You're Crazy (Fanfic de Guns N' Roses)

Sexagésimo Terceiro Capítulo- Impossível

POV's Duff

     -Temos de descobrir de onde é que este barulho vem-digo-Eu não me sinto seguro aqui.

     -Nem eu-disse Sofia, levantando-se.-Vamos.

      Saímos da casa de banho silenciosamente e dirigimo-nos ao corredor. Parámos em frente ao quarto que estava trancado, de onde tínhamos ouvido os sons.

      Encarámos a porta e depois os nossos olhares cruzaram-se. Ambos sabíamos que tínhamos de o fazer. 

      Então, fui até ao fundo do corredor e atirei-me contra a porta algumas vezes, até a conseguir arrombar. Depois de Sofia confirmar que ainda estava toda a gente a dormir, estendeu-me a minha vela e debruçámo-nos sobre o quarto.

      Sustive a respiração. 

      Aquele quarto era certamente a parte mais antiga da casa. Estava cheio de sacos e tinha coisas penduradas no teto, com cordas. Aproximei-me mais e choquei contra algo gélido, e quando vi o que era fiquei aterrorizado. 

      Um corpo morto e imóvel, de uma mulher,  encontrava-se diante de mim, com uma corda envolta no seu pescoço. Tinha a cara roxa e os olhos vidrados. Estava morta há bastante tempo.        

       E havia mais corpos. 

       Incluindo crianças.

       Sofia soltou um grito abafado. Corremos em direção à porta, mas houve algo que nos travou o caminho. 

        Senti um toque gélido nas minhas costas.

        -Mais devagar-disse a voz.

          Virei-me para ver quem estava a falar connosco. 

          Era um rosto familiar.

          Não, eu só podia estar a ter visões.

          Era impossível.

            -Tiveste saudades minhas?-um sorriso cruel formou-se no rosto de Henrique. O medo atravessou-me a pele até chegar aos ossos. 

           Pior: era nisso que eu me iria transformar se continuasse ali.

          Agarrei na mão de Sofia e corri até à única janela daquela divisão. Afastei as cortinas e abria-a, deixando o ar gélido da noite entrar no quarto. Subimos para o parapeito e olhámo-nos nos olhos. Apertei a sua mão com mais força e fechei os olhos.

          3...2...1... 

          Saltámos.

          Quando senti o chão debaixo dos meus pés, verifiquei se nenhum de nós se tinha magoado, e comecei a correr desenfreadamente pela floresta, ao lado de Sofia.

          Tínhamos de sair daquela floresta. Tínhamos de pedir ajuda. Mas eu só via árvores e árvores, a floresta a andar à roda. 

          Tropecei num tronco e caí. Fechei os olhos, mas voltei a abrir quando senti uma sombra a erguer-se por cima de mim:

          -Achavas que ias escapar assim tão facilmente?-Henrique cuspiu-me na cara-Ingénuo.

           Empurrei Henrique, que caiu no chão desajeitadamente, levantei-me de rompante, e fugi, mas desta vez, a cambalear.

           Todavia, senti o chão a desaparecer por baixo dos meus pés, e caí, por cima de Sofia, aterrando na terra húmida.

            Quando olhei para cima, vi que estávamos presos num buraco escavado no solo.