Consequências de um Amor

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Poin't Of View – Hermione Granger

- Bom senhorita Granger, ao que tudo indica você está de treze semanas, os enjoos são normais nesse período da gravidez e talvez você sinta alguma tontura. Recomendo que não se estresse e que procure descansar o máximo possível. - a médica diz, quando o resultado das poções ficam prontos. - Daqui umas duas semanas já conseguiremos saber o sexo do bebê, e é pra quando será marcada seu próximo exame de rotina.

Junto minhas coisas pegando minha bolsa e a papelada com os resultados dos exames. Agradeço a mulher a minha frente e assim que me despeço da médica caminho até a lareira ali perto e depois de pegar um pouco de pó de flu e jogar no chão apareço na sala da diretora McGonnagal.

- Bom dia, senhorita Granger. Espero que tenha feito um bom passeio.

- Claro diretora. - eu respondo, sorrindo. Seguro meus exames com mais força nas mãos. A coragem sempre me falta para contar para McGonnagal, e nessas horas eu não me sinto uma Grifinória. As palavras de Rony passam pela minha mente, e tudo o que veio depois, então simplesmente não consigo contar. - E-Eu vou para os meus aposentos.

- Oh, é claro. - ela diz, sorrindo por cima dos óculos. Completamente alheia a meus sentimentos e emoções. - Tem uma surpresinha esperando você lá.

Eu lhe lanço um meio sorriso e sem dizer mais nada caminho para fora da sala da diretora. Assim que chego nos corredores vejo alguns alunos caminhando por ali. A maioria em grupos e só consigo lembrar dos tempos em que era eu caminhando por esses corredores, com uma bolsa empanturrada de livros e louca pra ser posta a prova.

As vezes, quando paro pra analisar o quanto mudei desde que soube que era bruxa, vejo o quanto crescer e me tornar adulta exigiu de mim. Exigiu coisas que eu talvez não estivesse disposta a entregar, como minha inocência, a esperança que eu tinha de um mundo melhor... Tantas coisas mudaram que agora eu simplesmente não sei dizer quem sou. Ou o que quero.

Olhar essas crianças e esses adolescentes caminhando por esses corredores, olhar seus rostos sorridentes de quem acha saber o que o futuro os espera, lembrar que um dia eu fui como eles, alguém louca pra provar da vida, e saber quem eu sou hoje, uma mulher grávida, sozinha e sem perspectivas...

Tenho certeza que se a Hermione de dez anos atrás visse o que eu me tornara, ela se sentiria envergonhada.

Esses pensamentos passam pela minha cabeça e só o que sinto é uma grande angústia e uma vontade louca de chorar. Não é que eu não ame meu pedacinho particular. Mas tenho medo de fazer coisa errada, tenho medo de não saber educar essa criança e no fim ela também ter vergonha de mim.

Minha vista anuvia e quando eu sinto uma pequena vertigem, eu resolvo parar um pouco para me acalmar. Me desesperar agora não vai adiantar nada. Sou Hermione Jean Granger, vou dar o meu melhor e isso há de ser o suficiente.

-Está tudo bem, Hermione? - a voz arrastada que aprendi a conviver diz.

-É só uma tontura, Malfoy. - eu digo, a voz saindo meio fraca por conta do choro contido.

-Precisa que eu chame alguém? Vem, eu te levo até a enfermaria. - ele fala, a mão já segurado firme meu cotovelo.

-Não Draco. - eu murmuro, sentindo mais tontura. Droga, não acredito que vou passar mal no meio de um corredor. - Eu só preciso que você vá no meu quarto e pegue uma poção vermelha em cima da minha escrivaninha. - eu digo, retomando um pouco a consciência e lembrando das poções que tomava para evitar que coisas como essas acontecessem.

Percebo Draco hesitante, e então ele diz, naquela voz de mandão que ainda preservou das épocas de Hogwarts:

-Você! - abro os olhos o suficiente para ver uma menina da Gifinória se aproximar e para muda em frente a mim e Draco. - Leve a senhorita Granger para a enfermaria.

