3. Feliz Aniversário!

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    Três dias se passaram. Os pesadelos não cessaram, e durante esses três dias nada mudou. Sombra, perseguição, cara estranho que me salva. A única coisa que mudou, foi que de ''Paris, acorde", que agora ele apenas dizia "Vamos, acorde". Era como se eu soubesse o que estava acontecendo nesses malditos pesadelos, mas agora eu estou mais confusa do que eu estava. É como se eu não me reconhecesse mais, ou apenas isso veio atona agora. 

    Hoje é meu aniversário. A porra do meu aniversário. Presentes que eu quase nunca preciso, presentes idiotas da minha irmã mais nova, os quais eu sempre jogo no lixo. Sei que sou cruel, mas eu não ligo. Se eu não fizer isso, é como se não fosse eu. Eu sou assim. Passo a mão nos olhos e respiro fundo, por saber que será um dia longo. Mas, por incrível que pareça, gosto do meu aniversário, é um dos poucos dias que fico ansiosa, mesmo sabendo dos pesadelos, dos presentes e dos beijos e abraçados, dos quais eu também odeio. Pego meu celular na cômoda, quando o vejo vibrar. 

                              Mas um ano e continua virgem. Que feio.

                                                                                          Lily

    Sorrio de lado e balanço a cabeça negativamente para mim mesma. Nunca vou me acostumar com essas mensagens de texto horríveis. Ela nunca vai me respeitar. 

    Coloco o celular na cama e vou tomar um banho demorado, o que faço todos os dias de manhã. Tiro minhas roupas e entro no banho, molhando os cabelos, o que sempre me faz relaxar um pouco mais de manhã. Água quente também é ótimo... Quando ainda tem e minha irmã não acabou com toda a água quente. Por sorte, hoje não foi um dia.

    É aí que pensei, depois de tudo que aconteceu há três dias atrás. O que está acontecendo comigo? Não gosto como tudo isso está acontecendo, aliás, eu nem gosto de o que está acontecendo. Eu estou ficando louca. Talvez Lily esteja certa, eu estou precisando de sexo. O problema não é o sexo, sou eu. Eu simplesmente não consigo. É como se fosse um sensor que sempre apita quando alguém tenta se aproximar. Não consigo ser simpática com, literalmente ninguém. 

    Escuto alguém bater na porta e dou um pulinho, pelo susto. Sei que estou atrasada, todos nessa casa sabem o quanto eu odeio que me controlem. Me enrolo em uma toalha e desligo o chuveiro, vou até a porta e a abro, vendo uma garotinha de cabelos escuros, junta a minha irmã. Elas estava sorridentes, como se acabassem de ter visto um pônei, que para crianças idiotas, é como um paraíso. 

-- Paris, essa é a Molly. Ela é minha amiga. 

-- Que legal, e eu com isso? -- digo, com um sorriso simpático no rosto.

-- Ela vai com a gente. -- disse, e elas deram as mãos.

-- E eu estou pouco me fodendo. Sai do meu quarto. Agora.

    A garotinha do lado de minha irmã pareceu se intimidar, diferente da minha irmã, que fez uma expressão de tédio.

-- Papai disse que você está atrasada. E que essas palavras que você fala são feias. E... Feliz aniversário! -- ela sorriu novamente. 

-- Obrigada. Sai do meu quarto, prometo que desço em 5 minutos para levar você e a outra pirralha ai para a escola. -- aponto com a cabeça para a garotinha a ponto de chorar ao lado de minha irmã. 

-- Tá bom. Vem, Molly. -- elas saíram correndo. -- Não liga para ela, ela é má. -- escuto Steph dizer do corredor.

    Eu não sou má. Ela está exagerando. 

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⏰ Last updated: Aug 16, 2016 ⏰

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