Para Nunca Esquecer (Romance Lésbico)

Cap. 1 "Ballet"

Ballet: (n.) dançar, saltar sobre. 

   Sua respiração ofegante em meu rosto e seus olhos castanhos como avelã encarando minha boca, fazia aquela manhã ainda mais prazerosa. Nossos corpos encontravam-se enrolados e eu estava sentindo suas pernas entrelaçando as minhas como se fossemos dançar tango. Meus cabelos loiros caiam em seu ombro e, eu sorria várias vezes a vendo delicadamente se contorcer junto a mim. Suas mãos arranhando minhas costas era sinal que a qualquer momento nossa paixão chegaria ao ponto final: frenesi. Foi então que seus cabelos ruivos longos cobriram meus ombros e eu já estava perdidamente apaixonada mais uma vez. O fato é que não me cansava de me apaixonar por ela.

Nunca conseguiria.

— Você foi linda essa manhã. — ela abriu um sorriso detalhando sua mandíbula — Feliz dois meses de noivado! — falei, notando que ela se cobria com o nosso lençol branco — Juro que sou capaz de passar o resto dos meus dias aqui, deitada com você.

Ela sorriu mostrando os dentes branquiços jogando seu cabelo ruivo natural para o lado e então resolveu me encarar como se estivesse me desenhando.

— Não faça esse olhar sedutor, Taylor. — brincou ao encarar meus olhos azuis — Não podemos nos atrasar, nossa viajem é daqui a quatro horas. Não se deixa uma jovem de vinte anos ansiosa assim — ela disse, levantado-se da cama e indo em direção ao banheiro — Itália nos espera, meu amor. Tenho que fazer bonito, esqueceu que vou está diante dos olhos raivosos da minha futura mentora de ballet?

Lucy Ferrari era bailarina na companhia de dança "Ballet Ruys Palácios" dos Estados Unidos. Para ela, dançar era como sentir a vida, era como está livre sob os olhares ansiosos da plateia. Em seu dicionário não existia a palavra "desistir". Sua vida melhorou quando a famosa diretora da "Classical Dance Academy" da França, resolveu acreditar em seu trabalho e fazendo assim sua visibilidade crescer no mundo do ballet. O fato era que, Lucy Ferrari era inacreditável, a forma como cuidava da nossa relação, a forma como cuidava de mim era algo inesquecível. Ela vinha de família Italiana, mas nunca pôde conhecer o país de perto, pois seus pais resolveram morar nos Estados Unidos ainda quando ela estava na barriga de sua mãe. E hoje, estávamos a um passo de conhecer Itália, Lucy teria uma apresentação no Teatro Municipal Roma.

— Você vai brilhar nos palcos, acredite. — dei força.

— Além do mais podemos nos divertir, meu amor. — falou — Quero conhecer o Coliseu, meus pais falavam muito de lá. E tem Veneza, um sonho.

Seus olhos brilhavam a cada palavra que soltava durante uma frase.

— E os seus ensaios? Não quero vê minha noiva errando nenhum passo. — falei.

— Você está duvidando da minha capacidade? — ela cruzou os braços.

"Deus, como ela era linda", pensei.

Sou a mulher mais feliz do mundo por ter a pessoa além da perfeição dormindo comigo fazendo assim meus dias tão completos. O que eu poderia querer mais? Não é toda garota com vinte dois anos prestes a tomar todas as decisões das empresas de meu pai.

— Já arrumou suas coisas? — perguntei.

— Desde ontem a noite, amor. — pode até ser besteira, mas meus dias ficavam mais doces quando eu escutava a palavra "amor" saindo de seus lábios. — Não fez as suas?

— Lucy, nós só vamos passar uma semana na Itália e não morar por lá. Não será preciso levar tudo isso — falei, apontando para três malas absurdamente grandes encostadas perto da porta do quarto — Por Deus! Isso me lembra uma cena quando invetamos em ir para a Espanha. Você levou quase seu guarda-roupa completo.