"It's a big bad world. We're doing what we can."
Big Bad World — Plain White T's
Quando o governo americano me encontrou, eles me deram um ultimato. Eu iria presa, mas eu poderia evitar isso... Se eu fizesse algo por eles, obviamente. Afinal, é do governo dos Estados Unidos da América que estamos falando. O que mais eu poderia esperar deles? Segundo o chefe de operações que falou comigo sobre essa "missão", o que eu iria fazer era assunto de segurança nacional e bem, até um pouco da internacional também. Pelo menos, é o que eu acho, já que três quartos da coisa acontecia fora do continente americano. O fato realmente importante disso tudo era que, se eu completasse essa tal missão, minha ficha ficaria limpa e eu poderia fazer o que eu quisesse da minha vida sem que eles ficassem no meu pé - como havia sido nos últimos anos.
Se eu já pensei em fugir durante a viagem? Com certeza! Só que tinha um problema enorme. Bem, na verdade, era algo bem pequeno que estava implantado no meu pescoço. Sim, a Inteligência Americana podia me rastrear. Sendo assim, não valia a pena fugir. Era extremamente melhor para mim dar a eles o que queriam para que eu pudesse ser livre. De qualquer modo, já havia abandonado a minha maravilhosa vida de criminosa há algum tempo. Por que eu abandonei essa vida se ela era tão boa? Bem, quando você se apaixona por alguém nesse mesmo ramo, as coisas complicam. Eu vivo minha vida após aquilo tentando me convencer de que estava certa em deixá-lo. E verdade seja dita, eu sempre trabalhei melhor sozinha mesmo.
Esse é o motivo de eu estar aqui hoje, nesse jatinho com o Agente Ford. Ele não tirava os olhos de mim e aquilo já estava me irritando. É, eu já tinha tido uma "coisa" com ele na última semana. Foi só uma noite. De qualquer modo, estou aqui a trabalho! Bem, mais ou menos isso.
Voltei a olhar para os arquivos que a Inteligência mandara Ford me entregar mais cedo. Ali constava algumas informações úteis. Parece que o governo realmente confiava no meu trabalho, ou eram apenas terrivelmente ruins em coletar informações.
— Por que parece que tem pouca informação sobre esses caras? — questionei Ford.
— Rice me passou e mandou te entregar. Não sei de mais nada — deu de ombros. — Eles disseram que você é boa.
— Ah, eu sou. Pode ter certeza.
Retorci os lábios. Eu tinha quatro pastas.
Berlim, Alemanha.
Sebastian Schreiber — 31 anos;
Traficante de mulheres.Abuja, Nigéria.
Emmanuel Madaki — 26 anos;
Hacker.Moscou, Rússia.
Mikhail Petrov — 39 anos;
Ex-militar.Boston, Estados Unidos da América.
Patrick Mitchell — 30 anos;
Envolvido com um cartel mexicano de drogas.Pareciam pessoas legais ao meu ver, estava louca para conhecer todos, menos o cara que traficava mulheres. E adivinha só... Sim, isso mesmo. Nós estávamos viajando para a Alemanha nesse exato momento. Espero que pelo menos eu possa acabar tirando algum proveito disso antes de mandar o Agente Ford chamar os seus "amigos" e pegarem o cara.
Respirei e voltei a observar pasta por pasta. Constatei rapidamente o que já havia suspeitado: o governo não tinha informações o suficiente. Quer dizer, eu daria um jeito e eles sabiam disso. Eu era realmente boa em achar pessoas, mesmo com poucas informações em mãos. Tudo o que continha naquelas pastas eram algumas curiosidades sobre aqueles caras, coisas que eles gostavam, etc. Dá para acreditar que não tinha nem sequer uma foto três por quatro dos caras? Fala sério!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Big Bad World ✔
Short StoryQuando o governo dos Estados Unidos a recruta, Jade Gonzalez recebe uma chance de limpar o seu nome. Tudo o que ela precisava fazer era encontrar quatro homens e os entregar para o Agente Ford. Para isso, precisaria viajar para quatro cantos diferen...