar por ela, por que fez aquilo? Por que ligou para ela?
- Liguei porque sinto falta dela, porque queria que ela soubesse que estou aqui contra minha vontade.
- Bom, seus planos serão frustrados pois eu ficarei aqui em Londres até que você esteja curado e se não se curar eu cuidarei para que você nunca mais a veja.

Fico perplexo ao ouvir aquelas palavras, minha mãe a quem eu sempre amei está me colocando contra a parede, está me dando um ultima-to.

- Eu não acredito que você faria isso, ainda sou seu filho.
- Pode até ser mas se não se curar nunca mais verá a luz do dia.

Após dizer isso sou deixado sozinho tentando absorver aquelas palavras. Eu estou num beco sem saída, ou eu me curo ou ficarei aqui para o resto da minha vida, eu não pretendo ficar aqui todo esse tempo. Começo a planejar minhas ações daqui para frente, preciso me mostrar diferente se não nunca mais poderei ver Emma e isso me deixa mais triste do que ouvir minha mãe me chamar de doente.
A noite logo chega, tomo meu banho, janto e tomo os remédios. Odeio ter que ficar tomando esses remédios, entro em meu quarto e me deito, fico olhando para o teto até pegar no sono.

Vejo Emma sorrindo vindo em minha direção, ela está mais linda do que nunca, ela me abraça e diz que sentiu saudade. Eu morri? Não é apenas um sonho do qual não quero acordar.

***

Acordo bem cedo sem coragem de tomar café da manhã, desço para encontrar Claire que me espera com o carro ligado. Eu não posso perder mais tempo, eu tenho que saber o que está acontecendo com James.

O Psicopata e a Suicida (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora