Floresta Encantada

A Floresta Encantada

As folhas que outrora haviam sido verdejantes estavam gastas. A floresta encantada estava, aos poucos, a ficar diferente. As enormes árvores estavam a perder a vivacidade, o brilho. Tinha que ser feito algo imediatamente ou corria-se o risco desta acabar para sempre!

Os animais andavam muito preocupados mas sem saberem bem o que fazer. Tentavam de tudo. Regavam as árvores, mantinham a floresta limpa, ajudavam-se uns aos outros nas tarefas, mas nada, nada, parecia reanimar a floresta que estava a ficar cada vez mais amarelada.

O Sr. Coelho, que morava numa toca muito jeitosa, procurava na sua enorme biblioteca alguns livros que o pudessem ajudar a compreender o que se estava a passar. Retirou de uma estante um grande livro verde: Como Reanimar as Florestas Encantadas. Era mesmo daquilo que ele precisava. Abriu o livro sobre a sua mesa de raízes e folheando-o encontrou o que necessitava, um texto que explicava como trazer de volta a cor para as Florestas. Mas não era tarefa simples. Segundo o livro, tinha de pegar nas sete cores do arco-íris e misturá-las todas dentro de um caldeirão. Depois, quando a noite chegasse, tinha de cobrir a floresta com a mistura de cores, só que para isso precisava de...

Ele não queria acreditar, a folha onde continuava o texto tinha desaparecido...e agora? O que faria? Fechou o livro e foi para fora da sua toca.

- Atenção a todos! – pediu aos animais da floresta – Já sei como trazer de volta as cores para a nossa Floresta! – os animais que por ali passavam ficaram muito contentes, aproximaram-se do Sr. Coelho e continuaram a ouvi-lo – No entanto, preciso da ajuda de todos!

- E o que é que temos de fazer? – perguntou a Corsa malhada.

- Primeiro temos de encontrar as cores do arco-íris...

- As cores do arco-íris? – indagou a Sra. Dona Coruja – E onde pensas encontrá-las?

- Não sei, por isso é que preciso da vossa ajuda. – disse o Sr. Coelho – Só trabalhando em equipa poderemos encontra-las. Afinal, queremos todos ter a nossa Floresta de volta, não é?

- Nem todos! – disse Bruxa Carlota, que voava na sua vassoura mágica pelo céu – Eu cá gosto da Floresta tal e qual como ela está. Sem muita cor, sem brilho, sem alegria! Assim está perfeita...

Os animais da floresta ficaram muito indignados com ela. Estava a ser muito egoísta...mas já não era novidade nenhuma, a Bruxa Carlota não gostava deles. Não tinha nenhuma explicação para tal mas, simplesmente, não gostava.

- Não sejas assim Carlota, – disse-lhe o Sr. Coelho – não vês que não é essa a vontade dos animais da Floresta...

- Não interessa, eu gosto dela assim e é assim que vai ficar... – disse, desaparecendo na sua vassoura.

Durante uns dias, todos os animais conversaram entre si, tentando arranjar uma forma de trazer as cores de volta para a floresta. A Sra. Dona Coruja esvoaçava pela floresta, esperando ver alguma coisa invulgar, mas estava tudo normal. Nem sinal das cores do Arco-íris. Quando pousou no seu ramo, na árvore onde pousava há tanto tempo – PUM! – foi ter ao chão. O ramo partiu-se!

- Agora chega! Eu quero a minha Floresta de volta! Voarei noite e dia se preciso for, mas encontrarei as cores do arco-íris! – disse recompondo-se da queda e partindo em direcção ao céu.

Passaram-se noites e dias, chuvas e sóis, e a Sra. Dona Coruja sem aparecer. Estavam todos os animais reunidos em frente da toca do Sr. Coelho, quando a Bruxa Carlota apareceu, montada na sua vassoura.

- A culpa disto tudo é dela, se não fosse ela teríamos a nossa floresta de volta e não teríamos perdido a Sra. Dona Coruja! – disse a Corsa Malhada.