Como ensinar alguém a ser bom de verdade... ou... Quase-esfinge-da-morte.

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_ Netinho, coitado do bicho! Deus desgosta de quem faz maldade. – o homem já havia passado por tanta coisa... ver ninfa da natureza ser judiada foi estaca no coração.

_ Ah, vô! Ele pouco liga pra casa de lagartas. Que monstrinho feião!

_ Pois virará uma bela mariposa! Feio é o mal. Maus não irão para o céu, sabia?

_ Nem foi criada pronta? Farei arco e flecha. Daí, acerto quando borboletear.

_ Crueldade! Entristece o vovô... Deus sabe o instante de aprontar tudo, no seu tempo. Largue o graveto! Você não quer merecer ir ao céu? O filho do Criador era bom!

_ Eu desejo entrar, claro! Mas até ficar velho, demora! – e riu ecos aos montes.

_ Sempre seja correto, é ensinamento valioso! Use o graveto para o bem! Na sua idade, o menino Jesus usava madeira doutro jeito, lembra? Um aprendiz de marceneiro.

Então, o garoto retirou o espeto do casulo. A lagarta partiu! Cabisbaixo, pôs o imóvel esfingídeo sob a terra e fincou graveto. Estaca fúnebre! O avô notou remorso... acarinhou-o.

_ Simplicidade da vida ensina! Domingo, falaram que aquele pregado na cruz morreu pelo nosso perdão. Foi sacrificado! Só bons irão ao céu. Compreende, netinho?

_ Espero me transformar e ser justo! – chorou uma montanha com cascatas.

_ Calma! Aprendeu a bondade pura. Veremos a lagarta de novo, um dia, na nuvem celestial.

_ Nem ligo tanto pra céu! Serei bom, pois Jesus morreu pra me salvar. Entende? Enxerga? Gratidão!? Obrigado, vô, por mostrar o verdadeiro motivo pra eu tentar andar melhor!

O avô silenciou... Refletiu sobre toda sua vida, suas intenções nuviosas... finalmente se viu! Algumas metamorfoses surgem cedo, outras tarde. Sabedoria é inefável! Tudo no tempo de Deus.

Contandinho... (Série com contos, microcontos e poesias)Onde histórias criam vida. Descubra agora