A menina acinte e sua mão delicada substitui as de Draco e ela começa a caminhar comigo até a enfermaria. Ninguém merece, acabo de sair do hospital e volto quase que imediatamente para a enfermaria.

Assim que, com a ajuda - não tão necessária – da grifinória - eu chego até a enfermaria, a Madame Poof, aprendiz da Madame Pomfrey caminha até mim com um ar apressado e urgente que era característico dela.

-O que a Senhorita tem? - ela pergunta, me empurrando com as mãos apressadas até uma cama.

-Nada, um mal estar passageiro. - eu minto. Aliás, mais uma das minhas muitas mentiras que ando contando ultimamente. - O professor Malfoy já foi buscar uma das poções que ando tomando. - me explico, rapidamente.

-Obrigado, querida. - ela diz, para a menina que sorri e vai embora. - Agora a Senhorita, vamos lá, que tipo de poções está tomando?

Poin't Of View – Draco Malfoy

O dia amanhece como todos os outros. O tempo fechado de sempre aqui de Hogwarts e os dias longos e exaustivos. Não que isso fosse ruim, ao contrario, ter tantas coisas pra fazer é bom e me ajuda a manter a cabeça no lugar. Ao longo das semanas, os alunos passaram a me respeitar, um respeito que eu sei que aos poucos conquistariam mas que não esperava que fosse conquistar dessa forma tão precoce.

Me levanto da cama, e depois de pronto caminho pelos corredores de Hogwarts pensando na vida, no quanto ela mudara e no quanto tudo enfim parecia estar estabilizando.

Encontro Granger no corredor, encostada em uma parede com os olhos fechados e o rosto pálido. É óbvio que ela está passando mal mas não quer me contar o porque. Ela pede que eu vá em seu quarto pegar uma poção e vou, mas antes disso peço que uma aluna a leve até a enfermaria, Não acho seguro que ela fique andando por ai sozinha e passando mal.

Dou meia volta um tanto apressado, na mão eu seguro uns papéis que a Granger tinha nas mãos e que me deu pra segurar quando eu fui ajudar ela. Contenho a curiosidade de ler aqueles papéis. Não é da minha conta e não vou curiar a vida dos outros, não é assim que se conquista a confiança de alguém.

Quando chego no quarto dela, na ala dos professores, giro a maçaneta e entro no quarto. Tomo um susto quando vejo Harry e Gina Potter sentados na cama de Hermione.

-Malfoy? - Ginevra pergunta, contenho uma resposta debochada e respondo, o mais rapidamente que posso:

-Hermione passou mal, eu só vim aqui pegar uma poção que ela pediu e deixar esses papéis. - me explico.

A ruiva a minha frente tampa a boca em uma expressão de preocupação que só serve para me deixar também preocupado com a castanha. De alguma forma nessas ultimas semanas aprendi a confiar e respeitar Hermione. Ela me aceitou sem ao menos exitar, e se antes estava com medo de como as coisas seriam aqui em Hogwarts, a postura tranquila e apaziguadora dela me passou a confiança que precisava e isso ninguém tinha feito antes, nem mesmo McGonnagal quando me aceitou aqui por entre os professores.

-É o bebê? - ela pergunta, os olhos marejados.

-Bebê? - eu pergunto, olhando para ela agora sem entender. - Que bebê? - me dirijo a Harry, que me encara sem saber muito o que dizer.

-Acho que ela não contou para a diretora, Gina. - Harry diz, acariciando os cabelos ruivos da sua mulher. - Hermione está grávida. Espero que seja discreto sobre o assunto. - Potter diz, olhando sério para mim.

-É claro. - eu respondo, meio estupefado com a ideia e sem saber o que dizer. Hermione Granger, grávida? - Ela está na enfermaria. - eu digo. Os Potter passam por mim sem dizer mais nada, me deixando ali com meus pensamentos e sem saber o que fazer.