12 - Bônus Liam Deluth

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Encaro a tela do laptop onde estava aberto em uma pasta de serviço e pisco os olhos meio perdido em pensamentos. Estava me sentindo cansado, exausto na verdade, o que não deixava mais de ser novidade pois passei a me sentir assim especialmente depois que assumi esse fardo nas minhas costas. Tempo para me divertir? Passar o dia inteiro olhando para a TV assistindo canal de esporte? Nossa, nem me lembro da última vez de tanto tempo que isso já faz.
Claro, não podia apenas reclamar assim se fui eu quem quis e consegui, ao contrário de Joseph. Sim, como Joseph e eu crescemos praticamente juntos, ouve um curto período que eu simplesmente não queria aceitar ter esta responsabilidade toda sozinho. No fundo era o meu desejo, mas tinha receio de acabar com a empresa do meu pai que ele construiu com orgulho pelas próprias mãos. Eu ainda era jovem, no entanto Joseph quase da minha idade começou a dizer que seria um sonho para ele quando crescesse ter tudo pra ele e meu pai começou a lhe dar ajuda e preparo.
Óbvio que eu fiquei enciumado! Pra mim ele queria tomar meu sonho, como ele havia roubado de mim a garota que eu gostava. Depois daí meu pai me ajudou bastante, mesmo desconfiado com a minha mudança repentina de escolha. Como meu pai era justo e honesto, ele nos testou, deixando cada um, um dia inteiro na empresa quando já havíamos aprendido o básico e no final eu quem consegui ganhar. Joseph não ficou satisfeito, lógico, mas aceitou e voltou para o seu país.

Consigo sentir ainda o gostinho da vitória de ter conseguido. Era do meu pai isso tudo, e na minha concepção era direito meu, minha obrigação assumir quando meu pai precisasse, mesmo não ganhando nada para isso, e não o sobrinho. Por outro lado, foi mais divertido competindo.

Batuco com a caneta incessantemente na mesa, incomodado e sem comando nos meus atos acabo abrindo na foto de Charlotte que estava em seu currículo.

Ainda tinha mais essa: ela.
Não sei por qual motivo, mas não conseguia em meus momentos sozinhos ficar sem pensar nessa criatura. Ela simplesmente aparecia na minha mente como um filme de terror para me assombrar. Tinha mania também de do nada quando estou fazendo algo importante eu pensar nela. E é óbvio que eu não ficava contente com isso. Pelo amor, ela... ela é sem sal. Irritante e descontrolada.
Tá que havia beleza em sua aparência completa, porém não mudava meu conceito ao seu respeito. Só porque era bonita não deixava de ser uma pedra no meu sapato.

As vezes me perguntava, olhando pelas paredes o que diabos era essa merda de ficar pensando tanto nela. O motivo para isso:

Desejo?

Tesão?

Atração?

Era bem claro que estava começando aos poucos enlouquecer porque eu não sabia nunca a porra do sentido disso. Era frustrante, caralho. Muito.

Me amaldiçoou por um sorriso sem minha intenção aparecer em meus lábios ao clicar em sua foto e dar zoom em seu rosto. Pensei bem, analisando sua expressão serena e tranquila, e desliguei aquela merda, de saco cheio já. Não podia deixa-la dominar minha mente como fizera com meu pai. Não, eu não iria me amolecer para aquela criatura. Não era fraco, conseguia controlar meus sentimentos e reprimir outros. Essa secretária de língua afiada não me faria amolecer por ela nunca. Sem chance.

O barulho do meu celular começa a ecoar pela sala tirando o silencio tedioso que estava instalado aqui. Pego nele, desbloqueando a tela e aparece o nome de Samira piscando. Mais problemas, eu mereço!

No terceiro toque resolvo atender já sem paciência:

- O que você quer?

- Estou muito bem maninho, obrigada por perguntar. - Diz irônica.

- Fala logo, por favor. Não estou com paciência hoje. - Resmungo passando a mão pelos fios do meu cabelo.

- E quando está? Se esse dia chegar você me avisa que eu aprendo a preparar um bolo e solto fogos de artifício pra você. - Rosno, irritado e ela ri de leve, mas logo entende que estava pisando em lugar perigoso. - Ta bom, parei mal amado. - Alfinetou.

Meu Novo Chefe EstúpidoOnde histórias criam vida. Descubra agora