Prólogo - Sangue. Lâminas. Trevas.

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Japão, 31 de janeiro de 1868

Os homens ostentavam o símbolo da sinceridade, a suprema bandeira do Shinsengumi que os flanqueava. À frente, o exercito inimigo havia parado devido seu bloqueio na estrada para o Castelo de Osaka

Era seu dever não deixá-los chegarem até Aizu, o último clã que ainda respeitava as tradições que tanto prezava, os costumes e deveres que regiam sua vida. Gritou poucas palavras para os companheiros, atacando ferozmente os traidores do império, a adrenalina não deixou que sentisse as primeiras balas atravessando seu corpo, mas sua visão começou a turvar, a medida que estocava e cortava, penetrava cada vez mais nas forças inimigas, até que dado momento se viu cercado.

Então, aquele era o fim. Esboçou um fraco sorriso, um dos poucos que dera em toda sua vida, antes de se lançar no último combate pelo Shinsengumi.

O sangue jorrou à medida que as lâminas afiadas dos mosquetes o trespassaram, ao longe só conseguiu distinguir o grito de um de seus companheiros, que logo foram silenciados. Seus membros fraquejaram e as katanas foram ao chão, em seguida ele mesmo tombara, cerrando as pálpebras sob os olhos castanhos e inspirando a última golfada de ar. 

Não houve último pensamento, último desejo nem muito menos imagens retrospectivas de toda sua vida, já estava preparado de corpo e alma para abraçar a morte no momento que declarara a Hijikata que protegeria o único clã que ainda defendia seus ideais no Japão. 

O corpo tombou para frente, enquanto a consciência ia se desvanecendo, mergulhando no torpor profundo que as trevas e o desconhecido lhe reservavam.

O corpo tombou para frente, enquanto a consciência ia se desvanecendo, mergulhando no torpor profundo que as trevas e o desconhecido lhe reservavam

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Glossário:

Shinsengumi:  foi um grupo de samurais que pertenciam ao xogunato de Tokugawa, servindo-o no período final do Bakufu (uma ditadura feudal estabelecida no Japão). Formavam uma unidade especial de auxílio à polícia para proteger Kyoto. A tropa estava sob o comando direto do Kyōto Shugoshoku (Domínio de Aizu) do Xogunato. Vestindo uniformes azuis-claros com detalhes de branco e agindo sob a bandeira escarlate com o ideograma para a sinceridade, eles eram chamados de Miburo, os Lobos de Mibu, que fizeram Kyoto tremer de terror com as suas espadas letais e um espírito que sobrepujava o medo da morte.

 Katana: é o típico sabre longo japonês.

Hijikata Toshizō: vice-comandante do Shinsengumi, um grande samurai e um talentoso líder militar japonês que resistiu à Restauração Meiji. Abaixo, vocês podem ver a estátua dele, no templo Kongoji, em Kyoto.

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